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SÃO PAULO – Em dia de vencimento de opções sobre ações na B3, o Ibovespa teve uma sessão volátil nesta segunda-feira (21). Após chegar a subir 0,96%, o índice se descolou do exterior e virou para queda durante a tarde, puxado por blue chips como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e os bancos, que caíram mais de 2%. Por outro lado, o dólar teve uma sessão de alívio após o BC “pesar a mão” e triplicar a oferta de swaps cambiais.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,52%, aos 81.815 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 20,781 bilhões. Por outro lado, o dólar comercial acelerou as perdas durante a tarde, fechando em queda de 1,35%, a R$ 3,6890. Em Wall Street, os três principais índices subiram diante da trégua entre China e EUA sobre a guerra comercial.
No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, afirmou que EUA e China vão “colocar a guerra comercial em modo de espera”, de modo que suspenderam temporariamente as tarifas sobre importações entre os países. Washington e Pequim anunciaram que chegaram a um consenso para reduzir drasticamente o déficit comercial. Para conseguir isso, a China comprometeu-se em aumentar “consideravelmente” suas compras de produtos norte-americanos, como commodities agrícolas e de energia.
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Enquanto isso, depois de subir por seis pregões consecutivos, o dólar caiu nesta segunda em vista da decisão do BC em triplicar sua oferta de swaps cambiais. Agora serão ofertados 15 mil contratos de swap cambial em leilão – até hoje eram 5 mil contratos diários. Além disso, o BC dá continuidade à rolagem dos 4.225 contratos que vencem em junho.
Depois de disparar na semana passada após o Copom manter a Selic em 6,5% ao ano, surpreendendo boa parte do mercado e ocasionando uma corrida de ajuste de posição no mercado de juros futuros, os DIs com vencimento em janeiro de 2019 registraram queda de 5 pontos-base, cotados aos 6,63%, enquanto com os contratos de 2021 recuaram 13 pontos, aos 8,79%. Além do clima de menor aversão ao risco, a volatilidade perdeu força após o mercado “dobra aposta” que a Selic encerrará o ano em 6,25% ao ano, como apontou o último Relatório Focus.
Reunião de emergência do governo
O presidente Michel Temer convocou para esta segunda uma reunião de emergência para discutir a escalada nos preços dos combustíveis. A decisão foi tomada após representantes do alto escalão do governo demonstrarem sua preocupação com os seguidos reajustes nos preços dos combustíveis nas refinarias. As ações da Petrobras, que chegaram a subir mais de 2% acompanhando a alta do petróleo, passaram a operar em queda e alcançaram a mínima do dia após o anúncio do encontro.
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A reunião acontecerá no Palácio do Planalto e está marcada para 18h, segundo informações da Agência Brasil. Foram chamados para participar da conversa com o presidente os ministros Moreira Franco (Minas e Energia), Eduardo Guardia (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), Esteves Colnado (Planejamento) e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, anunciou que realizará uma comissão geral no dia 30 de maio para debater os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis. Serão convidados para participar do debate representantes da Petrobras, de distribuidoras, de postos, do governo e especialistas do setor. O objetivo, segundo Maia, é buscar ações imediatas para enfrentar a crise geopolítica global que encarece os combustíveis.
Vencimento de opções
O exercício de opções sobre ações movimentou, nesta segunda, R$ 8,137 bilhões na B3. Deste montante, R$ 5,006 bilhões representaram opções de compra, enquanto os outros R$ 3,131 bilhões foram de opções de venda. Do total movimentado, R$ 1,3 bilhão foram de opções da Petrobras.
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Os quatro contratos mais movimentados foram da estatal petrolífera, sendo três de compra e um de venda. As calls de a R$ 23,00 e R$ 22,00, movimentaram R$ 436,8 milhões e R$ 328,8 milhões, respectivamente, enquanto as opções de compra a R$ 24,00 tiveram volume de R$ 271,1 milhões.
Já o contrato de venda de Petrobras PN a R$ 27,00 teve o quarto maior volume deste vencimento, com R$ 266,3 milhões. Por fim, completando o “top 5”, ficaram as puts de Banco do Brasil (BBAS3) a R$ 38,25, movimentando R$ 249,5 milhões.
Destaques do mercado
Do lado positivo, destaque para as ações do Magazine Luiza (MGLU3), que lideram os ganhos do Ibovespa, enquanto os papéis da Vale caíram forte puxados pela derrocada do minério de ferro no exterior.
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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
UGPA3 | ULTRAPAR ON | 51,34 | -5,94 | -30,75 | 110,34M |
ELET3 | ELETROBRAS ON | 17,71 | -4,01 | -8,43 | 54,70M |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 29,14 | -3,35 | +72,32 | 452,62M |
BRKM5 | BRASKEM PNA | 46,65 | -3,34 | +13,51 | 108,88M |
GGBR4 | GERDAU PN | 17,17 | -3,32 | +38,95 | 226,57M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | 109,53 | +4,23 | +36,91 | 166,27M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 14,74 | +3,73 | +0,96 | 38,75M |
CPLE6 | COPEL PNB | 24,30 | +2,27 | -2,61 | 15,84M |
SMLS3 | SMILES ON | 58,70 | +2,26 | -18,74 | 39,29M |
CVCB3 | CVC BRASIL ON | 50,50 | +1,92 | +5,70 | 73,26M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
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Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 25,05 | -2,34 | 1,93B | 1,55B | 70.437 |
VALE3 | VALE ON | 53,11 | -3,03 | 1,12B | 832,85M | 35.747 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 44,54 | -1,37 | 766,34M | 600,66M | 38.847 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 31,04 | -1,43 | 623,10M | 414,42M | 37.580 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 20,30 | -1,60 | 553,88M | 392,50M | 37.207 |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 29,14 | -3,35 | 452,62M | 342,48M | 23.879 |
BBAS3 | BRASIL ON | 31,91 | -2,39 | 304,67M | 334,21M | 23.644 |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 45,72 | -1,02 | 275,69M | n/d | 18.023 |
GGBR4 | GERDAU PN | 17,17 | -3,32 | 226,57M | 152,62M | 18.954 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 11,53 | -0,60 | 224,54M | 214,10M | 36.373 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Agenda doméstica da semana
Após uma semana caótica no mercado, em meio aos efeitos da alta dos Treasuries e do dólar, os investidores se atentam nesta semana às sinalizações do Banco Central, passada a surpreendente decisão do Copom de manter a Selic em 6,50% ao ano. Na terça-feira, a autoridade monetária divulga a ata com os detalhes da última reunião. A expectativa é elevada, pois o comitê deve explicitar de forma mais clara a mudança em seu comportamento, que a princípio deu maior peso para o seu balanço de riscos, que se deteriorou recentemente com a disparada do dólar, em vez dos dados correntes de inflação (controlada abaixo da meta) e atividade (morna).
No dia seguinte, o IBGE divulga o IPCA-15 referente ao mês de maio. A GO Associados projeta alta de 0,30%, mantendo o acumulado em 12 meses abaixo do piso da meta de 3,0%, em 2,87%. Segundo os economistas, a prévia da inflação mostrará algumas pressões pontuais, que não alteram o cenário inflacionário benigno.
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Por fim, um ponto bastante importante na agenda econômica será a discussão entre a União e Petrobras sobre a cessão onerosa, que acabou não sendo definido no prazo estabelecido, que se encerrou na quinta-feira (17) e ficou para os próximos dias. A Petrobras explora desde 2010 algumas áreas do pré-sal, sem ter realizado leilão na época, mas tendo pago a quantia de R$ 74,8 bilhões ao Tesouro, quantia considerada excessiva pela empresa nos dias atuais. O acordo é necessário para que a União possa realizar novos leilões das áreas, que podem render até R$ 100 bilhões aos cofres públicos.
Agenda externa da semana
Nos Estados Unidos, enquanto o mundo todo fica atento ao dólar, que tem disparado contra praticamente todas as moedas globais, esta semana pode dar mais indícios sobre o andamento da alta de juros no país. Na quarta-feira (23) será divulgada a ata da última reunião do Fomc, realizada nos dias 1 e 2 de maio, que deve ajudar a indicar qual o cenário mais provável para o ano, 3 ou 4 altas de juros.
A atividade crescendo em um ritmo consistente, aliado a baixa taxa de desemprego e pressões de custo, em especial o aumento do preço do barril do petróleo, tem levado o mercado a aumentar a probabilidade de altas dos juros nos EUA este ano. Esta semana, pela primeira vez no ano, o mercado precificou como mais provável 4 altas de juros em vez de 3. Além disso, serão divulgados os dados da sondagem da indústria e dos serviços (PMI), todos na quarta.
Na Europa, os olhares devem continuar atentos ao desdobramento do novo governo italiano, formado pela coalização entre o Movimento 5 Estrelas e o Liga, que propõe uma pauta populista de redução de impostos e aumento dos gastos para estimular a economia italiana e a redução da dívida pública, o que tem gerado tensão na região.
Na agenda de indicadores, a sondagem PMI de atividade será publicada na quarta-feria. “Num contexto no qual a recuperação frustrou no primeiro trimestre do ano, a expectativa é que os índices PMI mantenham a tendência baixista, entretanto permanecendo próximo aos 50 pontos que representa estabilidade na atividade econômica”, afirmam os analistas da GO Associados. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.
Destaques da política
Na política, as movimentações de bastidores em torno da corrida presidencial devem seguir atraindo as atenções do mercado, embora não seja esperada nenhuma formalização de alianças partidárias neste momento. Também vale atenção a palestra do pré-candidato tucano à presidência Geraldo Alckmin no Ibmec/SP, nesta manhã. O ex-governador paulista inaugurou um ciclo de eventos com os presidenciáveis realizado pela instituição de ensino e com transmissão exclusiva pelo InfoMoney.
O noticiário para Geraldo Alckmin não anda favorável. Além de não crescer nas pesquisas, o tucano enfrenta um cerco do Judiciário. Após as movimentações do inquérito que investiga suposto pagamento de mais de R$ 10 milhões em propina envolvendo as obras do Rodoanel, em São Paulo, relatos feitos por integrantes da CCR ao Ministério Público de São Paulo dão conta que o ex-governador recebeu cerca de R$ 5 milhões da empresa para o caixa de sua campanha em 2010.
O dinheiro teria sido entregue ao cunhado de Alckmin, o empresário Adhemar Ribeiro. Por ser concessionária de serviços públicos, antes mesmo da proibição do financiamento empresarial de campanhas, a CCR já não podia fazer doações eleitorais.
Também vale destacar a corrida dos pré-candidatos a doações de pessoas físicas via crowdfunding. Com recursos mais escassos para campanha, em meio à proibição do financiamento empresarial e mesmo com a engorda dos recursos públicos aos partidos, a disputa por doações nesta modalidade deve ser uma das principais novidades desta eleição. O período para arrecadação através de “vaquinhas virtuais” começou no último dia 15 de maio.
Segundo reportagem do jornal O Globo, entre os presidenciáveis, João Amoêdo é o líder nesta modalidade. O pré-candidato do Partido Novo já levantou R$ 80,3 mil de 607 doadores, seguido por Manuela D’Ávila (PCdoB), com R$ 34,6 mil. O limite de doação para pessoa física é de R$ 1.064,10 e o valor não pode ultrapassar 10% da renda bruta registrada no imposto de renda.
Em meio a um racha na estrutura petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está escrevendo, da prisão, em Curitiba (PR), um manifesto que será apresentado pelo partido nos atos de lançamento de sua candidatura ao planalto. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, o petista deve aproveitar trechos da nova Carta ao Povo Brasileiro que discutia com aliados antes de ser preso no âmbito da operação Lava Jato. Nos últimos dias, o partido teria sondado o histórico aliado PCdoB sobre a possibilidade de desistência de Manuela D’Ávila da corrida presidencial.
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