Não dá para pensar em compras no Ibovespa no momento, diz grafista

Bolsa ainda não estaria em patamar sobrevendido e possivelmente continuará trajetória de quedas, diz analista técnico da Ativa Corretora

Felipe Moreno

Publicidade

Atualizada às 13h40 (horário de Brasília)

SÃO PAULO – O Ibovespa corre o risco de perder um importante suporte montado em cima de uma das figuras mais fortes da análise técnica nos próximos pregões, alerta Gilberto Coelho, analista técnico da Ativa Corretora. O índice testa, perigosamente, a região dos 56.500 pontos, uma linha de pescoço de um OCO (Ombro-Cabeça-Ombro) formado entre o começo de agosto até os dias de hoje, uma figura que, se confirmada, possui grande poder baixista no mercado – basta lembrar que foi esta a figura formada pouco antes da crise de 1929 nos EUA. 

Por volta das 13h40 (horário de Brasília), o índice vai acelerando as perdas e confirmando a perda da região, com queda de 1,99%, atingindo os 56.341 pontos. Caso feche abaixo dos 56.500 pontos, a avaliação de Coelho é que isso pode iniciar uma nova rodada de quedas nos próximos pregões. “Olhando para o gráfico não dá para pensar em nenhuma compra”, afirma o grafista.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A perda desse patamar, que pode ocorrer nos próximos pregões, pode levar o índice a buscar os 52.250 pontos, região que marca marca a mínima do ano. Esse seria o maior e principal suporte do índice, e já foi testado quatro vezes durante os meses de junho e julho. Uma queda mais agressiva que essa, de acordo com os gráficos, poderia indicar uma busca aos patamares dos 48.000 pontos, registrados em agosto de 2011.

Depois de testar os 56.500 pontos pela 1ª vez, no dia 29 de outubro, desta vez o índice pode vir a perder a região. “No dia 29, o IFR (Índice de Força Relativa) estava bastante baixo, favorecendo a alta dos dias posteriores”, afirma. Naquela ocasião, o índice chegou a cair bastante durante o pregão, mas acabou se recuperando e terminou o dia com uma queda de apenas 0,18%.

No dia 13, o índice realizou o mesmo destino, também se recuperando – e terminou com ganhos de 0,74% aos 57.486 pontos. Mas desta vez, a história é diferente, e o índice pode retomar as quedas nas próximas sessões. “O IFR ainda não está em nível sobrevendido, está com gordura para cair, e as médias de 21 e 200 estão para baixo”, afirma o grafista. Um ponto importante, para Coelho, porém, era o fato do IFR estar virado para baixo – o que acabou mudando no final do pregão.

Continua depois da publicidade

Para ele, é possível que se realize uma pequena parada por volta dos 55.200 pontos, que havia sido topo no mês de julho, antes de acelerar as perdas para os 52.250 pontos. “De tanto cair de pouquinho em pouquinho, quando ver, já caiu um montão”, afirma o grafista. 

Confira o gráfico do Ibovespa: 

Problemas na economia
Na opinião de Coelho, isso se justifica na situação vivida pela economia global atualmente. “O cenário externo está bem complicado, tanto no congresso norte-americano quanto na Grécia”, diz.E tudo isso impacta o mercado, que, cada vez mais pessimista com a possibilidade do resolvimento do “abismo fiscal”, registra quedas.

Na expectativa do celébre investidor suíço Marc Faber, o mais provável é que as bolsas caiam cerca de 20% – antes de uma quebradeira geral. “Hoje a probabilidade de cair é muito maior, enquanto não houver uma melhora nas expectativas, ele não vai voltar a subir”, finaliza o grafista.