Uma boa e uma má notícia para a Petrobras, Parente na BRF, Eletrobras e mais destaques

Confira os destaques do mercado na sessão desta quinta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A expectativa pela nomeação de Pedro Parente na BRF, o noticiário agitado sobre Petrobras e Eletrobras e outros destaques chamam a atenção do mercado nesta quinta-feira. Confira no que se atentar:

BRF (BRFS3)

O presidente do conselho de administração da BRF, Pedro Parente, vai ser indicado para assumir o comando da companhia, segundo informaram o Valor e o Estadão. Uma assembleia geral extraordinária foi marcada para esta quinta-feira (14) ao meio-dia, para discutir este assunto, apurou o Estado com pessoas a par do assunto.

A ida de Parente para o comando da maior exportadora global de frango já tinha sido cogitada quando o executivo pediu demissão da Petrobras, há menos de duas semanas. 

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A empresa, que há dois anos registra prejuízo, está discutindo a reestruturação de seus negócios para reverter o resultado negativo. Procurada, a BRF não comenta. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

Uma bateria de notícias agita o radar de Petrobras. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira, por 281 votos a 109, o regime de urgência para Projeto de Lei que permite à Petrobras vender até 70% dos campos do pré-sal concedidos a ela por meio do regime de cessão onerosa. Com o regime de cessão onerosa, a Petrobras pagou diretamente à União, sem licitação, o direito de extrair petróleo desses blocos. O projeto de Lei é do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), segundo a Câmara Notícias.

“A notícia é muito positiva para a Petrobras. Em primeiro lugar, seria resolvido o impasse para viabilizar a indenização do governo em barris (hoje apenas é possível pagar a empresa em dinheiro). Em segundo lugar, dada a elevada atratividade das áreas do pré-sal para grandes petroleiras internacionais (evidenciada nos últimos leilões), o projeto proporciona uma nova oportunidade para a empresa cumprir de forma muito mais rápida a sua meta de desinvestimentos de até US$21 bilhões até 2018 e reduzir seu endividamento, haja visto que na lei atual a empresa não pode vender sua participação na Cessão Onerosa”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos. 

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Por outro lado, ganham destaques algumas falas que podem repercutir negativamente para a Petrobras e aumentar os temores de intervenção na companhia.  Décio Oddone, diretor-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), disse que a política da Petrobras visa os interesses da companhia, não necessariamente os interesses da sociedade brasileira. Ele afirmou que a solução para minimizar novos choques nos preços dos combustíveis no país passa por maior competição no refino, operação hoje concentrado na Petrobras, ou por mudanças no sistema tributário. Porém, que enquanto isso não ocorre, a ANP tem a atribuição de atuar para proteger o consumidor do que chama de “mercado imperfeito”, apontou. 

A Petrobras é estatal, tem o monopólio de refino de fato e atua com mandato de maximizar o valor do acionista, diz Oddone na entrevista, argumentando que a companhia com mandato de maximizar lucros aos acionistas não pode ser um monopólio. Oddone diz à Folha que gostaria de sair da consulta pública, aberta na semana passada pela ANP, com uma solução que fosse a menos intervencionista possível.

A decisão da ANP de abrir a consulta pública é amparada pela Lei do Petróleo, segundo a qual a agência tem responsabilidades de proteger o consumidor em relação ao abastecimento e preço. Em um momento em que há uma discussão dessa magnitude ocorrendo, entendemos que é necessária a ação regulatória. Oddone diz ainda que não há intenção de interferir na liberdade para formação de preços e que a ANP está abrindo diálogo para a periodicidade do repasse dos combustíveis, diz ele ao jornal. 

Além dessas notícias, segundo informa o jornal Valor Econômico, a estatal tem mantido conversas com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) antes de fazer uma nova tentativa de venda da Liquigás.  A companhia foi vendida no ano passado para a Ultragaz, mas a operação foi vetada pelo Cade em fevereiro. A ideia é que a nova modelagem de venda já contemple os remédios concorrenciais necessários para que uma nova transação não seja reprovada pelo órgão antitruste. 

Por fim, a Petrobras mantém preço da gasolina nas refinarias inalterado em R$1,9351 o litro. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 15 de junho.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Mudanças marginais na resolução do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência foram publicadas no Diário Oficial e ressaltadas pela Eletrobras em fato relevante.

O novo texto reduz montante de conversão de dívida da Ceron de
R$ 1,87 bilhão para R$ 1,83 bilhão, e aumenta montante de aumento de
capital mínimo a ser realizado pelo novo controlador na empresa
de R$ 241,1 milhões para R$ 253,8 milhões. A nova resolução também altera artigo sobre desverticalização da Amazonas Distribuidora, suprimindo o prazo de 2 de março e acrescentando que processo será realizado conforme condições estabelecidas pela Aneel.

Já o jornal O Globo informa que o governo deve publicar na próxima sexta-feira o edital para a venda de seis distribuidoras de energia elétrica
da Eletrobras que operam no norte e nordeste. A previsão é que leilão seja em 27 de julho.

” Se confirmado, além de positivo para a Eletrobras, a leitura também seria positiva para Equatorial (EQTL3) e Energisa (ENGI11)”, destaca o BTG Pactual. Além da data definida, é importante entender os números para que o leilão seja atrativo (o que poderia atrair outros players como Enel e Iberdrola / Neoenergia), apontam os analistas. 

Kroton (KROT3)

A Kroton entrou com pedido na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para abertura de capital da Saber na categoria ‘B’. “O processo de abertura de capital da Saber se insere em um contexto de estruturação e sofisticação de governança corporativa para futura captação de dívida no mercado de capitais, os quais serão utilizados para financiar e concluir a mencionada aquisição do controle acionário da Somos, dentre outras”, disse a empresa de educação em comunicado. 

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.