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SÃO PAULO – Depois de subir mais de 1% nas primeiras horas de pregão, o Ibovespa zerou seus ganhos e às 11h48 (horário de Brasília) desta quarta-feira (20) registrava ligeira alta de 0,04%, aos 71.423 pontos, após o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçar o compromisso de elevar os juros, citando o ritmo forte de crescimento da economia norte-americana.
Como consequência da fala hawkish, ou seja, mais propenso ao aperto da política monetária, as bolsas dos EUA perderam forçam, com Dow Jones negociando em ligeira queda de 0,12%, enquanto os rendimento dos Treasuries de 10 anos subiam, atingindo a marca de 2,91%. A sinalização do presidente do Fed também reverteu a queda do dólar, que, depois de recuar 1% pela manhã, registrava ligeira alta de 0,13%, aos R$ 3,756.
Em discurso para o Fórum do BCE (Banco Central Europeu) sobre Bancos Centrais em Sintra, Powell afirmou que o cenário econômico nos EUA sustenta a perspectiva do Banco Central de avançar com o aperto gradual da política monetária: “com o desemprego baixo e com expectativa de cair ainda mais, a inflação próxima ao nosso objetivo e os riscos para as perspectivas mais ou menos equilibrados, a circunstância para aumentos graduais contínuos na taxa dos fundos federais é forte”, afirmou.
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Decisão do Copom
Há muito tempo não se via uma decisão tão imprevisível até às vésperas da reunião. A surpresa da última reunião, com a manutenção da Selic em um cenário que o Banco Central indicou a todos que iria cortar os juros, aumenta as dúvidas sobre o que pode acontecer nesta quarta após o fechamento do pregão. A expectativa é de manutenção dos juros em 6,5% ao ano, mesmo em meio à pressão com a alta do dólar, com os investidores fazendo no último pregão uma reprecificação na curva de juros na véspera, passando a precificar apenas 30% de chance de alta de 0,25 ponto percentual da Selic, ante mais de 80% de probabilidade de alta de 0,50 ponto percentual nos piores momentos da semana passada.
Apesar da tendência do mercado em acreditar em uma das possíveis decisões, os dois caminhos possuem boas justificativas. De um lado estão os traders e alguns analistas que querem que o BC tenha uma “cabeça” de tesoureiro, ou seja, suba os juros para recuperar o “carry trade” (ganho de quem aposta na moeda brasileira, tendo os juros domésticos como retorno), que perdeu atratividade com a Selic a 6,50%.
De outro lado está a maioria dos economistas, que acredita, primeiramente, que Ilan manterá seu discurso de manter separadas as políticas monetária e cambial, ou seja, não usará a Selic para controlar o dólar, que seguirá sob atuação do BC por meio de operações com as de swap. Os “ensinamentos” de economia dizem que a taxa de juros deve ser usada para combater apenas os efeitos secundários da depreciação cambial, como por exemplo, o impacto na inflação. A decisão será divulgada a partir das 18h (veja a análise completa clicando aqui).
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Destaques do mercado
Do lado positivo, as ações da Lojas Renner sobem após ser elevada para compra pelo Itaú BBA, enquanto os papéis da Suzano seguem em queda diante dos receios do aumento da guerra comercial entre EUA e China, o que afeta diretamente as commodities.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
C?d. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 27,53 | +4,92 | +34,29 | 25,92M |
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 15,93 | +3,31 | -0,86 | 609,20M |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | 127,04 | +2,73 | +58,80 | 129,04M |
LREN3 | LOJAS RENNERON | 29,28 | +2,70 | -17,14 | 36,24M |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 18,33 | +2,69 | +8,58 | 92,69M |
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
C?d. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
UGPA3 | ULTRAPAR ON | 46,80 | -3,90 | -36,87 | 30,82M |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 42,62 | -2,81 | +129,14 | 97,65M |
RENT3 | LOCALIZA ON | 23,29 | -2,67 | +5,82 | 31,72M |
CCRO3 | CCR SA ON | 10,26 | -2,29 | -35,42 | 29,07M |
MRFG3 | MARFRIG ON | 7,96 | -2,21 | +8,74 | 5,80M |
* – Lote de mil a??es 1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o) |
Gleisi Hoffmann absolvida
A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na noite da última terça-feira (19) pela absolvição da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como do seu marido e ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A senadora foi acusada de receber R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010. A absolvição foi pela mesma turma do STF que julgará no dia 26 um novo pedido para tirar ex-presidente Lula da cadeia. Contudo, como aponta a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a prisão de Lula dificilmente será reavaliada pelo Supremo na próxima terça-feira (26). Magistrados da 2ª Turma acreditam que o assunto já se esgotou com a decisão do plenário da corte de negar habeas corpus ao petista, aponta a publicação.
A defesa de Lula pede urgência na suspensão da condenação do ex-presidente, uma vez que ele é pré-candidato à presidência e tem seus direitos políticos cerceados em função da execução da pena determinada por unanimidade pelos três desembargadores que compõem a 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). “Além de ver sua liberdade tolhida indevidamente, corre sério risco de ter, da mesma forma, seus direitos políticos cerceados, o que, em vista do processo eleitoral em curso, mostra-se gravíssimo e irreversível”, argumentaram os advogados no pedido relatado por Fachin.
Já no radar eleitoral, o Valor Econômico destaca que a cúpula do DEM se reúne hoje com o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. Porém, aponta que, pelo menos por mais três semanas, a cúpula do DEM não dará sinais sobre qual candidatura à Presidência da República apoiará, caso o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), realmente desista de participar da corrida presidencial. Maia e aliados jantaram ontem com o pré-candidato do PDT ao comando do Palácio do Planalto, Ciro Gomes.
Enquanto isso, o Estadão informa que dirigentes do MDB têm falado com mais frequência em abandonar a candidatura de Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto caso ele não cresça nas pesquisas até a convenção do partido, que dever ocorrer entre o final de julho e o início de agosto. Uma meta estipulada por emedebistas é o ex-ministro da Fazenda encostar em Alckmin nas pesquisas até lá. O presidenciável do PSDB aparece com 6% e 7% no último Datafolha, a depender do cenário pesquisado. Meirelles, tem 1% das intenções de votos.
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