Apesar de redução na área, produtividade do trigo deve ser maior na Região Sul

A explicação para as projeções otimistas é o clima favorável aos cultivos de inverno que está previsto para os próximos meses

Datagro

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SÃO PAULO – Com o início da safra 2016/17 de trigo, a Região Sul, responsável por 90% da produção brasileira do cereal deve ter a área de plantio reduzida. No Paraná, área de cultivo deve 11% menor. Já no Rio Grande do Sul, a queda pode chegar a 15%. Em contrapartida, são esperadas produtividades 25% acima daquele observada na última safra.

A explicação para as projeções otimistas é o clima favorável aos cultivos de inverno que está previsto para os próximos meses. Segundo Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo, o El Niño é responsável pelos prejuízos nas duas últimas safras, está encerrando seu ciclo, afastando com isso o risco de umidade e excesso de chuva nos cultivos de inverno. “A previsão é de um ano neutro ou com a chegada da La Niña no segundo semestre. Um cenário bastante favorável para a triticultura na Região Sul, já que o tempo seco diminui o risco de doenças fúngicas e a germinação na pré-colheita, fatores que deverão resultar em maior rendimento e melhor qualidade final dos grãos”.

Ainda para o especialista, um ano com clima neutro também pode resultar em economia com defensivos, quando há menor incidência de doenças e, assim, demandar menor investimento em proteção de plantas.

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Geadas

O frio também deverá ser mais intenso no próximo inverno. Conforme Gilberto Cunha, em geral, os anos de La Niña são mais frios porque as massas de origem polar entram com maior facilidade no continente. Assim, as geadas podem ser mais frequentes entre os meses de julho e agosto.

“As geadas, em alguns aspectos, são positivas para as culturas de inverno, já que atuam no controle de plantas daninhas remanescentes do verão e reduzem o metabolismo e o ciclo de surgimento de pragas. Todavia, quando as geadas ocorrem no espigamento do trigo, os danos geralmente são irreversíveis”, avalia Cunha.

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O que preocupa os produtores rurais são as geadas do tarde, que podem causar a morte das espigas.  O potencial de dano varia conforme a época de semeadura do trigo, quando coincide o evento geada com o momento do espigamento do trigo. Podem causar danos no final de julho no trigo do norte do PR, no mês de agosto nas lavouras da região Noroeste do RS, ou a partir de meados de setembro no Planalto do RS. As estratégias para escapar do risco de geadas são o escalonamento do plantio, o uso de cultivares de diferentes ciclos de maturação e seguir o zoneamento agrícola que orienta a melhor época de implantação das lavouras nas diferentes regiões do sul do País.