Safra recorde derruba preços dos alimentos nos supermercados

Mais da metade dos produtos pesquisados tiveram redução nos preços

Datagro

(Shutterstock)

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Pelo quarto mês seguido, o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou redução. Em setembro, houve queda de 0,91%, se comparado com o mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado do IPS registrou queda de 2,90%. Em 2017, os preços registraram decréscimo de 2,58%.

“Estes valores recordes de queda alcançados em setembro são o ápice de uma longa redução de preços de alimentos de peso na mesa do paulista que teve seu início em agosto de 2016, reflexo da crise econômica nacional que alcançaram nos últimos meses recordes negativos no emprego e renda da população, que geraram uma demanda reprimida, refletindo-se na queda no consumo das famílias e contribuindo para esta inflação menor”, explica Rodrigo Mariano, Gerente de Economia e Pesquisa da APAS.      

Ainda segundo Mariano, “ao contrário de 2016, as safras foram recordes em diversas culturas graças a um clima mais estável, o que fez os alimentos ‘in natura’ serem os grandes responsáveis, no acumulado de setembro de 2017, deste índice tão baixo.”

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Em setembro, as variações negativas estiveram presentes em 55,41% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando acima da média para os últimos 12 meses, que é de 48,95%. Isso demonstra uma maior quantidade de itens com sinais de desaceleração de preços e de quedas nos preços ao longo deste mês.

“Os próximos 3 meses devem observar uma menor queda de preços ou mesmo leve elevação em alguns grupos de produtos devido a dados observados ao longo dos últimos meses que são: a estabilização do desemprego com criação líquida de vagas positiva nos últimos 2 meses; o aumento da confiança do empresariado notadamente a indústria; e, em menor grau, o reflexo das quedas de juros que alivia o bolso das famílias endividadas. Dessa forma pode-se esperar um fim de ano melhor que 2015 e 2016 em vendas e com preços bem mais comportados”, enfatiza Rodrigo Mariano.

Produtos in natura 

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Registraram, em setembro, redução de 3,35%, com destaque para os tubérculos, com retração de 8,65%, puxada pela queda nos preços da batata (14,04%) e cebola (8,70%). Em 12 meses, houve redução de 12,26% nos preços dos produtos in natura, e no acumulado de janeiro a setembro a queda de 8,71%.

Produtos industrializados

Apresentaram diminuição, variando 1,20%. Os principais responsáveis foram os derivados do leite (1,57%) e derivados da carne (1,56%). Em 12 meses, os preços dos produtos industrializados estão praticamente estáveis, com 0,15% de aumento. Já o acumulado de 2017 está em queda de 2,31%.

Produtos semielaborados (carnes, leite e cereais)

Demonstram redução nos preços no mês, de 0,43%. Se por um lado houve elevação nos preços das carnes bovinas 2,18%, isto foi mais que contrabalanceado pela retração nos preços de carnes suínas 3,94%, leite 4,64% e cereais 3,01%. Em 12 meses, os produtos semielaborados registram forte diminuição de 9,81% e no acumulado de janeiro a setembro de redução de 5,81%.