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SÃO PAULO – A criação de um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE) resultaria em um aumento de 60,8% nas exportações do agronegócio brasileiro para o velho continente até 2030, aponta o estudo Amcham–FGV “Impactos para o Brasil de acordos de livre comércio”, apresentado nesta semana em São Paulo (SP).
Segundo Lucas Ferraz, coordenador do Núcleo de Modelagem do Centro do Comércio Global e Investimento da FGV e um dos autores do documento, a receita total para o Brasil, com a liberalização do comércio exterior com a UE, poderia chegar a US$ 716,8 bilhões, tendo os embarques do agronegócio como destaque.
Presente ao evento, Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, ressalvou que o desafio é que como o agronegócio brasileiro é de ponta – o setor “provoca medo no mundo” – esta competência dificulta uma maior abertura dos mercados agrícolas.
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Exportar é o que importa
Considerando todos os segmentos, e não só o agronegócio, Vera Thorstensen, coordenadora do Centro do Comércio Global e Investimento da FGV, também autora do estudo, afirmou que o comércio sul-sul, que o Brasil privilegiou nos últimos anos, se esgotou – chega a no máximo 8% de participação das transações mundiais -, e chegou a hora de o País trabalhar para acessar novos mercados, especialmente Estados Unidos (EUA) e Europa.
“Mesmo os países da América do Sul, como, por exemplo, os andinos, estão fazendo acordos intercontinentais, e o Brasil está ficando de fora disso.” De acordo com o estudo, tratados de livre comércio com Europa e EUA representariam um ganho de US$ 1,07 trilhão para o Brasil até 2030. Na avaliação de Vera, as negociações têm que ocorrer fora do âmbito da OMC – que, segundo ela, perdeu protagonismo – e caminhar no trilho dos acordos bilaterais.
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Além disso, de acordo com Vera, a responsabilidade de abrir novos mercados caberá cada vez mais ao setor privado, que precisa “esquecer o governo” e construir por si só uma agenda inédita dedicada a formular uma nova política comercial para o País.
Também presente na apresentação do estudo, Marcos Troyjo, co-diretor do BricLab, da Universidade de Columbia, ressalvou, porém, que mais do que trabalhar no flanco de novas negociações para abertura de mercados, o que o Brasil precisa mesmo é desenhar uma estratégia de promoção internacional, que mostre ao mundo o que, de fato, temos a oferecer.