ONGs querem sistema de monitoramento para combater desmatamento no Cerrado

Moratória da Soja seguiria modelo já existente na Amazônia

Datagro

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Implantar no Cerrado um sistema de monitoramento por satélite, destinado a combater o desmatamento, similar ao que já existe na Moratória da Soja na Amazônia, é o próximo passo desejado pelas principais ONGs ambientalistas que atuam no País. Foi o que afirmaram representantes da TNC, WWF e Greenpeace durante evento na capital paulista, que celebrou os dez anos da Moratória da Soja na Amazônia.

Entidades querem expandir moratória da soja para o Cerrado

Criada em 2006, a Moratória é uma iniciativa de combate ao desmatamento no bioma amazônico, que tem como princípio o compromisso assumido pela Abiove e a Anec, entidades representantes das agroindústrias esmagadoras de soja, de não financiar, nem comprar o grão oriundo de área desmatada na região.

Ancorada no monitoramento por imagens de satélites, feito por empresa privada e validado pelo Inpe, do plantio de soja na Amazônia, a Moratória constata que atualmente apenas 01% da área da oleaginosa na região está em desconformidade com a legislação ambiental.

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“O resultado mostra que a soja não é fator relevante de desmatamento no bioma”, afirmou Carlo Lovatelli, presidente da Abiove. “A expansão da cultura tem sido feita sobre áreas de pastagens degradadas e/ou desflorestamentos anteriores à Moratória”, ressaltou. “O produtor mostrou que tem responsabilidade com a biodiversidade.”

A ideia é que a Moratória dure até que possa ser substituída por um novo mecanismo, provavelmente o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que assegure a governança ambiental da região.

ONGs
Para Giovana Baggio de Bruns, coordenadora de Agricultura da TNC, as práticas ambientais foram abraçadas pelos produtores. “A Moratória é um enorme exemplo a ser implantado em outras cadeias produtivas e em outros biomas, como, por exemplo, o Cerrado”, assinalou, no que foi corroborada por Frederico Machado, especialista em conservação do WWF, que acrescentou: “a Moratória trouxe resultados extraordinários, foi um esforço visionário, que agora tem que caminhar em direção ao Cerrado”.

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Na avaliação de Paulo Adário, estrategista de florestas do Greenpeace, a Moratória foi uma iniciativa de grande sucesso, que fez com que o desmatamento saísse das manchetes. “Nestes dez anos, a produção de soja aumentou e o desmatamento caiu na Amazônia.”