Gol salta 11,6% com petróleo em queda e encomenda de aviões; Embraer avança e Petrobras cai 1%

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (16)

Lara Rizério

Petrobras (PETR3;PETR4)

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As ações da Petrobras registraram queda de mais de 1% em um dia marcado pelo vencimento de opções sobre ações e também pela baixa para o petróleo, que caiu cerca de 4% nesta sessão. O movimento de altas e baixas que o petróleo tem desenhado nos últimos dias se deve principalmente às preocupações quanto à oferta, que hoje se aliviam com a reabertura de portos de exportação na Líbia, notícias de aumento na produção da Arábia Saudita e com Rússia e EUA indicando que também podem ampliar o fornecimento. 

O mercado ainda repercutiu a coletiva de imprensa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Rússia, Vladimir Putin. Em entrevista dada em Helsinque, após uma cúpula histórica, Trump e Putin sinalizaram que podem trabalhar em conjunto para regular os mercados de petróleo e gás em meio ao esforço dos dois para diminuir os preços do óleo. Em maio, Putin chegou a dizer que queria o barril em torno de US$ 60, enquanto Trump já pediu, via Twitter, que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumente a produção.

 

Vale (VALE3)

Na análise do BTG Pactual, o relatório da Vale foi em linha com o consenso das previsões, com o nível de produção de minério de ferro surpreendendo positivamente. Outros destaques positivos incluem o impacto “imaterial” que a greve teve sobre a produção e prêmios de qualidade muito fortes neste trimestre ( preço de US$ 20,80 a tonelada no segundo trimestre de 2018 versus US$ 16 a tonelada no trimestre imediatamente anterior). O banco reafirmou sua projeção de um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) acima de US$ 4 bilhões para o segundo trimestre de 2018 da empresa, e segue recomendando compra das ações VALE3. 

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Ainda no radar da companhia, o governo do Espírito Santo (ES) ajuizou uma ação para barrar o processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Vitória-Minas para a Vale. O objetivo é garantir que os investimentos realizados pela mineradora como contrapartida sejam realizados no estado e não no Centro-Oeste. Pela proposta que vem sendo negociada pelo governo federal, detentor da concessão da ferrovia, com a companhia, serão investidos R$ 4 bilhões na construção de uma nova ferrovia – majoritariamente no território do Mato Grosso – para atender o agronegócio.

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No ínicio de julho, o governo chamou a imprensa para anunciar que a Vale foi escolhida para construir um trecho de 383 km da ferrovia entre os municípios de Campinorte, em Goiás e Água Boa, em Mato Grosso. A nova malha teria a missão de apoiar o escoamento de grãos do Estado, ligando-se ao traçado da Ferrovia Norte-Sul.

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Em troca da obra, a Vale receberia a renovação automática das concessões da Ferrovia Vitória-Minas, entre Vitória e Belo Horizonte, e da Estrada de Ferro Carajás, que passa pelos Estados do Maranhão e do Pará, ligando o Porto do Itaqui, em São Luís (MA) e Marabá e Parauapebas (PA). A medida, entretanto, provocou insatisfação nos Estados em que estão localizadas as ferrovias.

De acordo com o procurador-geral do Estado, Alexandre Nogueira Alves, o objetivo da ação, ingressada na Justiça Federal do ES, é suspender o processo de renovação antecipada e marcar um audiência de conciliação com Governo Federal. O réu na ação é a União e não a Vale. Segundo o procurador, a governo está realizando um processo sem transparência e pouco sustentado tecnicamente.

Embraer (EMBR3)

Em meio a tantos contratempos na bolsa após o acordo com a Boeing, uma boa notícia para a Embraer, levando a suas ações a terem uma sessão de ganhos. A companhia brasileira e a norte-americana United Airlines anunciaram na manhã desta segunda-feira, durante o Farnborough Airshow, na Inglaterra, a assinatura de um pedido firme de 25 jatos E175, que serão configurados com 70 assentos. O contrato é avaliado em US$ 1,1 bilhão (preço de lista), e será incluído na carteira de pedidos do terceiro trimestre de 2018. As entregas tem início previsto no segundo trimestre de 2019.

Com o contrato, as vendas do E175 para companhias aéreas norte-americanas somam mais de 400 jatos desde janeiro de 2013, concentrando mais de 80% do total de pedidos no segmento de jatos de 70 a 76 assentos.

Desde que entrou em operação, a família de E-Jets recebeu mais de 1.800 pedidos e mais de 1.400 aeronaves foram entregues, informa a Embraer em comunicado. Segundo a companhia aérea brasileira, os E-Jets fazem parte da frota de mais de 70 clientes em 50 países.

Para a equipe de análise do BTG Pactual, a notícia do contrato é positiva para a Embraer e ajuda a diminuir o risco de 2019, já que o contrato representa de 3% a 4% da carteira de pedidos firmes da companhia. Desde a joint venture anunciada com a Boeing, os papéis da empresa caíram 18%, uma vez que o preço pago foi abaixo do esperado pelo mercado, mas o banco segue gostando do case. 

Além disso, a Embraer estima que a demanda por aeronaves de até 150 assentos deve alcançar 10.550 novas unidades nos próximos 20 anos. O mercado, avaliado em US$ 600 bilhões, é a grande aposta da empresa brasileira, que no início do mês vendeu 80% de sua divisão de aviação comercial para a americana Boeing.

O fechamento do negócio ocorreu especialmente porque as maiores rivais de ambas as empresas – a canadense Bombardier e a europeia Airbus – fizeram uma parceria, em outubro, para a fabricação de aviões com capacidade para até 150 passageiros, segmento em que a brasileira é líder. O negócio vai permitir que as empresas concorram em igualdade.

A fabricação de aeronaves de até 150 assentos representa um dos principais pilares de sustentabilidade do negócio de aviação no mundo, afirmou a Embraer, que publicou neste domingo, 15, projeções para o mercado da aviação nas próximas duas décadas. Segundo a companhia, esse nicho deve compor de forma integral parte do ecossistema do transporte aéreo global, uma vez que está mais bem posicionado para combinar eficiência de custo com maior receita unitária.

“O desempenho passado não é garantia de resultados no futuro. Apesar de o crescimento da indústria ter superado todas as expectativas nos últimos anos, estamos nos preparando para um período de aumento de custos, com contínua pressão por aumento da rentabilidade. Os lucros estão caindo e os ganhos desaparecendo com o aumento de custos”, avalia John Slattery, presidente da Embraer Aviação Comercial, em relatório divulgado durante a feira de Farnborough, na Inglaterra.

De acordo com a companhia, o desempenho econômico da indústria de transporte aéreo vai depender principalmente do ritmo de subida dos custos e da capacidade do setor em manter uma “receita vigorosa” nos próximos anos. Nesse contexto, acrescenta a Embraer no documento, o segmento de aviões de até 150 assentos desafia o “paradigma” de que aeronaves menores necessariamente têm custo por assento maior, aproximando a eficiência operacional por assento de grandes jatos de corredor único, com um custo por viagem aproximadamente 20% menor.

Gol (GOLL4)

A Gol disparou em meio à queda do petróleo (boa parte do seu custo é relacionado ao preço do combustível) e após a companhia aérea assinar um novo contrato para a aquisição adicional de 15 jatos Boeing 737-MAX 8, elevando o total de pedidos da companhia aérea brasileira para 135 jatos. “Este novo pedido reforça a estratégia de reduzir custos operacionais operando uma frota padronizada e uma malha integrada, permitindo que a Gol continue a reduzir as tarifas nas rotas atendidas pela companhia e também adicionar novos destinos”, disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, no comunicado.

A Gol também comunicou a conversão de 30 pedidos atuais do modelo MAX 8 para 737 MAX 10, garantindo uma capacidade adicional de 30 assentos. “A capacidade adicional proporcionará à Gol maior flexibilidade e uma vantagem competitiva em custo, já que o MAX 10 terá o menor custo por assento quando comparado com qualquer avião de corredor único disponível no mercado”, disse a companhia.

A Smiles (SMSL3), controlada pela Gol, teve a terceira maior alta do índice.

Forjas Taurus (FJTA3)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou Edair Deconto, ex-diretor não estatutário da Forjas Taurus e membro do Comitê de Auditoria e Riscos da companhia, a multa de R$ 200 mil. Ele foi acusado de negociar ações da empresa de posse de informações privilegiadas. Esse é um dos Processos Administrativos Sancionadores (PAS) relacionados à venda do controle da SM Metalurgia para a Renill Participações.

A investigação realizada pela Superintendência de Relações com Empresas mostrou que Deconto negociou ações da Forjas Taurus entre os dias 5 e 16 de julho de 2013, sabendo que a Renill não quitaria uma dívida de R$ 115 milhões, referente a uma parcela do negócio. A defesa alegou que ele não exercia o cargo de diretor estatutário e, por isso, não detinha informações privilegiadas nem estava proibido de negociar. O relatório do PAS mostra que, na época, a diretora de relações com investidores da própria companhia fez circular um memorando no qual declarava que, desde 5 de julho, os membros da administração detinham informações privilegiadas. Além disso, como membro do Comitê de Auditoria e Riscos, o acusado tinha status de estatutário. 

No voto, o diretor-relator, Gustavo Borba, rejeitou ainda a alegação da defesa de que haveria conexão do processo com o PAS RJ2014/13977, que trata da própria operação de venda da SM Metalurgia. Segundo ele, “a negociação como insider prescinde da atuação do Acusado na modelagem do negócio, mas apenas a ciência, no momento da negociação, do fato relevante não divulgado”.

Somos Educação (SEDU3)

A B3 autorizou, em 12 de julho, a companhia a manter, provisoriamente, percentual de ações em circulação em patamar inferior a 25% “até a realização da OPA”, segundo comunicado. “Adicionalmente, após a realização do leilão da OPA, será concedido automaticamente um período de 18 meses para o reenquadramento do free float nos termos do Regulamento do Novo Mercado”.

A autorização da B3 está condicionada à manutenção em circulação de ações representativas de, no mínimo, 23,75% do capital social da Somos Educação.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.