Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira ao que se atentar nesta segunda-feira e ao longo da semana

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa movimentada no mercado, com destaque para a pesquisa Datafolha, que seguiu mostrando Jair Bolsonaro na liderança em cenários sem Lula, mas ainda em um ambiente de indefinição eleitoral. No exterior, expectativa pela reunião entre Donald Trump e Kim Jong-Un, que acontecerá na próxima terça-feira (noite de segunda, em Brasília). Confira os destaques do mercado nesta segunda e na semana abaixo:

1. Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com algumas delas se recuperando de perdas da sessão anterior, embora persistam tensões comerciais e a semana esteja repleta de eventos que podem influenciar os ativos financeiros. 

Continua no radar a questão do comércio mundial, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu apoio ao comunicado conjunto da reunião dos líderes dos sete países mais industrializados do mundo (o chamado G-7), que foi concluída neste fim de semana no Canadá, e também criticou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, por ter sido “desonesto” e “fraco” durante o encontro. O documento do G-7 enfatizava a importância do livre comércio, baseado em regras internacionais, para o crescimento econômico. 

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Recentemente, os EUA decidiram aplicar tarifas a importações de aço e alumínio do Canadá, do México e da União Europeia, depois de isentá-los da cobrança por um breve período. Segundo analistas, o fiasco de sua passagem pela cúpula do G-7 deverá levar Trump a se esforçar para garantir um resultado mais bem-sucedido no encontro histórico que terá nesta terça-feira (noite de segunda-feira, no Brasil) em Cingapura com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Na Europa, o dia é de ganhos para os mercados, de olho na reunião entre o americano e o norte-coreano. 

A semana ainda vai trazer decisões de política monetária dos bancos centrais dos EUA (Fed), da zona do euro (BCE) e do Japão (BoJ). As expectativas são de que o Fed eleve juros pela segunda vez este ano, na quarta-feira, e há especulação também de que o BCE poderá decidir sobre o fim de seu programa de compras de ativos, no dia seguinte.

O petróleo cai cerca de 1%, mas segue perto dos US$ 65 o barril em meio às notícias de aumento na produção dos EUA e Rússia, enquanto o cobre e níquel cedem em Londres e o minério de ferro sobe na China. 

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Às 8h15 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,02%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,07%

*Nasdaq Futuro (EUA) 0%

*DAX (Alemanha) +0,41%

*CAC-40 (França) +0,26%

*FTSE MIB (Itália) +2,17%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,34% (fechado)

*Xangai (China) -0,48% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,48% (fechado)

*Petróleo WTI -1,23%, a US$ 64,93 o barril

*Petróleo brent -1,07%, a US$ 75,64 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,64%, a 470 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin US$ 6.792 -6,42%
R$ 27.398 -4,24% (nas últimas 24 horas)

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2. Pesquisa Datafolha e noticiário político

Pesquisa Datafolha divulgada no último domingo reiterou a liderança de Jair Bolsonaro em cenários sem Lula, mas apenas em primeiro turno, apontando para quadro indefinido e não confirmando as tendências apontadas em outras sondagens e que preocuparam o mercado, como favoritismo de Ciro Gomes para ir ao 2º turno contra Bolsonaro e crescimento de Fernando Haddad.

A pesquisa apontou Bolsonaro (PSL) liderando com 19% as intenções de voto no primeiro turno em cenários sem o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ante 17% em abril, seguido por Marina Silva (Rede) com 14% a 15%.  Ciro aparece atrás de Marina na pesquisa, Fernando Haddad também não repetiu desempenho promissor de sondagens anteriores, enquanto Geraldo Alckmin segue estagnado.

Ainda no noticiário político, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu um pacto entre os candidatos à Presidência pela votação da Reforma da Previdência logo após o término das eleições. Para Maia, esse compromisso seria uma importante sinalização para o mercado e ajudaria o País a atravessar o atual momento de turbulência.

3. Agenda doméstica da semana

Nesta sessão, o Banco Central oferta até 8.800 contratos de swap para rolagem nesta segunda-feira; ainda não há anúncio de leilão adicional, como a venda de 60.000 contratos feita na sexta-feira e que fez o dólar despencar 5,1%, para R$ 3,7083.

Já o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn,e o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, têm audiência com dirigentes de instituições financeiras, a partir das 9h30 em São Paulo. Entre os participantes estão Candido Bracher (Itaú), Nelson Antônio de Souza, Paulo Caffarelli (BB), Sergio Rial (Santander), Octavio de Lazari Junior (Bradesco) e Murilo Portugal (Febraban), além dos diretores do BC Carlos Viana, Carolina de Assis Barros, Mauricio Moura, Otávio Damaso, Paulo Sérgio, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Marques e Tiago Berriel. Segundo o BC, serão discutidos temas estruturais e conjunturais do sistema financeiro.

Na agenda de indicadores, o principal indicador da semana sairá na sexta-feira (15): o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de abril, considerado a prévia mensal do PIB (Produto Interno Bruto). A GO Associados projeta alta de 1,2% ante o mês de março, resultado que deve mostrar um bom início de segundo trimestre, devolvendo o fraco dado de fevereiro e março. Mas, é importante destacar que ainda não haverá o impacto da greve dos caminhoneiros neste indicador.

4. Agenda externa da semana

O principal evento da agenda de indicadores será a reunião do Fomc, na quarta-feira (13) às 15h (horário de Brasília). A expectativa é que a taxa de juro seja elevada em 0,25 ponto percentual, indo para o intervalo entre 1,75% e 2,0% ao ano.

Apesar da queda do desemprego, da retomada da atividade e da alta do petróleo, o cenário mais provável ainda é o cenário com três subidas da taxa de juros no ano, mas este será o principal ponto a ser analisado nesta reunião, que contará ainda com uma coletiva do presidente Jerome Powell e relatório de revisão de projeções. Uma mudança neste cenário pode levar o mercado a começar a precificar quatro altas de juros.

A semana nos EUA será bastante movimentada, com vários dados econômicos importante. Na terça-feira (12) serão publicados os dados de inflação e de núcleo de inflação. Segundo a GO Associados, os dados devem refletir o efeito da alta do petróleo, que deve levar a taxa de inflação norte-americana um pouco acima da meta do Fed.

Ainda entre os eventos externos, atenção especial ainda para o aguardado encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, que ocorrerá na terça-feira (12) em Cingapura. O principal tema deve ser o desarmamento nuclear do país asiático, mas se algo inesperado acontecer pode afetar bastante o humor dos investidores.

5. Radar corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, o Estadão aponta que, apontada como uma das grandes prioridades do governo federal para este ano, a revisão do contrato que transferiu à Petrobras o direito de explorar, sem necessidade de licitação, 5 bilhões de barris em seis áreas do pré-sal da Bacia de Santos – a cessão onerosa – travou na questão de o pagamento de todas obrigações estar atrelado à moeda norte-americana. Segundo cálculos preliminares, somente no caso das dívidas tributárias da Petrobras com a União, a diferença em utilizar dólar ou real seria de R$ 6,5 bilhões. Já a Bloomberg informa, citando fontes, que a Vale fechou acordo de US$ 700 milhões para a venda de cobalto. A B3 confirmou a parceria com subsidiária da Bolsa de Xangai.

Já o ministro do TST negou a liminar contra a greve de trabalhadores da Eletrobras. Segundo o ministro, os trabalhadores têm assegurado direito à greve, mas terão que manter 75% do quadro de cada setor de cada uma das empresas do Sistema Eletrobras. 

No InfoTrade de hoje, destaque para o dólar, que retornou para seu principal suporte e pode abrir oportunidade de compra, assim como vale chamar atenção para a manutenção dos 71 mil pontos pelo Ibovespa, que segue com a expectativa de uma recuperação no curtíssimo prazo. Veja mais clicando aqui. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.