Agroindústria de carnes quer maior proximidade com produtor de milho

O Brasil tem totais condições de simultaneamente assegurar a demanda interna por milho e exportar excedentes

Datagro

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Diante da escassez de milho e consequente valorização nos preços do grão, principal insumo das agroindústrias de frangos e suínos, no primeiro semestre do ano, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, defendeu uma maior aproximação das fabricantes de carnes com os produtores.

Harmonia entre produtores e indústria é essencial para garantir o abastecimento interno de milho (Foto: ABPA)

Segundo Turra, o Brasil tem totais condições de simultaneamente assegurar a demanda interna por milho e exportar excedentes, mas a garantia de abastecimento do grão para as agroindústrias vai exigir uma maior harmonização de interesses entre produtores e o segmento industrial.

Nos primeiros seis meses do ano, devido ao aquecimento das exportações, a saca do milho no mercado doméstico chegou a alcançar preços recordes, em torno de R$ 60, em um processo natural de equiparação da cotação interna com o valor de venda para o exterior. De acordo com o presidente da ABPA, é inegável que, no tocante às exportações, o milho é a “nova soja”, com tendência de aumento significativo nos embarques para os próximos anos, bem como de preços historicamente mais elevados.

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Esta nova realidade fica evidente, por exemplo, a partir da análise das vendas do grão para o exterior no primeiro semestre. De janeiro a junho, números da Conab apontam que as exportações de milho cresceram 269% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior, totalizando 7,8 milhões de toneladas.

Segundo Turra, é fato que há uma quebra de modelo, uma mudança estrutural em curso. Para se adequar a este novo cenário, o dirigente pontuou que as agroindústrias terão que, a partir de agora, planejar melhor a aquisição de milho, fazendo uma espécie de “hedge” de compra, por meio, por exemplo, de contratos de antecipação. 

“Queremos privilegiar a produção nacional de milho, e queremos também que o produtor fique fidelizado a nós”, disse. Por outro lado, de acordo com o vice-presidente e diretor de mercados da ABPA, Ricardo Santin, o que vale é o mercado. “Se o milho da Argentina, por exemplo, estiver mais barato, a indústria certamente terá que optar por comprar do país vizinho.”

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