Petrobras cai 3% de olho em reunião do governo; Vale recua com minério e Magazine Luiza sobe 4%

Confira os destaques do pregão desta segunda-feira (21)

Rodrigo Tolotti

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa virou para queda na tarde desta segunda-feira (21), após esboçar uma alta de 1% durante a manhã, fechando com perdas de 1,52%. O movimento descolou do cenário externo e foi puxado por papéis da Vale, Petrobras e bancos, que recuaram mais de 2%. A Maior alta do dia, por sua vez, ficou com o Magazine Luiza (MGLU3). Confira os destaques:

Petrobras (PETR4)
A Petrobras virou para queda mesmo com uma alta de mais de 1% do petróleo no exterior. O movimento ocorre em dia de exercício de opções, que tende a deixar os papéis voláteis e também com a discussão de um reajuste de preços dos combustíveis. O presidente Michel Temer irá se reunir com ministros ás 18h para debater o assunto em reunião de emergência (clique aqui para saber mais).

Além disso, no noticiário, a companhia trabalha em uma nova captação no exterior, por meio de emissão de bônus. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a ideia é colocar a operação no mercado até junho, para aproveitar o período com maior chance de custo menor. De acordo com a publicação, os detalhes sobre prazos e montante não estão completamente definidos. A medida também dependerá das condições do mercado externo daqui até junho.

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Outro ponto importante envolvendo a companhia será a discussão com a União sobre a cessão onerosa, que acabou não sendo definida no prazo estabelecido, que se encerrou na quinta-feira (17). A Petrobras explora desde 2010 algumas áreas do pré-sal, sem ter realizado leilão na época, mas tendo pago a quantia de R$ 74,8 bilhões ao Tesouro, quantia considerada excessiva pela empresa nos dias atuais. O acordo é necessário para que a União possa realizar novos leilões das áreas, que podem render até R$ 100 bilhões aos cofres públicos.

Ultrapar (UGPA3)
Assim como pesou para a Petrobras, a reunião de emergência do governo sobre a alta dos combustíveis pesou para a Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga. O presidente Michel Temer convocou para 18h uma reunião de emergência para discutir a escalada nos preços dos combustíveis. A decisão foi tomada após representantes do alto escalão do governo demonstrarem sua preocupação com os seguidos reajustes nos preços dos combustíveis nas refinarias.

A reunião acontecerá no Palácio do Planalto, segundo informações da Agência Brasil. Foram chamados para participar da conversa com o presidente os ministros Moreira Franco (Minas e Energia), Eduardo Guardia (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), Esteves Colnado (Planejamento) e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.

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Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, anunciou que realizará uma comissão geral no dia 30 de maio para debater os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis. Serão convidados para participar do debate representantes da Petrobras, de distribuidoras, de postos, do governo e especialistas do setor. O objetivo, segundo Maia, é buscar ações imediatas para enfrentar a crise geopolítica global que encarece os combustíveis.

JBS (JBSS3)
A processadora de proteína animal JBS teve seu rating elevado de B3 para B1 pela agência de classificação de risco Moody’s. Os papéis reagem bem à notícia.

Copasa (CSMG3)
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foi informada em ofício da Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais sobre intenção do acionista controlador em vender 1.437.126 ações ordinárias. O governo do Estado seguirá no controle, mas a fatia cairá de 51,17% para 50,04% do total de ações. O edital para contratação de corretora sairá em até dez dias úteis.

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Para os analistas do Itaú BBA, o impacto não é tão grande, já que o governo seguirá como controlador da empresa com a operação. Se o movimento for realmente implementado, o governo do Estado de Minas Gerais levantaria R$ 65 milhões com a mudança, o que é irrelevante, segundo os analistas.

“Para nós, o movimento ilustra como o Estado de MG está buscando alternativas de liquidez – não descartaríamos esse movimento gerando um efeito de transbordamento na Cemig, por exemplo”, afirmam.

Taesa (TAEE11)
A Taesa submeteu à Anbima pedido de análise prévia para registro para emissão de R$ 400 milhões em debêntures. Segundo fato relevante ao mercado, a companhia poderá elevar a quantidade de debêntures inicialmente emitidas. A oferta ainda depende da concessão do registro pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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CCR (CCRO3)
A CCR informou o mercado que ajuizou ação contra a União e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) pleiteando a revisão do contrato de concessão da BR 163, firmado em 23 de março de 2014, “em razão da ocorrência de, dentre outros argumentos, álea extraordinária consistente em alterações econômicas imprevisíveis e supervenientes à assinatura do referido contrato”. A companhia disse ainda que a CCR MSVia continua a operara a rodovia e a prestar os serviços aos usuários normalmente.

CESP (CESP6)
O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) proferiu decisão favorável à Cesp e autorizou a renovação da concessão da Usina Porto Primavera, suspendendo decisão proferida pela Justiça Federal de Presidente Prudente. Os papéis da companhia operam em forte alta neste pregão.

Segundo os analistas do BTG Pactual, este processo era visto como crucial para atrair investidores para a privatização da companhia, que o governo paulista quer realizar neste ano. ” Vale reforçar o nosso call positivo no papel, uma vez que derrubada a liminar que obrigava a Cesp a realizar uma audiência publica em Rosana, o leilão de privatização fica mais perto de acontecer”, afirmaram em relatório a clientes.

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Vale (VALE3) e siderúrgicas
Os papéis da mineradora operam no negativo neste pregão, em meio à forte queda do minério de ferro no mercado internacional. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dailian caíam 3,33%, a 465 iuanes.

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O movimento também afetou as siderúrgicas, com CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) também caíram forte. No caso da Uiminas, a companhia ainda anunciou um reajuste de preços de seus produtos. Os laminados a quente e a frio ficarão 10,6% mais caros e os zincados — ou galvanizados — terão os preços elevados em 15,1%.

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Para o Itaú BBA, a notícia é positiva, mas esperada, já que a CSN já havia elevado os preços na semana passada. “Notamos que os preços mais altos no mercado interno são a principal razão da melhora sucessiva nos resultados das siderúrgicas brasileiras nos últimos 12 a 18 meses, mais do que compensando uma recuperação da demanda um pouco mais lenta do que a esperada, que continua a sofrer de incertezas relacionadas à expansão do PIB no Brasil”, afirmam os analistas.

B3 (B3SA3)
Em relatório a clientes, o BTG Pactual chamou atenção para a estruturação, pela ABBC (Associação Brasileira de Bancos), de uma câmara de registros de títulos públicos, como CDBs, letras financeiras e outros papéis emitidos pelos bancos para levantar recursos para operações alternativas à B3. Segundo os analistas, o processo está em estágio inicial, mas pode ter impactos limitados sobre as operações da companhia.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.