Ibovespa Futuro recua à espera pelo Copom; dólar sobe mesmo com alívio argentino

BC argentino conseguiu renovas suas dívidas de US$ 27 bilhões

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em junho recuavam 0,10%, aos 85.700 pontos, às 9h16 (horário de Brasília) desta quarta-feira (16), com o mercado na expectativa pela reunião do Copom. Enquanto isso, o dólar segue com sua sequência de alta mesmo após o Banco Central da Argentina conseguir renovar suas dívidas.

Em evento aguardado pelo mercado, o BC argentino teve sucesso em renovar os US$ 27 bilhões de dívidas que venceriam na última terça-feira (15) e ainda emitiu mais US$ 200 milhões de títulos de dívida, em um sinal comemorado pelo governo como um “voto de confiança” do mercado na economia do país. Se o governo não conseguisse rolar suas dívidas, era esperada uma saída elevada de dólares do país, piorando ainda mais a situação econômica argentina e gerando uma nova onda de valorização do dólar.

Mesmo diante da notícia, o dólar futuro com vencimento em junho registrava valorização de 0,56%, aos R$ 3,678, seguindo com seu movimento de alta engatilhado no mês passado. Enquanto isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam praticamente estáveis, cotados 6,33% e 8,46%, respectivamente, na expectativa pela decisão do Copom.

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Decisão do Copom

O grande destaque da agenda econômica doméstica fica para após o fechamento do mercado, quando o Banco Central divulga a decisão do Copom, amplamente esperada com um novo corte de 25 pontos-base na Selic, para 6,25% ao ano. Porém, esta projeção começou a ganhar contestações após a recente disparada do dólar, o que leva alguns analistas a defender que a autoridade monetária não reduza os juros agora. De qualquer forma, a pressão do câmbio deve levar o BC a selar o ciclo atual e confirmar já no comunicado que irá manter a Selic nos próximos meses.

Ainda no âmbito doméstico, destaque para o resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que saiu de um avanço de 0,09% para uma retração de 0,74% durante a passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou abaixo da expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam para queda de 0,30% no comparativo mensal da atividade econômica. Em base anual, o IBC-Br apontou retração de 0,66%, enquanto as projeções apontavam para um crescimento de 0,20%.

Nos EUA, agenda de dados inclui, às 10h15, a produção industrial mensal de abril, com estimativa de alta de 0,6% e, às 11h30, para os estoques petróleo da última semana, com estimativa de queda de 1,35 milhão de barris.

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Bolsas mundiais

As bolsas europeias e o S&P futuro operam perto da estabilidade, enquanto o dólar volta a registrar ganhos frente as principais moedas emergentes. Os rendimentos dos títulos dos EUA recuam, mas seguem acima de 3%, enquanto o rendimento do papel da Itália dispara com populistas que tentam formar governo discutindo reduzir dívida pública em US$ 300 bilhões. 

Já na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única nesta quarta-feira, em meio a incertezas geopolíticas ligadas à Coreia do Norte. Ontem, a Península Coreana voltou ao foco depois que a Coreia do Norte desistiu de um encontro de alto escalão que faria hoje com autoridades da Coreia do Sul, em razão da realização de manobras militares conjuntas entre Seul e Washington. Entre os dados econômicos, foi divulgado que o PIB japonês, que registrou contração anualizada de 0,6% no trimestre até março, a primeira desde os últimos três meses de 2015.

No mercado de commodities, o petróleo segue perto de US$ 71; o cobre e níquel sobem em Londres e o minério estende baixa em Dalian.

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Às 9h16, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,06%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,08%

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*Nasdaq Futuro (EUA) -0,01%

*DAX (Alemanha) +0,34%

*FTSE (Reino Unido) +0,11%

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*CAC-40 (França) 0%

*FTSE MIB (Itália) -1,77%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,13% (fechado)

*Xangai (China) -0,70% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,44% (fechado)

*Petróleo WTI -0,14%, a US$ 71,21 o barril

*Petróleo brent -0,62%, a US$ 77,94 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,92%, a 482,50 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -2,82%, R$ 31.776 (confira a cotação da moeda em tempo real)

IMTV

No Be-a-bá da Bolsa, a partir das 11h00, o analista da Carteira InfoMoney Thiago Salomão responde à pergunta sobre as novas gestoras do mercado: afinal, como saber se elas são confiáveis. Já a partir das 11h30 (horário de Brasília), a IMTV recebe o estrategista político Arick Wierson, para uma entrevista ao vivo. O norte-americano atuou na campanha vitoriosa de Michael Bloomberg para a prefeitura de Nova York e agora deseja ingressar no tumultuado mercado eleitoral brasileiro.

Notícias do dia

O noticiário eleitoral segue sendo destaque dos jornais. Segundo a coluna Painel, da Folha, com Geraldo Alckmin sob pressão e empacado nas pesquisas, auxiliares do tucano tentam convencê-lo a ampliar sua presença nas redes sociais e na imprensa, lançando novos produtos para canais de internet, como o YouTube, e aumentar o número de entrevistas a rádios. Os primeiros testes devem começar nesta semana.

Já o Estadão destaca que, beneficiados pelas duas últimas janelas de transferência partidária, o Podemos e o PP se uniram em uma ofensiva jurídica para que a distribuição do tempo de TV às legendas no horário eleitoral gratuito na campanha eleitoral não tenha como critério o tamanho das bancadas eleitas em 2014, como prevê a regra atual. 

Ainda ontem, o Plenário da Câmara dos Deputados encerrou sessão na qual se analisava requerimento para a votação, de uma só vez, dos destaques simples apresentados à medida provisória que permite à Pré-Sal Petróleo (PPSA) realizar diretamente a comercialização da parte de óleo devida à União na exploração de campos da bacia do pré-sal com base no regime de partilha. Deputados continuarão a votar a matéria em sessão a partir das 9h desta quarta-feira, segundo a Agência Câmara.

Noticiário corporativo

A reta final da temporada de balanços ganha destaque, com atenção para a Eletrobras, que registrou lucro líquido de R$ 56 milhões no primeiro trimestre, uma retração de 96% sobre o R$ 1,378 bilhão em igual período do ano passado. No critério gerencial, a queda foi de 22%, para R$ 429 milhões.

Ainda sobre a estatal, o governo muda trecho do decreto que inclui Eletrobras no PND. “Fica qualificada, no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos – PPI, e incluída no Programa Nacional de Desestatização – PND, a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, condicionada a assinatura de contrato que tenha por finalidade a realização dos estudos necessários à execução deste Decreto à aprovação, pelo Congresso Nacional, do Projeto de Lei nº 9.463, de 2018”, segundo o novo trecho.

Já o InfoTrade de hoje, destaque para o dólar, que deve dar um alívio após disparada nos últimos dias. No “Gráfico do Dia”, as atenções ficam por conta das ações da Localiza (RENT3), que deixam um sinal de reversão e podem oferecer uma oportunidade de compra. Confira clicando aqui. 

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura