Ibovespa cai mais de 2% com Petrobras e bancos; dólar vira para queda com atuação do BC

Mercado brasileiro acompanha o dia negativo no exterior em meio aos renovados temores de guerra comercial entre EUA e China

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após duas sessões de forte recuperação, o Ibovespa intensifica perdas na sessão desta quinta-feira (21) e opera em queda de mais de 2%. Às 15h26 (horário de Brasília), o índice tinha perdas de 2,39%, a 70.397 pontos, sendo puxado para baixo principalmente por Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e bancos. 

Por outro lado, o dólar comercial registra queda de 0,37%, a R$ 3,7684 na venda, após o Banco Central fazer mais uma oferta de swap no valor de US$ 1 bilhão. 

O mercado brasileiro acompanha o dia de queda no exterior, com a volta dos temores de tensão comercial entre EUA e China e também atento ao resultado do IPCA – 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de junho, que ficou acima do esperado. 

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O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,14% para 1,11% na passagem de maio para junho, ficando acima das projeções de avanço de 1%. Em comparação ao visto em junho de 2017, o índice passou de 2,70% para 3,68%, superando a expectativa de avanço de 3,56%. A forte aceleração teve impacto direto da greve dos caminhoneiros, que gerou uma crise no abastecimento em todo o País.

Além do resultado da inflação, os investidores digerem a decisão do Copom. Após surpreender em maio ao manter os juros, o Comitê desta vez correspondeu ao esperado e deixou a Selic em 6,5% ao ano. No comunicado da decisão, o Banco Central abriu a porta a possível alta ao abandonar o sinal mais reforçado de juro estável; para economistas, o BC adotou tom neutro no comunicado e evitou se comprometer com próximos passos, o que pode levar a uma resposta moderada dos ativos financeiros nesta quinta-feira.

“O Banco Central tomou a decisão correta. Não vemos por ora necessidade de uma alta da Selic ainda este ano e, a depender da reputação do próximo time no BC, não seria necessário uma alta já no início de 2019. As incertezas, no entanto, recomendam cautela, sendo que o discurso do BC não fechou as portas para altas”, destacou a XP Investimentos em nota para clientes – veja a análise completa clicando aqui

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Apesar do tom “suave” do Copom, os juros futuros sobem após o resultado acima do esperado do IPCA-15. Os contratos com vencimento em janeiro de 2019 subiam 4 pontos, aos 7,07%, enquanto os contratos em janeiro de 2021 registravam alta de 18 pontos, aos 9,82%. Enquanto isso, os contratos futuros de dólar com vencimento em julho subiam 0,66%, aos R$ 3,799.

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Guerra comercial pressiona o mercado

Nesta quinta-feira, o governo chinês afirmou que está totalmente preparado para responder de maneira vigorosa as medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Não deixando barato, Wilbur Ross, secretário de Comércio dos EUA, disse que se houver uma guerra comercial, os EUA têm mais munição que qualquer outro país.

Com o clima entre as duas maiores economias do mundo cada vez mais tenso, as bolsas norte-americanas recuam nesta quinta-feira, com destaque para a queda de 0,61% do índice Dow Jones. Além disso, a queda de 2% do petróleo em NY ajuda no movimento de correção do mercado. O petróleo cai abaixo de US$ 65 em meio a informações de que a Arábia Saudita estão tentando convencer outros grandes produtores de petróleo a elevar sua oferta combinada em 500 mil barris por dia.

Ações em destaque

Na ponta negativa, destaque para as ações da Eletrobras, após ser adiado o projeto que viabilizaria a venda das distribuidoras da estatal, enquanto a Petrobras registra queda em meio a uma combinação entre a queda do petróleo e o julgamento de ação trabalhista bilionária contra a empresa pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 25,77 -7,27 +25,71 65,64M
 ELET6 ELETROBRAS PNB 14,91 -5,87 -34,32 32,68M
 ELET3 ELETROBRAS ON 12,75 -5,56 -34,07 38,43M
 PETR4 PETROBRAS PN N2 15,45 -4,69 -3,85 765,46M
 CVCB3 CVC BRASIL ON 43,19 -4,49 -9,60 45,12M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRKM5 BRASKEM PNA 51,46 +4,59 +25,21 102,82M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 44,31 +2,78 +138,22 127,43M
 JBSS3 JBS ON 9,30 +2,09 -4,69 81,21M
 SMLS3 SMILES ON 47,17 +1,90 -34,70 31,74M
 SAPR11 SANEPAR UNT N2 49,46 +0,84 -15,07 6,81M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Notícias do dia
Os jornais se voltam mais uma vez para a disputa dos presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) pelo chamado partidos do Centrão. Em comum, ambos participaram de encontros com representantes do DEM, que jantaram com Ciro na noite de terça e tomaram café com Alckmin na manhã seguinte, destaca o Estadão. O tucano se encontrou também com dirigentes do PTB e do PRB, enquanto o pedetista se reuniu com líderes do PP, Solidariedade e PRB. 

O bloco formado por DEM, PP, Solidariedade e PRB vai marcar uma conversa com Alckmin para o início de julho. O grupo pretende anunciar quem apoiará, em conjunto, para a Presidência até o próximo dia 15. Ao jornal O Globo, Rodrigo Maia (DEM-RJ) destacou que seu partido está mais perto do tucano, enquanto a coluna Painel, da Folha, aponta que Gomes fez gestos enfáticos durante jantar com o DEM e o PP.

Já no âmbito da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro marcou para o dia 11 de setembro o terceiro interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, o petista vai falar em ação penal que responde por supostas propinas de R$ 1 milhão referentes às reformas do sítio em Atibaia.

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta manhã a Operação Pedra no Caminho, que apura desvio de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. Entre os alvos está Laurence Casagrande Lourenço, atualmente presidente da Cesp (CESP6) e que foi ex-diretor presidente da Dersa, responsável pelas rodovias do Estado de São Paulo, no período qual foram apuradas as irregularidades.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.