Ibovespa já precifica o “terror eleitoral” e ainda é hora de comprar ações, diz gestor do Alaska

“Desde final de 2015, estamos otimistas com a bolsa. Quando barateia 5%, 6%, 10%, só melhora. Continua valendo : é hora de comprar bolsa sim e vai continuar por um bom tempo“, avalia Henrique Bredda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois de mais uma semana azeda para o Ibovespa, com o índice acumulando mais uma baixa (de 2,52%) e, principalmente, com o dólar ultrapassando os R$ 3,70, o que esperar para o mercado daqui para frente?

Enquanto muitos mostram pessimismo, Henrique Bredda, gestor da Alaska Asset Management, destacou que a bolsa está bem distante do nível que o deixaria preocupado – mais do que isso, ele segue bem otimista. “Desde final de 2015, nós do Alaska estamos otimistas com a bolsa. Quando barateia 5%, 6%, 10%, só melhora. Continua valendo: é hora de comprar bolsa sim e vai continuar por um bom tempo”, avalia. 

Ele ainda aponta que, quem pensa que o mercado está precificando só o cenário internacional com a perspectiva de alta de juros mais acelerada pelo Federal Reserve, pode estar enganado. Para Bredda, o mercado já precifica há algum tempo o risco político, já embutindo o “terror eleitoral” com o pleito de outubro desse ano.

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“A gente já vê as empresas segurando investimentos por conta das eleições, os estrangeiros não estão no Brasil. Caso não fosse o terror eleitoral, teríamos corrigido a bolsa em dólares até esse momento”, aponta Bredda. O gestor ressalta que, desde maio 2008 até hoje, exatos 10 anos, o S&P subiu 138% em dólares, ante 10% do índice geral das bolsas emergentes e queda de 50% do Ibovespa. Desta forma, para o benchmark da bolsa brasileira andar pelo menos em linha com os emergentes, o Ibovespa teria que dobrar de valor.

Uma parte desse cenário vem do conservadorismo dos investidores, afirma. E, para ele, o desfecho das eleições não preocupa tanto: “se não for o cenário mais negativo e até se um ‘candidato ruim’ for eleito, é possível a bolsa subir”, avalia. A sua crença é baseada na avaliação de que o próximo presidente terá que endereçar os problemas fiscais no Brasil, fazer algumas privatizações e tomar outras medidas que vão acabar acalmando o mercado.

Mas, agora, o ambiente que é precificado é de incerteza. Para Bredda, porém, quando os investidores começarem a olhar para a melhora nos resultados das empresas, lucro e dividendos, haverá uma reprecificação no mercado.

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Sobre as empresas que vale ficar de olho, de forma geral, estão as empresas cíclicas domésticas (transporte, rodoviário, algumas de consumo) e as cíclicas exportadoras (principalmente em commodities, exportadoras). Como o dólar se valorizou muito rápido, pode haver surpresas muito positivas nos resultados trimestrais das exportadoras, com forte geração de caixa e pagamento de dividendos, como Vale (VALE3), Braskem (BRKM5) e até Petrobras (PETR4), que está exportando mais do que no passado com o pré-sal. 

E o dólar, continuará subindo? Para Bredda, há duas tendências: a de curto prazo e a de longo prazo. “No curto prazo, a incerteza nos EUA sobre alta de juros, a crise na Argentina, a desvalorização da moeda turca, no curto prazo são fatores desencadeadores de uma alta do dólar”, avalia Bredda. Já em prazos maiores, dois ou três anos, a tendência é contrária, já que o dólar já está bastante valorizado ante moedas de países desenvolvidos e emergentes, o que não é sustentável ainda mais levando em conta a tendência de aumento do déficit da balança comercial deficitária nesse cenário. Com isso, a expectativa é de reversão do câmbio – mas não em breve. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.