Dólar cai 1% e DIs recuam forte após intervenções do governo para acalmar o mercado

Ibovespa Futuro recua acompanhando correção dos mercados internacionais

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto recuavam 0,42%, aos 71.765 pontos, às 9h31 (horário de Brasília) desta sexta-feira (15), acompanhando o movimento de queda do mercado internacional após Trump aprovar tarifas de US$ 50 bilhões sobre produtos chineses, reacendendo os temores de uma guerra comercial. Enquanto isso, os contratos de dólar e juros futuros recuavam após intervenções do BC, Tesouro e CMN (Conselho Monetário Nacional) para acalmar os ânimos do mercado.

Depois da moeda disparar 2,3% na véspera e retornar para a faixa de R$ 3,80, o Banco Central anunciou na noite de ontem que irá ofertar em torno de US$ 10 bilhões em swaps cambiais na próxima semana. Além disso, a autoridade monetária fez questão de afirmar que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda “consideravelmente” volumes máximos atingidos no passado. Com isso, os contratos futuros de dólar com vencimento em julho recuavam 0,96%, aos R$ 3,775.

No mercado de juros futuros, o nível de estresse visto no pregão passado perdeu força diante da expectativa de aumento da Selic na reunião do Copom na próxima quarta-feira (20) em vista da disparada do câmbio, uma vez que a alta da taxa básica de juros elevará a atratividade pelo carry trade. Os contratos com vencimento em janeiro de 2019 recuavam 7 pontos-base, cotados a 7,54%, enquanto com vencimento em janeiro de 2021 marcavam queda de 17 pontos, aos 10,27%.

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Diante da forte inclinação da curva de juros nos últimos dias, o Tesouro Nacional decidiu alterar o modo como vem oferecendo liquidez ao mercado de títulos e pretende realizar na próxima semana leilões diários de compra e venda de NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais), LTN (Letra do Tesouro Nacional) e NTN-B (Notas do Tesouro Nacional série B Principal). Para completar, o CMN (Conselho Monetária Nacional) aprovou proposta de antecipar de março de 2020 para agosto de 2019 o prazo para que entidades abertas de previdência complementar deixem de cumprir exigência de hedge para títulos prefixados de longo vencimento. A medida diminui exigência para que fundos de pensão façam operações no mercado futuro de juros.

Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, em clima de apreensão antes da possível imposição de novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses, que agora pela manhã foi confirmada, e na esteira de decisões de política monetária na zona do euro e no Japão, enquanto as bolsas europeias registram baixa em sua maioria com os investidores embolsando os ganhos da véspera após a decisão do BCE (Banco Central Europeu). O BCE anunciou que encerrará seu programa de estímulo à economia da zona do euro a partir de janeiro de 2019.

Já no IBEX espanhol, ações com exposição à Argentina e Brasil, como Santander, BBVA, Telefónica e Mapfre, pressionam o índice após o peso argentino despencar mais de 6% na véspera, culminando na substituição do presidente do BC do país e em meio a uma greve de caminhoneiros e pressionando ainda mais as moedas emergentes. 

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Às 9h31, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,41%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,59%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,31%

*DAX (Alemanha) -0,28%

*CAC-40 (França) +0,12%

*FTSE MIB (Itália) -1,08%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,43% (fechado)

*Xangai (China) -0,70% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,50% (fechado)

*Petróleo WTI -0,27%, a US$ 66,71 o barril

*Petróleo brent -1%, a US$ 75,18 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,21%, a 474 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin +0,24%, R$ 25.110 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Conexão Brasília

Conexão Brasília desta semana recebe o publicitário Renato Meirelles, diretor e fundador do instituto de pesquisa Locomotiva. Na pauta, o cenário eleitoral e os assuntos que deverão guiar a disputa presidencial sob a ótica de quem vai decidir o futuro do país: os eleitores. O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h30 (horário de Brasília), pela InfoMoneyTV. Confira a grade completa da IMTV clicando aqui. 

Pesquisa eleitoral

A menos de quatro meses do primeiro turno, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) mantém a liderança na corrida presidencial, mas está mais distante de seu melhor desempenho já registrado. É o que mostra pesquisa realizada pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) entre 11 e 13 de junho, a quarta encomendada pela XP Investimentos em cinco semanas. O InfoMoney teve acesso aos dados com exclusividade.

De acordo com o levantamento, o parlamentar agora tem entre 19% e 22% das intenções de voto, dependendo da situação avaliada. Em todos os casos, o pré-candidato pelo PSL teve oscilação para baixo de 1 ponto percentual em comparação com a semana anterior, movimento dentro da margem de erro de até 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. O desempenho não freou a tendência de queda observada desde a máxima atingida por Bolsonaro no terceiro levantamento da série, de até 26%, entre 21 e 23 de maio.

Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados, o deputado voltou aos 13% registrados no primeiro levantamento, após chegar a marcar 18% em sua melhor semana, entre 21 e 23 de maio. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece tecnicamente empatado, com 12% das intenções de voto, em uma oscilação de 2 pontos percentuais para baixo em relação à semana anterior. Outros candidatos não passam de 2% nesta situação enquanto o grupo dos “não voto” (brancos, nulos e indecisos) soma 65%, 3 p.p. a mais que no último levantamento.

A pesquisa testou quatro situações de primeiro turno. No cenário sem uma candidatura apresentada pelo PT, Bolsonaro tem 22%. Na sequência, aparecem tecnicamente empatados a ex-senadora Marina Silva (Rede), com 13%, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 11%, e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), com 8%. O senador Álvaro Dias (Podemos) tem 6%. Manuela D’Ávila (PCdoB) e Henrique Meirelles (MDB) aparecem com 2%. Com 1%, estão Guilherme Boulos (PSOL) e Flávio Rocha (PRB). Brancos, nulos e indecisos somam 34%.

Agenda de indicadores

Na agenda de indicadores, destaque para o resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de abril, que marcou avanço de 0,46% frente março, enquanto o mercado esperava crescimento de 0,60%. Na comparação entre os meses de abril de 2018 e abril de 2017, houve alta de 3,70% na série sem ajustes sazonais, ao passo que as projeções apontavam para +3,90%.

Nos EUA, as atenções ficam por conta da produção industrial de maio, número que será publicado às 10h15, com estimativa de alta de 0,2%. O resultado é bastante aguardado pelo mercado após as vendas do varejo surpreenderam ontem com avanço de 0,8% em maio, enquanto era esperada alta de 0,4% pelo mercado.

Notícias do dia

A possibilidade da entrada de um novo outsider na disputa eleitoral ganha destaque no noticiário de hoje. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o apresentador José Luiz Datena, da rádio e TV Bandeirantes, é quem se apresenta. Datena reforçou seu desejo de concorrer a uma vaga no Senado, provavelmente na chapa do ex-prefeito João Doria (PSDB), pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, mas disse que avalia também o lançamento de uma candidatura à Presidência.

Já sobre a campanha do Henrique Meirelles, o Estadão informa que o economista José Márcio Camargo será o coordenador econômico da pré-campanha à Presidência do ex-ministro da Fazenda. O acerto para o ingresso de Camargo ao time de campanha de Meirelles foi fechado nesta quarta. Mas a situação da campanha do ex-ministro é delicada: até dirigentes do MDB que apostavam na candidatura de Meirelles admitem que seu projeto corre risco de naufragar. Para eles, o ex-ministro da Fazenda perdeu apelo com a constatação, pelo Datafolha, de que a impopularidade recorde de Michel Temer está umbilicalmente ligada à insatisfação com a economia. 

Noticiário corporativo

No radar corporativo, o Conselho de Administração da BRF aprovou a escolha de Pedro Parente para assumir o cargo de diretor presidente global da companhia. O cargo estava vago desde 23 de abril e estava sendo ocupado pelo vice-presidente financeiro e de relações com investidores da empresa. Já a Eletrobras teve o rating elevado de B+ a BB- pela agência de classificação de risco Fitch; a companhia também informou que o edital para venda de distribuidoras prevê leilão em 26 de julho. 

Por fim, a Vale anunciou que fará uma oferta para a compra de seus títulos, com vencimento em 2042 e juro de 5,625% ao ano, válida até dia 21 de junho. A cada US$ 1.000 em valor principal do papel, a mineradora pagará um prêmio de US$ 17,50.

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura