Após respeitar resistência e fechando na mínima, Ibovespa abre espaço para cair mais

Índice virou para queda depois de bater no 47.800 pontos e encerrou sequência de 7 altas; primeiro teste está na faixa entre 47.000 e 46.500 pontos

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – A maior sequência de altas do Ibovespa desde agosto do ano passado terminou de uma forma não muito animadora na última quarta-feira (26). A formação gráfica do principal índice de ações da Bovespa mostrou que a expectativa para as próximas sessões é de continuidade das quedas, podendo voltar até ao fundo de 44.900 pontos formado em 14 de março, apontam os analistas técnicos.

Dois fatores combinados ajudam a alimentar a expectativa de novas quedas: perda de força na resistência (região com forte concentração de vendedores) e formação de um candlestick de reversão baixista. Sobre a resistência, o Ibovespa confirmou a força dos 48.700 pontos: após a subir 1,1% na sua máxima do dia no intraday, chegando em 48.725 pontos, o índice repetiu o movimento visto na última vez que tocou nesse patamar – em 12 fevereiro – e assim como naquela época, o benchmark vinha de uma pequena sequência de altas mas começou a cair após o teste.

O segundo motivo está associado à forma que o Ibovespa fechou ontem. Como ele chegou a subir 1,1% mas terminou com queda de 0,45% na sua mínima do dia (47.965 pontos), o índice formou no gráfico diário um “shooting star” (ou estrela cadente), um candle que mostra uma grande sombra superior e um corpo achatado sem sombra inferior – na prática: os compradores conseguiram fazer a ação subir até determinado momento do dia, mas logo perderam forças e os vendedores prevaleceram até os minutos finais do pregão.

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“O Ibovespa sentiu e respeitou a resistência em 48.700 pontos, deixando um candle de reversão. A perda do fechamento (47.965 pontos) nesta quinta-feira aumenta a chance de correção para a faixa entre 47.370 e 46.900 pontos”, afirma Gilberto Coelho, analista técnico da Auctus Capital. Ele ressalta ainda que o IFR (Índice de Força Relativa) está “esticado” para cima, o que favorece para correções de curto prazo.

Caindo para subir mais?
O analista técnico da Clear Corretora, Fernando Góes, vai na mesma linha de raciocínio: “eu acredito que temos tudo para uma realização que poderia ir para 47.000/46.500 pontos”, afirma. Contudo, ele vê esse patamar atual como um bom ponto de compra e vê essa provável 
realização como algo “natural” para o mercado brasileiro.

O assessor de investimentos da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga, pensa da mesma maneira. Para ele, houve uma clara correção técnica, com os investidores aproveitando para embolsar os lucros obtidos nos últimos 7 pregões – que fizeram o Ibovespa acumular alta superior a 8%. “A expectativa é que tenhamos mais dois ou três dias de recuo, o que é bastante saudável para a bolsa”, explica. No entanto, apesar da nova queda, Madruga segue otimista com a bolsa brasileira e já visualiza tendências de alta em vez de repiques em movimentos baixistas.

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Ele espera que abril seja um mês bastante positivo, em linha com seu retrospecto histórico.

Ou para voltar ao fundo de 2009?
Por outro lado, caso as perdas ganhem força e o benchmark perca os 46.500 pontos nos próximos dias, haverá a chance de um novo teste nos 44.900 pontos, que é o fundo formado pelo índice em 14 de março e que coincide com o menor patamar desde abril de 2009, afirma Coelho.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers