Ibovespa azedou? Para analistas, situação positiva na Bolsa já passou

Repique de ontem não foi pontual e momento do mercado já não é mais o mesmo que se via no começo do mês, apontam especialistas gráficos

Paula Barra

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SÃO PAULO – A terceira semana de maio parece que veio para ditar uma mudança no rumo do Ibovespa, que foi desenhando a partir da virada do primeiro trimestre uma tendência de alta. O fôlego durou até o patamar dos 58.000 pontos, ultrapassados na primeira semana desse mês. O que se viu depois disso, até sexta-feira da semana passada, foram pequenas oscilações, que só decidiram tomar um rumo na última segunda-feira. De lá para cá, o Ibovespa registrou três dias de fortes quedas e um alívio que veio na quinta-feira, mas que ainda assim deixou o índice abaixo da região dos 55.000 pontos, ultrapassada no final do mês passado.

O desenho que se vê agora no índice é que a tendência de alta que se via no curto prazo já não existe mais, segundo três especialistas gráficos procurados pelo InfoMoney. Eles divergem quanto a se de fato já entramos em um movimento de reversão ou não, mas o que deixam claro que a situação está bem menos positiva para o mercado.

As leituras são baseadas em gráficos e como a análise altera bastante de escola para escola, há analistas que apontam que o mercado virou a mão no rompimento dos 55.300 pontos (quarta-feira) ou na perda da média móvel exponencial de 21 períodos, na terça-feira, quando fechou a 55.498 pontos. Mas o que eles convergem é que o movimento visto hoje, de alta do Ibovespa, é mais um repique natural passado tantas quedas. 

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Confira abaixo a opinião de cada um dos especialistas gráficos:

1) Wagner Caetano, diretor da Top Traders e do Terminal Cartezyan:

“Realizei o lucro na baixa na quarta-feira e ontem aproveitei o repique para montar vendas no mini-índice, com alvo em 54.085 pontos, que atuou como resistência no dia 27 de fevereiro e gerou forte queda”, disse. Na quarta-feira antes da abertura do pregão, em matéria publicada no InfoMoney, Caetano já comentava que o Ibovespa parecia desenhar uma reversão no curto prazo vista pela figura gráfica denominada “ombro-cabeça-ombro” (OCO). Ele apontava na ocasião, que a perda dos 54.960 pontos confirmaria isso – patamar perdido naquele mesmo pregão. (Para ver matéria, clique aqui)

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Segundo ele, outras ações importantes formaram o mesmo padrão (OCO), como Bradesco (BBDC4) e Vale (VALE5), o que reforçava essa visão. Sobre a alta de hoje, ela não altera em nada essa reversão: “são repiques normais e sinônimo de oportunidade de venda”.

Para ele, o Ibovespa deve buscar os 53.100 pontos (como pode ser visto no gráfico abaixo), com potencial de cair até 52.460 pontos. “Gaps abertos em níveis mais baixos que os atuais em ações com peso no índice corroboram com a leitura de baixa para o curto prazo”, disse. 

2) Lauro Vilares, analista da Guide Investimentos

Vilares acredita que a perda do suporte em 55.300 pontos deixou a situação bem menos positiva para o mercado. Agora, esse nível, que era suporte, passa a ser resistência, e se em um próximo movimento de alta esse nível for superado, o mercado continuará em uma situação de indefinição. Mas, se não for superado nos próximos dias, a tendência será revertida para baixa.

“Não estamos mais em tendência de alta e, sim, indefinida. A movimentação dos próximos dias dirá se a tendência será revertida realmente para baixa ou não”, disse.

3) Igor Graminhani, analista da WinTrade

Já para Graminhani, o índice já opera em tendência de baixa no curto prazo, depois de ter perdido no pregão de terça-feira (19) a média móvel exponencial dos últimos 21 pregões. 

Para ele, isso abriu espaço para correções até o patamar dos 53.500 pontos. E, se perder esse suporte, poderá encontrar a linha de resistência do triângulo ascendente rompida no pregão de 2 de abril, que fica em torno de 52.500 pontos.  

Confira os gráfico traçados por cada um deles abaixo:

1) Gráfico traçado por Wagner Caetano

2) Gráfico traçado por Lauro Vilares

3) Gráfico traçado por Igor Graminhani