Petrobras sobe mais de 3% de olho na cessão onerosa; bancos amenizam alta e Vale zera ganhos

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão começou de ganhos para o Ibovespa, desta vez acompanhando o mercado internacional, que repercutia os menores temores sobre uma guerra comercial entre EUA e China. Contudo, o Ibovespa amenizou os ganhos com bancos; já Petrobras segue em forte alta. Confira no que se atentar no pregão desta quarta-feira (20):

Petrobras (PETR4)

Em um dia de ganhos no petróleo com o mercado atento a dados de estoques de petróleo nos EUA, que teve queda de 5,9 milhões de barris, e à espera da decisão da Opep, a sessão é de alta também para a Petrobras, que também repercute novidades sobre a cessão onerosa. Ciente de que terá que pagar à Petrobras na renegociação do contrato de cessão onerosa e para não comprometer o teto de gastos de 2019 com mais uma despesa, o governo quer finalizar a operação ainda este ano, informa a Bloomberg citando uma pessoa do governo a par das negociações. O assunto foi tratado nesta terça-feira entre ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o presidente do TCU, Raimundo Carreiro. A cessão onerosa é vista como um dos grandes catalisadores para a estatal no curto prazo. 

Vale destacar que o Plenário da Câmara dos Deputados encerrou ontem a discussão do Projeto de Lei 8939/17, que permite à Petrobras negociar até 70% de seus direitos de exploração de petróleo do pré-sal na área cedida onerosamente pela União.

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De autoria do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), o texto muda a Lei 12.276/10, que autorizou a União a repassar diretamente à sua estatal, sem licitação, uma área na Bacia de Santos (SP) ao valor de R$ 74,8 bilhões. A votação do projeto foi adiada para esta quarta-feira. 

Por fim, a Petrobras reduziu o preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,8941 o litro para R$ 1,8841 o litro, segundo informações no website da empresa, com preços antes de impostos válidos a partir de 21 de junho.

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Já o projeto que permite a venda direta de etanol dos produtores para os postos foi aprovado na terça-feira pelo Senado por 47 votos a favor e 2 contra. Texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara.

Bancos

As ações de bancos abriram em alta, mas amenizaram fortemente os ganhos, após Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) chegarem a registrar alta superior a 3% no início da sessão. Ontem, muitos investidores passaram a olhar para as “barganhas” da bolsa após as fortes quedas registradas no último mês, o que inclui as instituições financeiras, mas o movimento se arrefeceu nesta manhã. 

Vale (VALE3)

As ações da Vale zeraram os ganhos após abrirem em alta, com sinais de arrefecimento do pânico gerado pelo risco de agravamento da guerra comercial entre EUA x China e que fizeram o minério de ferro cair forte na véspera. 

Na segunda-feira (18), as tensões comerciais entre Washington e Pequim se agravaram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ter pedido um estudo sobre a imposição de tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em bens chineses. No fim da semana passada, a Casa Branca já havia anunciado planos de tarifar em 25% um total de US$ 50 bilhões em produtos chineses. Em resposta às ameaças do governo americano, Pequim disse estar preparada para retaliar na mesma medida. 

Apesar das incertezas, alguns analistas acreditam que haverá uma pausa temporária nos desdobramentos comerciais, permitindo que o apetite por risco tome fôlego. “Na área comercial, provavelmente veremos um período de ‘hibernação’ de dois meses, enquanto os EUA levam adiante o processo legal das tarifas sobre os próximos US$ 200 bilhões e a China aguarda a resposta formal da (Casa Branca)”, apontaram estrategistas da RBC Capital Markets em nota a clientes. 

Enquanto isso, as ações da Suzano (SUZB3), também afetadas pela disputa comercial, seguem tendo mais um dia de queda na bolsa após a baixa de mais de 5% na véspera. Contudo, no ano, os papéis da companhia são de longe a maior alta do Ibovespa, com ganhos de 130%. Vale destacar ainda que a ação é impactada pela queda do dólar nesta sessão, com o comercial registrando perdas de 0,78%, a R$ 3,7151 na venda. 

Embraer (EMBR3)

Segundo informa o Valor, a OMC vai empurrar para 2019 a decisão na disputa entre Embraer e Bombardier. Ou seja, um atraso de praticamente um ano. 

Os juízes do caso informaram aos membros da OMC que, devido à complexidade do caso, só apresentarão sua decisão no segundo semestre de 2019. Normalmente, pelas regras envolvendo esses contenciosos, isso deveria ocorrer entre agosto e novembro deste ano ainda. 

BR Distribuidora (BRDT3)

Ainda falando sobre o setor de combustíveis, o Bradesco BBI destacou em relatório que a BR Distribuidora deve perder R$ 221 milhões milhões com a greve de caminhoneiros. O impacto da greve deve reduzir o Ebitda do segundo trimestre em 29%, segundo relatório dos analistas do Bradesco BBI Vicente Falanga e Osmar Camilo.

A Raízen, joint venture entre a Cosan e Shell, deve ter perdas de R$ 192 milhões devido a greve, reduzindo Ebitda em 28%. As perdas para distribuidores foram causadas por variações de estoques, volumes mais baixos e despesas extraordinárias com segurança e mão-de-obra.

Lojas Renner (LREN3)

No radar de recomendações, a Lojas Renner teve a recomendação elevada a outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo Itaú BBA, com preço-alvo de R$ 37.

BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3)

O Valor Econômico destaca que, em meio a dificuldades financeiras, a BRF está se desfazendo de parte da fatia de 11,6% que detinha na Minerva – terceira maior empresa de carne bovina do país, o que vem exercendo forte pressão negativa sobre as ações da Minerva.

De acordo com o jornal, a BRF começou a vender ações da Minerva na primeira semana de junho. Desde então, as ações BEEF3 recuaram quase 20% na B3, atingindo o menor patamar em mais de seis anos. O valor de mercado da Minerva atingiu R$ 1,4 bilhão ontem, ante R$ 1,6 bilhão no início deste mês. 

A BRF se tornou acionista da Minerva em 2014, quando vendeu os dois abatedouros de bovinos que tinha em Mato Grosso e, em troca, recebeu 29 milhões de ações da Minerva. Procurada pelo jornal, a BRF informou que “qualquer movimentação dessa participação será informada ao mercado”.

Ambev (ABEV3)

Segundo o Estadão, depois da forte pressão dos grandes fabricantes de refrigerantes, o governo negocia com o setor um restabelecimento parcial do benefício fiscal para a produção de xarope concentrado na Zona Franca de Manaus em 2019. Para 2018, a equipe econômica não vê espaço para alterações.

Para bancar o “bolsa caminhoneiro” – como ficou conhecido o conjunto de benefícios concedido para interromper a greve de 11 dias que paralisou o País -, o governo praticamente retirou incentivo a produtores de concentrados de refrigerantes instalados na Zona Franca. Mas as empresas que foram prejudicadas e os parlamentares da bancada do Amazonas pressionam o governo a voltar atrás. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o governo não vai alterar a decisão de reduzir os incentivos fiscais de 20% para 4% do concentrado da Zona Franca.

Fontes informaram que há possibilidade de recompor parte do incentivo, mas não para a situação que vigorava antes. A perda da economia esperada para 2019 terá de ser compensada com outras medidas.

A alteração na alíquota, editada por meio de decreto do presidente Michel Temer, anula o incentivo fiscal que tem permitido a grandes empresas, como Coca-Cola, Ambev e Pepsi, acumularem grandes volumes de crédito tributário.

Ecorodovias (ECOR3)

A Ecorodovias anunciou ter assinado nesta terça-feira o contrato de concessão para explorar um lote de rodovias em Minas Gerais, numa concorrência vencida pela empresa em fevereiro.

O lote é composto pelos trechos BR-135 (301,2 quilômetros), MG-231 (22,65 quilômetros) e LMG-754 (40,1 quilômetros), com extensão conjunta total de 363,95 quilômetros. A Ecorodovias pagou R$ 2,06 bilhões para poder explorar a concessão do trecho por 30 anos.

Somos Educação (SEDU3) e Kroton (KROT3)

Segundo o Valor Econômico, a Somos Educação — que está em processo de venda para a Kroton — fechou a compra da Escola Santi (antigo Santo Inácio), localizada em São Paulo. A transação gira entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões, segundo o jornal apurou.

NotreDame Intermédica (GNID3)

A NotreDame Intermédica adquiriu cerca de 90% do Grupo Samed, que opera em São Paulo. 

Pelo acordo, a Notre Dame terá controle indireto de 95,14% da Samed, além de 91,86% e outros negócios do grupo de maternidade e laboratório de análises clínicas. A Notre Dame ainda fará uma oferta para comprar a
participação restante pertencente a minoritários para adquirir até 100% dos negócios do grupo.

Locamerica (LCAM3)

O Conselho de Administração da Locamerica aprovou Pedro Roque Almeida para presidente do conselho.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.