Campeã entre carteiras em 2011, SLW só vê espaço para risco no 2º semestre

Pedro Galdi, estrategista-chefe, explica que a crise na Europa ainda vai afetar o mercado brasileiro ao menos até junho

Renato Rostás

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SÃO PAULO – Primeira colocada do ranking do Portal InfoMoney de carteiras recomendadas ao fim de 2011, a SLW se aproveitou da turbulência do mercado acionário para buscar rentabilidade em uma carteira de ações defensivas e de empresas boas pagadoras de dividedos.

Até o último pregão, em 30 de dezembro, se o investidor tivesse apostado todo mês nos portfólios mensais da corretora, o retorno do dinheiro aplicado seria de 23,71%, bem acima da performance da segunda colocada, a Souza Barros (+4,15%). Montar uma seleção para perseguir o Ibovespa, no entanto, seria menos proveitoso: o índice caiu 18,11%.

Mas além dessas escolhas baseadas na proteção contra o pessimismo da bolsa, a SLW também tinha outras duas carteiras, uma agressiva e uma dinâmica. A primeira buscava ativos de maior risco que pudessem performar acima do benchmark brasileiro, mas a forte presença de produtoras de commodities, principalmente, na composição fizeram com que o portfólio recuasse 19,4%.

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Já a dinâmica teve desvalorização de 3,1% durante o ano todo, apostando em ações mais descontadas de setores que a equipe esperava uma performance acima do resto do mercado. Pedro Galdi, estrategista-chefe, explica que o desempenho da BM&F Bovespa foi totalmente influenciado pela economia europeia. “A falta de entendimento dos líderes por lá trouxe desempenho fraco durante todo o quarto trimestre”, avalia.

Por que são defensivas?
Além de terem uma geração de receitas mais previsíveis, por cuidarem de serviços que são públicos e não dependem de condições cíclicas para serem consumidos, as empresas de saneamento, de energia e de telefonia, em geral, também se beneficiam de reajustes de preços anuais e constantes.

Ainda, principalmente as elétricas, são especialmente boas pagadoras de dividendos a seus acionistas, distribuindo muitas vezes a totalidade de seus rendimentos operacionais. Para finalizar, há o repasse de proventos excepcionais por parte dessas energéticas.

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Para exemplificar, durante o mês de dezembro, quando a carteira da SLW avançou 9,66%, contra uma baixa de 0,2% no Ibovespa, a grande maioria das valorizações mais fortes ficaram por conta das elétricas: as quatro primeiras foram Transmissão Paulista (TRPL4), Eletrobras (ELET6), CPFL Energia (CPFE3) e AES Eletropaulo (ELPL4).

Para 2012, mais defesa
Galdi acredita que o primeiro semestre deste ano ainda será um período para se proteger no mercado de ações. Isso porque a indústria ainda se recupera do enfraquecimento da atividade aqui no Brasil, e ainda não há nenhuma medida realmente efetiva que tenha sido colocada em prática pelos europeus.

“As revisões das agências de rating também acontecerão neste primeiro trimestre, e França e Alemanha podem ter suas notas rebaixadas no fim de janeiro”, acrescenta. Ele critica o fato de que o “efeito bazuca” anunciada para conter a crise da dívida na união monetária ter sido basicamente um forte movimento de corte de gastos por parte dos governos.

Nesse cenário, os primeiros seis meses ainda precisariam de uma carteira defensiva, focada em dividendos. Mas no segundo trimestre, o analista da SLW acredita que, buscando ativos mais arriscados, a rentabilidade pode ser maior. A expectativa para o principal índice brasileiro ao fim de 2012 é de 75.000 pontos, contra os 58.546 registrados em 5 de janeiro.

A melhor estratégia, segundo Galdi, seria analisar os setor de alimentos, bancos, cartões, telecomunicações e elétrico, para investir em papéis que estejam mais baratos dentro de cada um. “Mas se a Europa não conseguir implementar medidas, o cenário seria outro”, alerta, ressaltando que a recomendação continuaria de proteção até dezembro.