Cooperativas agropecuárias avançam cada vez mais em direção ao varejo

Por meio de marcas próprias de alimentos prontos, elas passaram a competir de igual para igual com as multinacionais

Datagro

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SÃO PAULO – As cooperativas agropecuárias estão avançando cada vez mais em direção ao varejo, especialmente por meio de marcas próprias de alimentos prontos para consumo. A constatação fica latente após um giro pela feira Apas, principal evento do setor supermercadista do País, que se encerrou na quinta-feira (05), em São Paulo (SP). Pelos corredores da feira, lado a lado com estandes das multinacionais, estiveram lá presentes grandes cooperativas, como, por exemplo, Coamo, Copacol, Aurora, Frimesa, Lar, Confepar, entre outras. Foco no consumidor final e olho nas exportações de produtos prontos são as diretrizes das cooperativas, de acordo com executivos do setor.

Segundo Cláudio Fileto Barros, gerente comercial e de marketing da Confepar, especializada no segmento de lácteos, o avanço das cooperativas ao varejo, com produtos beneficiados e marcas próprias, é uma tendência que ganha cada vez mais corpo.

“As cooperativas estão saindo do regionalismo, do comércio meramente local de suas respectivas regiões, passando a romper fronteiras comerciais”, diz Barros. “E as marcas próprias trazem um reconhecimento da qualidade dos produtos das cooperativas junto ao consumidor”, acrescenta.

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De acordo com Valdemir Paulino dos Santos, gerente comercial da Copacol, que transforma aves, suínos e peixes em carnes prontas, as cooperativas estão num processo cada vez mais acentuado de verticalização de seus negócios, atuando do campo à mesa.

“Jogamos de igual para igual em qualidade, com os produtos das múltis nas gôndolas dos supermercados”, ressalta. “O produtor rural, o cooperado vem passando por um forte processo de profissionalização, investindo em boas práticas, certificações, na modernização do seu negócio, e passou a entender que ele não cria frango ou porco, o que ele faz é carne para o consumidor.”

Alcir José Goldoni, superintendente comercial da Coamo, gigante do Paraná – Estado mais forte no cooperativismo -, o avanço das cooperativas agropecuárias ao varejo é um caminho natural. A Coamo é especializada em beneficiar grãos, leite, café verde, transformando-os em alimentos prontos. Segundo Goldoni, já está bem enraizado na mente do produtor/cooperado que o seu trabalho tem como cliente final o consumidor, seja ele doméstico e/ou de fora do País. “Isso faz com que o cuidado para a fabricação de um alimento seguro e de qualidade comece lá no campo, desde a escolha do melhor insumo.”

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Cooperativismo como diferencial mercadológico

Com a proliferação de diversas certificações, relacionadas, por exemplo, à sustentabilidade, comércio local, origem dos produtos, o mercado também debate se um produto advindo do cooperativismo – que carrega toda uma tradição relativa à responsabilidade social – poderia ser objeto de um selo capaz de se transformar em um diferencial para a tomada de decisão do consumidor. Barros e Paulino são céticos com relação a isso, mas Goldoni enxerga de maneira otimista, usando o próprio exemplo dos produtos da Coamo, que são exportados para a Europa. “Existe sim mercado para isso. Por lá, por exemplo, o consumidor valoriza cada vez mais a originação do alimento.”

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