Ibovespa Futuro sobe entre dados econômicos no Brasil e EUA e política de preços da Petrobras em xeque

Economia brasileira cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2018 e fica acima do avanço projeto pelo mercado de 0,3%

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em junho sobem 0,43%, aos 76.325 pontos, às 9h33 (horário de Brasília) desta quarta-feira (30), na expectativa por dados da economia norte-americana e refletindo também o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que ficou acima do esperado. Além disso, os investidores devem repercutir a fala do presidente Michel Temer que pode reexaminar a política de preços da Petrobras.

A economia brasileira cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2018 e o resultado veio levemente acima da mediana das expectativas dos economistas consultados pela Bloomberg, que sinalizava uma alta de 0,3% no PIB (Produto Interno Bruto) no período. O desempenho observado entre janeiro e março mostra uma aceleração da economia em relação aos últimos três meses do ano anterior, quando o crescimento foi de 0,1%.

Além dos dados domésticos, os investidores repercutem os indicadores econômicos nos EUA. O número de postos de trabalho no setor privado dos EUA avançou de 163 para 178 mil na passagem de abril para maio, mas ficou abaixo do esperado pelo mercado (190 mil). Ainda pela manhã, foi divulgada a segunda prévia do PIB norte-americano referente ao primeiro trimestre, que apontou crescimento de 2,2% na passagem trimestral, enquanto o mercado esperava avanço de 2,3%. Agora, o mercado aguarda pelo Livro Bege do Fed, às 15h00, referente ao último encontro do colegiado.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Diante do clima de menor aversão ao risco, o dólar futuro com vencimento em junho registrava desvalorização de 0,66%, aos R$ 3,712, ainda refletindo a decisão do Banco Central de manter as ofertas adicionais de swap cambial no fim maio e a partir de 1º de junho, reforçando sua atuação no mercado para conter a disparada da moeda.

Bolsas mundiais

O dia é misto nos principais mercados internacionais, após uma sessão de fortes perdas, em meio a um movimento de grande preocupação com a crise política na Itália. Há um receio na região que o impasse político no país abra cada vez mais espaço para pautas nacionalistas e isolacionistas. Nesta sessão, contudo, os investidores adotam postura mais equilibrada, também repercutindo dados positivos de emprego na Alemanha e de confiança na Zona do Euro. Os yields dos títulos públicos italianos e gregos caem e os dos Treasuries e títulos britânicos e alemães sobem com a menor busca por proteção. No mercado de commodities, o petróleo interrompe a queda de cinco dias, que levou o barril WTI de US$ 72 para US$ 66.

Às 9h33, este era o desempenho dos principais índices:

Continua depois da publicidade

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,35%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,52%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,35%

*DAX (Alemanha) +0,46%

*FTSE (Reino Unido) +0,22%

*CAC-40 (França) -0,33%

*FTSE MIB (Itália) +1,73%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,40% (fechado)

*Xangai (China) -2,53% (fechado)

*Nikkei (Japão) -1,52% (fechado)

*Petróleo WTI +0,12%, a US$ 66,81 o barril

*Petróleo brent +0,31%, a US$ 75,62 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,98%, a 455,50 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin +1,92%, R$ 28.800 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Notícias do dia

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou hoje (30) que, mesmo com a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considerou a greve abusiva, a paralisação da categoria foi iniciada e atinge refinarias, terminais e plataformas da Bacia de Campos. O movimento programou atos e manifestações ao longo do dia. Pelo balanço da FUP, os trabalhadores cruzaram os braços nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).

Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis, de crítica à gestão na Petrobras e contra os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis. A paralisação dos petroleiros ocorre três dias depois de o presidente Michel Temer e equipe negociarem um acordo com os caminhoneiros. Por mais de uma semana, os caminhoneiros pararam o país, provocando desabastecimento nos postos de gasolina, supermercados e prejuízos à economia. Na véspera, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, classificou como “política” a paralisação de 72h dos petroleiros. Para ele, o movimento não apresentou uma pauta reivindicatória. O executivo afirma, ainda, que houve um acordo, no ano passado, com vigência de 24 meses, incluindo reajuste salarial.

Na noite de ontem, o plenário do Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei (PLC 52/2018) que retira diversos setores da economia da lista dos que contam com desoneração da folha de pagamentos. Foi mantido no texto o dispositivo que zera até o final do ano a cobrança de PIS/Cofins sobre o óleo diesel. A oposição tentou derrubar essa previsão, mas não obteve sucesso. Senadores da base do governo garantiram que o presidente da República, Michel Temer, vetará essa parte do projeto, que segue agora para sanção.

O texto faz parte do acordo com os caminhoneiros para dar fim ao movimento grevista, com a redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel. Pela proposta, serão reonerados o setor hoteleiro, o comércio varejista (exceto calçados) e alguns segmentos industriais, como automóveis. Também terá fim a desoneração da folha sobre o transporte marítimo de passageiros e de carga na navegação de cabotagem, interior e de longo curso; a navegação de apoio marítimo e de apoio portuário; empresas que realizam operações de carga, descarga e armazenagem de contêineres em portos organizados; o transporte ferroviário de cargas e a prestação de serviços de infraestrutura aeroportuária.

A desoneração permite que empresas deixem de recolher a alíquota de 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento e paguem percentual que varia de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Das 56 atividades econômicas atualmente desoneradas, metade será mantida e a outra metade voltará à contribuição previdenciária tradicional.

Autonomia em xeque

Um dos cernes da paralisação dos caminhoneiros, a política de preços da Petrobras foi colocada em xeque e esse mecanismo pode ser reexaminado pelo governo, pelo menos foi o que indicou o presidente Michel Temer em entrevista à TV Brasil na noite da última terça-feira (29). “A Petrobras se recuperou ao longo desses dois anos. Estava em uma situação economicamente desastrosa há muito tempo, mas nós não queremos alterar a política da Petrobras. Nós podemos reexaminá-la, mas com muito cuidado”, afirmou o presidente.

Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, a questão da previsibilidade dos preços, que hoje são reajustados quase diariamente em vista da variação do petróleo no mercado internacional e do câmbio, deverá ser tratada em breve, tema que pode causar novos ruídos sobre à autonomia da Petrobras quanto sua política de preços. De acordo com a agência, o governo já está em conversas com a estatal para rever este assunto.

“Não dá para congelar a discussão. Não se pode gerar perdas para a empresa, mas temos que analisar o que pode ser feito. Temos que lembrar que a Petrobras é um monopólio, é o único fornecedor do País. Se a sociedade não tem uma outra opção tem que ter alguma forma de preservar o direito do consumidor (…) Precisamos estudar alternativas”, disse uma das fontes do governo para a Reuters.

IMTV

No programa Be-a-bá da Bolsa, o analista a Carteira InfoMoney e editor-chefe do site, Thiago Salomão, dará dicas aos investidores que perderam dinheiro na Bolsa em maio sobre como dar a volta por cima e seguir acreditando em bons retornos na renda variável. O programa é transmitido ao vivo a partir das 11h (horário de Brasília) pela IMTV.

Confira a grade completa da IMTV clicando aqui.

Radar corporativo

Além dos protestos dos caminhoneiros e seus desdobramentos políticos, agora a Petrobras enfrenta uma greve dos próprios petroleiros, à revelia de decisão liminar proferida pelo TST. Os papéis da companhia também podem reagir às declarações de Temer sobre a política de preços de combustíveis da estatal. A BR Distribuidora informou que nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste as operações em função dos protestos dos caminhoneiros e obstruções de vias já estão normalizadas, no entanto, em aeroportos secundários e nas regiões Sul e Sudeste, ainda há restrições à circulação que impedem o abastecimento pleno do mercado.

A CVM manteve leilão de OPA da Eletropaulo para segunda-feira e deu por encerrado o prazo para outro grupo intervir na oferta. A Sabesp aprovou a contratação de um financiamento de US$ 300 milhões junto ao BID para despoluir o rio Tietê. O conselho de administração do Santander nomeou Valdemir Moreira de Lima para a função de ouvidor.

Clear oferece a menor corretagem do Brasil; Clique aqui e abra sua conta

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura