Concessões ferroviárias com renovação antecipada devem receber R$ 25 bi em investimentos

Diagnóstico é feito pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, e novos contratos devem ser assinados entre este e o próximo ano

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A expectativa pela renovação antecipada de cinco concessões ferroviárias, que começam a vencer daqui a 15 anos, movimenta os players do setor. Os contratos, previstos pelo governo federal para serem assinados entre este e o próximo ano, envolvem mais de 13 mil quilômetros de estradas de ferro e devem receber até R$ 25 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos. O diagnóstico é da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

De acordo com a entidade, o intuito do governo em realizar esta renovação de forma imediata por mais 30 anos é promover uma repactuação dos compromissos assumidos em cada trecho e estipular novas metas de investimentos, ocasionando aumento na malha ferroviária e na capacidade de transporte instalada no País.

Para o presidente da Abifer, Vicente Abate, um dos segmentos que deve ter alta significativa no transporte ferroviário com as prorrogações é o de commodities agrícolas. Abate acredita que, assim que as renovações forem se concretizando o escoamento de grãos por ferrovias também deve crescer, algo que pode acontecer já em 2018. “Atualmente, as cargas agrícolas são responsáveis por aproximadamente 12% do transporte ferroviário nacional e este percentual deve se elevar ainda mais com as prorrogações, pois são produtos cada vez mais movimentados por meio de ferrovias”, afirma.

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Segundo ele, outro fator que será responsável por essa alta é a super-safra que o País está tendo recentemente. Segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa para a safra nacional de grãos é de um novo recorde. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve chegar a 242,1 milhões de toneladas em 2017, um aumento de 31,1% sobre 2016, ano que registrou 184,7 milhões de toneladas.

“Para atender toda essa demanda, a indústria ferroviária está investindo ainda mais na fabricação de vagões, produtos e serviços específicos para o mercado agrícola”, ressalta o dirigente, que tratará do tema no evento NT Expo – Negócios nos Trilhos, em novembro em São Paulo (SP). Abate enfatiza, ainda, que a perspectiva de aumento de demanda terá também impacto positivo na cadeia de fornecedores de manutenção e renovação de equipamentos e tecnologias, que preveem incremento no volume de negócios.

Concessões
De acordo com a Abifer, a primeira das cinco concessões que devem ser prorrogadas por mais 30 anos é a Malha Paulista, operada pelo Rumo Logística, que já está em processo de audiência pública. O trajeto interliga os Estados de São Paulo e Minas Gerais, por meio de uma linha férrea com 1.989 km atualmente.

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Logo depois, será a vez dos trilhos da MRS Logística, que possuem 1.674 km de extensão e conectam os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Na sequência, virão a Estrada de Ferro Vitória-Minas (com 905 km, que atende aos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais) e a Estrada de Ferro Carajás (com 892 km, que liga os Estados do Pará e do Maranhão) – ambas operadas pela VLI Logística, por meio de concessão da Vale. Por fim, a Ferrovia Centro-Atlântica (que possui 8.066 km e passa pelos Estados de Brasília, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Sergipe, Rio de Janeiro e São Paulo), também sob gestão da VLI.