Boas práticas na agricultura avançam como critério para concessão de crédito rural

Fazendas sustentáveis terão financiamento mais ágil e a juros com taxas mais baratas

Datagro

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SÃO PAULO – As boas práticas agrícolas no campo serão cada vez mais um critério decisivo de seleção para obtenção de financiamento agrícola. Foi o que assinalou o superintendente executivo de Agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, nesta segunda-feira (25), no primeiro dia de realização da Agrishow. Considerada a maior feira de tecnologia agrícola do País, a Agrishow acontece até a próxima sexta-feira em Ribeirão Preto (SP).

Segundo Aguiar, daqui em diante, é mais do que certeza que o produtor rural que investir em um negócio com respeito socioambiental terá privilégios nas operações de crédito rural. “É uma tendência de mercado irreversível, que a cada dia avança mais entre as instituições financeiras que atuam no agronegócio.”

De acordo com o executivo, no caso do Santander, por exemplo, o produtor rural que tem uma atividade considerada “sustentável” consegue captar recursos por meio de linhas com juros mais baixos, bem como tem prioridade, com seu crédito sendo liberado mais rápido. Por outro lado, pontuou Aguiar, o produtor rural que está em desacordo seja com a legislação ambiental e/ou trabalhista tem seu financiamento vetado. “Temos uma área só para isso.”

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Produzindo certo

Para ilustrar seu raciocínio, o executivo citou o exemplo do programa “Produzindo Certo”, iniciativa multi-setorial que certifica propriedades rurais que ancoram seus processos por meio de boas práticas agrícolas.

Segundo Aguiar, o programa, que engloba agricultores do Mato Grosso e de Minas Gerais, certifica fazendas destes dois Estados com o selo da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS, na sigla em inglês), uma das principais certificações de amplitude internacional relacionados à produção agrícola sustentável. 

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O executivo explicou que um dos benefícios financeiros diretos da certificação é que a multinacional Unilever, uma das integrantes do programa, paga um prêmio de três dólares por tonelada para a soja que é direcionada ao processamento. “E o Santander privilegia, com concessão de crédito mais ágil e barato, os produtores que conquistam esta certificação.” Além da Unilever e do Santander, participam, ainda, da iniciativa as empresas Bayer e Yara, e a ONG Aliança da Terra.