Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os principais eventos deste pregão

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de forte queda para o Ibovespa na véspera, os investidores devem continuar atentos aos desdobramentos da crise envolvendo a recente escalada nos preços dos combustíveis e a greve dos caminhoneiros, que chega ao quarto dia e já afeta os mais diversos setores da economia. Nesta quinta-feira (24), o mercado deve reagir ao anúncio da Petrobras de redução de 10% no preço do diesel em suas refinarias por 15 dias, em meio à pressão política, e à aprovação de liquidação do PIS/Cofins sobre o combustível até o final do ano pela Câmara dos Deputados. No exterior, o ambiente de indefinição e indicadores econômicos norte-americanos dão o tom. Confira os destaques do dia:

1. Bolsas mundiais

Em dia de agenda fraca, o mercado externo opera sem direção definida, com o petróleo em baixa após o aumento dos estoques reportado pelos Estados Unidos na véspera e a lira turca retomando movimento negativo, mas até o momento sem contaminar as demais moedas emergentes. Na Europa, enquanto as empresas de tecnologia registram alta, ações do setor automotivo reagem mal aos planos norte-americanos de fechar o cerco a importações neste segmento. Na Ásia, o pregão foi de menor apetite por riscos, com os investidores ainda atentos às disputas comerciais entre EUA e China.

Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

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*S&P 500 Futuro (EUA) -0,01%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,06%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,06%

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*DAX (Alemanha) +0,02%

*FTSE (Reino Unido) 0,00%

*CAC-40 (França) +0,47%

*FTSE MIB (Itália) +0,36%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,31% (fechado)

*Xangai (China) -0,44% (fechado)

*Nikkei (Japão) -1,11% (fechado)

*Petróleo WTI -0,64%, a US$ 71,38 o barril

*Petróleo brent -0,74%, a US$ 79,21 o barril

*Bitcoin US$ 7.378
R$ 26.765 -6,48% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda econômica

Do lado dos indicadores econômicos, após uma agenda movimentada na véspera, neste pregão, às 9h30, os investidores devem observar com maior atenção o resultado do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na última semana. As expectativas dos economistas giram em torno de 220 mil pedidos, em linha com o resultado anterior. Também na maior economia do mundo, serão divulgados dados do setor imobiliário.

No nível doméstico, a agenda tem sondagem do comércio, divulgada pela FGV às 8h, e os dados de transações correntes, apresentados pelo Banco Central às 10h30. Do lado da política, destaque para a agenda do presidente Michel Temer, que prevê reunião com Pedro Parente e Eduardo Guardia (Fazenda) a partir das 8h45.

3. Notícias do dia

Em meio a uma disputa por protagonismo na crise envolvendo a recente escalada nos preços dos combustíveis e a greve dos caminhoneiros, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem, em votação simbólica, uma versão reduzida da reoneração da folha de pagamento para determinados setores da economia e zerou a alíquota de PIS/Cofins que incide sobre o diesel até o final do ano. Pelo texto relatado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), serão reonerados 28 dos 56 setores que hoje contam com descontos sobre a folha, ao passo que o restante sofrerá os efeitos apenas a partir de 2021.

A medida vem em resposta à crise dos combustíveis e ocorre após o governo anunciar, na terça-feira, que zeraria a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel caso o Legislativo aprovasse o projeto da reoneração da folha. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), bateu o pé e anunciou que estaria no projeto discutido a liquidação do PIS/Cofins sobre o combustível até o final do ano. A medida contrariou o governo, que tentou, sem sucesso, evitar que houvesse aprovação nestes conformes, sob alegação de que poderia haver erro nas estimativas do impacto da liquidação do imposto sobre o diesel.

Antes da aprovação da medida no plenário da Câmara, a Petrobras anunciou uma redução de 10% no preço do diesel em suas refinarias, interrompendo sua política de preços por um prazo de 15 dias, seguida por uma retomada gradual ao modelo ancorado nos preços do petróleo no mercado internacional. Com o movimento, a companhia deverá ter uma perda de R$ 350 milhões em suas receitas com a venda do combustível.

A iniciativa preocupou o mercado, que descontou nos ADRs da estatal. Em coletiva de imprensa convocada às pressas, o presidente da companhia Pedro Parente negou qualquer alteração na metodologia da política de preços ou ingerência do governo na tomada de decisão da empresa e afirmou que aquele foi um sinal de “boa vontade” da Petrobras, incentivando que governo e caminhoneiros voltassem a negociar.

“Não vejo nenhum arranhão na nossa autonomia e a nossa liberdade de praticar preços. Não foi uma decisão fácil. Eu tenho horror a dogmas”, afirmou Parente. Os transportadores autônomos, porém, reivindicam a isenção total dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis para encerrar a paralisação.

Apesar dos acenos, o presidente da ABCAM (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, afirmou, em entrevista à BandNews, que “de jeito nenhum” a greve termina nesta quinta-feira. Ele disse que a manifestação termina quando estiver publicada no Diário Oficial isenção de impostos.

4. IMTV

O programa Papo com Gestor desta semana recebe Walter Maciel, CEO da AZ Quest, asset que administra um dos melhores fundos de ações do Brasil. Durante a entrevista, Maciel explica o motivo da preferência dos players globais em detrimento das empresas chamadas “de qualidade” e líderes de mercado – estratégia que tem garantido uma ótima performance em 2018. A entrevista completa vai ao ar nesta quinta-feira (24), às 12h30, na InfoMoneyTV.

Confira a grade completa da IMTV clicando aqui.

5. Radar corporativo

Os ADRs da Petrobras chegaram a despencar mais de 10% em Wall Street após o anúncio de redução temporária nos preços do diesel. O movimento pode indicar nova abertura em queda dos papéis da companhia na B3. Em meio ao cenário de incertezas com as eleições, o crédito para grandes empresas só deve voltar após as eleições, afirmou o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher em entrevista ao jornal Valor Econômico. Segundo ele, as linhas voltadas a pessoas físicas e pequenas empresas vem voltando de forma “vagarosa”. A Marfrig informou que algumas plantas devem reduzir ou suspender produção. Já a Triunfo teve pedido de recuperação judicial deferido.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.