Jovem rei da mineração de criptomoedas estuda IPO

Dono da Bitmain Technologies, Jihan Wu, busca uma expansão além da esfera das criptomoedas que poderia levar a uma abertura de capital

Bloomberg

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Com sua cara de bebê, óculos e sempre de camiseta, jeans e tênis, Jihan Wu mais parece um adolescente nerd do que um bilionário.

Mas graças a uma incursão precoce em criptomoedas, o jovem de 32 anos de fala mansa tem uma fortuna que pode estar entre as maiores do setor.

Wu dirige a Bitmain Technologies, a maior produtora de chips para mineração de criptomoedas do mundo. A empresa chinesa é um mistério desde que foi fundada há cinco anos, mas Wu está levantando aos poucos esse véu — e revelando pistas sobre sua fortuna pessoal — enquanto busca uma expansão além da esfera das criptomoedas que poderia levar a uma abertura de capital.

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Em entrevista à Bloomberg News, Wu disse que a Bitmain registrou uma receita de US$ 2,5 bilhões no ano passado e que ele e o cofundador Micree Zhan são donos de cerca de 60 por cento da empresa. Embora existam poucas empresas diretamente comparáveis com a Bitmain, aplicando um múltiplo semelhante ao das fabricantes de chips de capital aberto como a Nvidia e a MediaTek a empresa teria uma avaliação de cerca de US$ 8,8 bilhões. Assim, a participação combinada dos cofundadores valeria US$ 5,3 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

Wu, que disse ter uma participação menor que a de Zhan, preferiu não divulgar detalhes sobre sua fortuna, seus ativos em criptomoedas e seus outros investimentos pessoais. Ele já tinha dito que a Bitmain valia US$ 12 bilhões. Zhan preferiu não comentar.

Fim do mistério

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Dada a incerteza sobre os ativos digitais e a limitada informação pública sobre a Bitmain, qualquer estimativa do valor da empresa com sede em Pequim — e da fortuna de seus donos — envolve inevitavelmente muitas suposições.

Mas isso pode estar prestes a mudar. Um IPO não só abriria os livros contábeis da Bitmain para o mundo, mas também permitiria que o mercado acionário atribuísse um valor à empresa em tempo real. Wu disse que não tem planos específicos no momento, mas está aberto a uma listagem em Hong Kong — ou em um mercado do exterior com ações denominadas em dólares — porque isso daria aos primeiros investidores, entre eles a Sequoia Capital e a IDG Capital, a chance de venderem suas participações.

Uma emissão inicial de ações seria um evento marcante para a Bitmain e para o setor de criptomoedas, que está lentamente emergindo das sombras. Mineradores, desenvolvedores e investidores de capital de risco estão optando por aumentar a transparência na tentativa de aplacar órgãos reguladores cautelosos e demonstrar que o boom dos ativos digitais no ano passado não era passageiro.

“O desafio é fazer com que a nossa tecnologia avance além do que já conseguimos”, disse Wu em entrevista do hotel Four Seasons em Hong Kong.

Embora a empresa obtenha a maior parte de sua receita com a venda de equipamentos de mineração, ela também administra algumas das maiores cooperativas de mineração, nas quais os membros combinam a capacidade de processamento e dividem as recompensas. A AntPool e a BTC.com, as cooperativas da Bitmain, controlam mais de 40 por cento da capacidade de mineração de bitcoin do mundo, de acordo com a blockchain.info.

O papel descomunal da empresa provocou uma reação negativa de alguns puristas da moeda virtual, que desprezam qualquer indício de concentração de poder no ecossistema das criptomoedas. Mas Wu dispensa os críticos e aponta que muitos rivais estão buscando obter participação de mercado.

“A Bitmain está se esforçando muito para manter sua vantagem”, disse ele.