Petrobras, Vale e siderúrgicas caem forte com aversão ao risco; ações reagem a recomendações com queda de até 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (18)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é mais uma vez de queda para o Ibovespa com o dia também mais azedo no cenário externo, com destaque para a queda de blue chips como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). A Vale e as siderúrgicas caem em meio ao aumento das tensões comerciais entre China e EUA em um dia misto para o minério, enquanto a Petrobras também registra uma sessão de baixa de olho na reunião da Opep. Já a Braskem tem um movimento de realização após a disparada da sexta-feira e a Embraer alterna entre leves perdas e ganhos após novidades sobre o acordo com a Boeing. Confira os destaques: 

 

Braskem (BRKM5)

Os bancos credores da Odebrecht tendem a aceitar um acordo para trocar as ações da Braskem por outras da empresa resultante da fusão com a LyondellBasell, segundo reportagem do Valor, que cita pessoas próximas aos credores.

Itaú, Bradesco, BB, BNDES e Santander têm as ações da Braskem em garantia a empréstimos concedidos à Odebrecht, e por isso precisam dar um waiver para que o negócio seja fechado.  Vale destacar que, na sexta-feira, quando a Odebrecht confirmou negociações para a venda de sua fatia na Braskem para a holandesa, os papéis saltaram 21,40%. 

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Embraer (EMBR3)

Segundo informa a coluna Radar Online, de Lauro Jardim, o negócio da Embraer com  Boeing será fechado em 15 dias, em linha com as informações da Bloomberg da última semana de que a join venture seria fechada. Em meio a esse cenário, os analistas do BTG Pactual reiteraram recomendação de compra para os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia, destacando que o acordo ainda não está totalmente precificado nos papéis. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras registra queda seguindo a aversão ao risco do mercado, apesar do movimento de leves ganhos do petróleo. Investidores aguardam um importante encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de outras nações, como a Rússia, que decidem nesta semana se relaxam um acordo para cortar a oferta. Além disso, as tensões no comércio mundial estão no radar.

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Destaque ainda para as falas do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, sobre a Petrobras. Guardia diz que a estatal é livre para definir política de preço e que discussões na ANP se referem apenas ao momento da revisão de preços – quando e com que frequência – e não à política em si. “O que está sendo discutido agora é qual é o momento mais adequado para essas revisões – seja diária ou mensal, por exemplo”, afirmou. Guardia ainda apontou que o governo espera que a Câmara aprove um projeto-chave que permite à Eletrobras vender seis distribuidoras. 

Voltando ao noticiário da petroleira, a Petrobras confirmou conversa com Cade sobre risco rejeição na venda da Liquigás. A empresa disse que o Cade tem como uma de suas atribuições a discussão prévia de futuros atos de concentração, dando orientações gerais, e não negocia com as empresas antes que seja protocolado na entidade um ato de concentração, e nem antes que o processo de venda tenha iniciado. Enquanto isso, obteve decisão favorável na Justiça sobre a venda de campos em Sergipe. Ela também informou que a produção de petróleo e gás em maio foi de 2,67 milhões de boed.

Por fim, a Petrobras mudou o preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,9178 o litro para R$ 1,8941 o litro, enquanto o preço do diesel mantido em R$ 2,0316 o litro. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 19 de junho.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

As ações de Vale e siderúrgicas, como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), têm mais um dia de queda na bolsa. Em destaque, na sexta-feira (15), os EUA anunciaram a imposição de tarifas de 25% sobre importações chinesas no valor de US$ 50 bilhões. No mesmo dia, a China anunciou uma retaliação na mesma proporção, apesar do presidente americano, Donald Trump, ter ameaçado adotar barreiras adicionais caso isso ocorresse.

As tarifas dos EUA serão aplicadas em duas etapas. A primeira atingirá importações de US$ 34 bilhões e entrará em vigor no dia 6 de julho. Já a barreira sobre os restantes US$ 16 bilhões estará sujeita a uma revisão antes de começar a valer. A China agirá da mesma forma, mas existe o temor de que Pequim tarife produtos de energia americanos na segunda fase, fator que ajuda a pressionar as cotações do petróleo desde o fim da semana passada.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil anunciou a elevação de sua participação no Banco Patagonia para 80,38% depois de três acionistas minoritários do banco argentino terem exercido opção de vender para a instituição brasileira a fatia conjunta equivalente a 21,42% no negócio. 

O BB disse  ter sido notificado que os acionistas Jorge Guillermo Stuart Milne, Ricardo Alberto Stuart Milne e Emilio Carlos González Moreno exerceram a opção de venda de suas fatias no Banco Patagonia para o banco brasileiro.

O preço de exercício da opção de venda é de US$ 1,314 por ação, totalizando US$ 202,375 milhões. 

O BB ainda informou que o reconhecimento da nova participação do Banco Patagonia em seu balanço, o índice de capital principal, terá queda de 12 pontos base. Esse índice fechou março em 9,8%. A operação depende de aprovações dos Bancos Centrais do Brasil e da Argentina.

Itaú Unibanco (ITUB4)

Segundo informa o jornal Valor Econômico, o  Itaú Unibanco obteve na Justiça liminar para impedir a Carf (Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) de julgar recurso da Fazenda Nacional contra decisão que derrubou cobrança de R$ 26,6 bilhões, relativa à fusão entre as instituições financeiras em 2008, o processo de maior valor da história do órgão.

O caso foi julgado pela 1ª Turma da 2ª Câmara da 1ª Seção em abril de 2017, com vitória do banco por um voto. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) recorreu, então, à Câmara Superior. Porém, por não concordar com o teor do recurso, o Itaú Unibanco decidiu levar a questão para a Justiça. Para a instituição financeira, o paradigma apresentado pelo órgão — decisão com a mesma tese em sentido contrário — não seria adequado ao caso.

Contudo, o dia é de queda para os papéis da instituição financeira, assim como de bancos como Bradesco (BBDC3;BBDC4) e do Santander (SANB11), enquanto o Banco do Brasil opera próximo à estabilidade. 

Cesp (CESP6)

A próxima reunião do conselho diretor do PED ainda não está oficialmente agendada e, assim que ocorra, “e havendo decisão relevante”, a companhia fará divulgação ao mercado através dos meios oficiais, segundo comunicado em resposta a pedido de esclarecimento.  A Cesp diz que “não tem a política de divulgar tais eventos através da mídia, sem anterior divulgação aos órgãos reguladores”. 

Recomendações

Já no radar de recomendações, JBS (JBSS3) foi elevada a ’overweight’ pelo JPMorgan, enquanto a M.Dias Branco (MDIA3) foi rebaixada a underweight pelo mesmo banco, levando a uma queda de até 5,84% dos papéis.  Ambev (ABEV3), por sua vez, teve o ADR (American Depositary Receipts) rebaixado de overweight para neutra pelo banco. 

IMC (MEAL3)

Após muitos rumores no mercado, o Conselho de administração da IMC aprovou a celebração do acordo de associação com a Abanzai Representações e sua controlada Sapore, estabelecendo as bases para uma potencial combinação de negócios entre as companhias, disse a dona do Viena e Frango Assado em comunicado na CVM.

A combinação da IMC e Sapore, caso implementada, resultará faturamento superior a R$ 3 bilhões e operações complementares nos segmentos de serviços e varejo de alimentos, diz a nota. A empresa contará com mais de 1,4 mil pontos de vendas distribuídos em 5 países e com mais de 25 mil funcionários. O acordo prevê que os acionistas da Sapore tornem-se titulares de ações de emissão da IMC correspondentes até 41,79% do seu capital social ao final da operação, sujeita a aprovação pelos acionistas da IMC.

A operação se dará por oferta pública voluntária, a ser lançada por sociedade do grupo Sapore, para a aquisição de até 25% das ações da IMC, pelo preço de R$ 9,30 por ação de emissão da IMC.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.