Minério de qualidade é nova demanda do mercado e preferência “veio para ficar”, diz Vale

A tendência é puxada por restrições rigorosas à emissão de poluentes na China, que estimulam a demanda por minério mais limpo, e também pelos esforços das usinas siderúrgicas para maximizar a produção de aço

Bloomberg

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(Bloomberg) — A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, avisa que a preferência do mercado por produto de melhor qualidade não é passageira.

As diferenças entre materiais de menor e maior qualidade vão se manter por causa das reduções de custos e dos benefícios de produtividade proporcionados aos usuários, disse Rogério Tavares Nogueira, diretor de marketing para minério de ferro e carvão da companhia brasileira, que recentemente inaugurou uma mina gigantesca, a S11D, com depósitos de minério com alto teor de ferro.

Durante uma conferência em Cingapura, Nogueira declarou que a diferença “veio para ficar”, acrescentando que a mineradora vai fornecer minério de alta qualidade quando necessário. “Nós temos capacidade”, ele afirmou. “Então é questão de equilibrar oferta e demanda.”

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O mercado global passou por uma grande transição nos últimos dois anos, com os usuários passando a optar por material com maior conteúdo de ferro, o que causou rápido alargamento dos spreads entre os preços de produtos de maior e menor qualidade. A tendência – que a BHP Billiton entende por “nova realidade” – é puxada por restrições rigorosas à emissão de poluentes na China, que estimulam a demanda por minério mais limpo, e também pelos esforços das usinas siderúrgicas para maximizar a produção de aço.

“Mesmo em um cenário de menor produção de aço, a tendência é que a indústria opere eficientemente com menos capacidade e otimizando essa capacidade com minério de maior qualidade”, explicou Nogueira à Bloomberg após a palestra.

De acordo com o website Mysteel.com, o minério da Austrália com teor de 62 por cento de ferro para entrega no norte da China, referência do mercado, foi cotado mais recentemente em US$ 63,50 por tonelada, o produto da Austrália de menor qualidade custava US$ 51 e o minério do Brasil com teor de 65 por cento de ferro saia por US$ 82,75.

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–Com a colaboração de Ranjeetha Pakiam.

Repórter da matéria original: Krystal Chia em Cingapura, kchia48@bloomberg.net

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Jason Rogers, jrogers73@bloomberg.net, Jake Lloyd-Smith, Keith Gosman

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