Personagens: Márcio Noronha, o “papa” da análise técnica no Brasil

O economista começou a trabalhar em uma corretora em 1966 e a investir na bolsa em 1967 e hoje é analista da Gradual Investimentos

Edilaine Felix

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SÃO PAULO – Garoto classe média. Jovem rico. Plantador de alface. Operador de corretoras de valores. Foram várias as fases de um dos maiores especialistas de análise técnica do País. Márcio Noronha, economista, que atua também como consultor e gestor de recursos financeiros.

Noronha começou a trabalhar em uma corretora em 1966 e a investir na bolsa em 1967,  época em que atuou como gerente de mesa de open na corretora M. Marcelo Leite Barbosa. Passou por diversas áreas e enriqueceu. Tudo antes dos 30 anos. Desde 2011, ele é o analista técnico Gradual Investimentos. 

Em 1995, Noronha lançou o livro “Análise Técnica: Teorias, Ferramentas e Estratégias”, obra que fala sobre as teorias e ferramentas utilizadas no estudo da análise técnica, uma metodologia utilizada no mercado de renda variável para a compra e venda de ativos financeiros.

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Aprendizado
Em uma fase em que as operações davam certo, em um ciclo de alta do mercado, Noronha decidiu investir na bolsa do Rio de Janeiro. No entanto, em meio ao milagre econômico brasileiro, uma onda de especulações derrubou a bolsa do Rio em 1971 e em seis meses, o economista havia perdido tudo.

Querendo encontrar uma solução para o que tinha acontecido, Noronha decidiu se mudar para um sítio na estrada de Teresópolis. Lá reorganizaria sua vida, e passou a sobreviver de uma plantação de alface, atividade que exerceu por seis anos. O dinheiro da plantação não era muito e a necessidade de ganhar mais para pagar um tratamento dentário,  muito caro, levou Noronha de volta ao mercado financeiro.

Voltou a trabalhar como operador de open market em uma corretora no Rio de Janeiro. Nessa fase foram surgindo novas oportunidades até a sociedade em uma corretora. Entre 1984 e 1986, em um novo boom da bolsa, ganhou muito dinheiro.

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Emocionalmente disciplinado
Após essa fase, Noronha decidiu vender a parte dele na empresa e começou a estudar análise técnica, viajou para os Estados Unidos e por lá fez muitos cursos. Foi uma fase de perde e ganho, mais perde que ganha.

O dinheiro surgiu mesmo quando deixou de lado as operações de curto prazo e passou a operar em médio e longo prazo. Noronha lembra que “a coisa mais importante para o investidor é ser emocionalmente disciplinado no sentido de saber encerrar uma operação com prejuízo. Nenhum método pode ser vitorioso se você não tiver sangue frio para realizar prejuízo”.

Para Noronha o gráfico aponta o caminho antes de começar a operar efetivamente. Saber para onde ir, qual a tendência, a evolução do seu investimento, somente por meio dos gráficos! Noronha, não vê outra regra, todas as suas avaliações partem de análises técnicas. “Hoje eu só opero à vista. E aconselho as pessoas a fazerem o mesmo”.