Agronegócio precisa se desvincular do crédito rural oficial, diz André Nassar

Para ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, governo precisa deixar de ser protagonista no crédito rural

Datagro

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A continuidade da expansão do agronegócio brasileiro, especialmente no tocante à produção física nas fazendas precisa estar desvinculada do crédito rural oficial, principal alavanca de financiamento do setor nas últimas décadas. Foi o que afirmou o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar, na última segunda-feira (29), em São Paulo, durante evento do setor de fertilizantes. De acordo com Nassar – que após seu período de pouco mais de um ano no ministério, na gestão da ex-ministra Kátia Abreu, retornou para direção da Agroicone – o governo federal precisa deixar de ser protagonista no crédito rural, para o próprio bem do segmento.

Governo não tem mais capacidade de financiar o agronegócio como antes, destaca André Nassar (Foto: Marcos Santos/USP)

Segundo Nassar, o subsídio governamental foi fundamental para o avanço do agronegócio, mas já não serve mais para atender aos anseios e desafios do setor, justamente pelo fato que o crédito oficial não é, e nunca mais será o mesmo. “O governo não tem mais capacidade de financiar o agronegócio como fez nos últimos anos. É necessário quebrar este modelo”, afirmou, no que foi endossado pelo presidente da Yara, Lair Hanzen, que disse: “crédito é, de fato, elemento crítico para expansão do setor”.

Nassar explicou que este novo cenário decorre do fato de que o “funding” do crédito rural oficial vem caindo sistematicamente, devido à desaceleração econômica. O volume de capital dos Planos Safra é constituído, principalmente, da poupança rural e dos recursos obrigatórios relacionados aos depósitos à vista em bancos. De acordo com Nassar, o agronegócio precisa viabilizar novas fontes e formatos de financiamento, que possam dar resguardo financeiro ao crescimento estimado para o setor. “Estamos em um momento que será preciso optar entre proteger o plantio ou a renda”, ressaltou.

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Em recente encontro do segmento de insumos, o presidente executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Henrique Mazottini, pontuou que os distribuidores de insumos e as tradings aumentaram significativamente sua participação no financiamento do produtor. Na mesma ocasião, Fabiana Alves, diretora do Rabobank, projetou que a tendência é que haja aumento de participação de fundos privados e de operações no mercado de capitais no desafio de financiamento do agronegócio brasileiro.