Petrobras e Vale salvam Ibovespa e dólar salta para R$ 3,63 com “problemas” para Alckmin em nova pesquisa

Índice fica no zero entre alta de ações ligadas à commodities e queda forte dos bancos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após chegar a marcar máxima em 86.105 pontos e subir 1,04%, o Ibovespa reverteu os ganhos e chegou a cair 0,6% em uma sessão volátil de olho na mais recente pesquisa eleitoral feita pela CNT/MDA. Enquanto isso, o dólar voltou a ganhar força e subir forte nesta segunda-feira (14), já começando a se aproximar da faixa de R$ 3,65.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com leves ganhos de 0,01%, aos 85.232 pontos, sustentado por ações ligadas a commodities, como Petrobras (PETR3) e Vale (VALE3), enquanto os bancos pesaram no dia, com Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC3) e Banco do Brasil (BBAS3) caindo forte. O volume financeiro ficou em R$ 12,240 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, subiu 0,76%, cotado a R$ 3,6281 na venda.

No início do dia, a moeda chegou negociar em queda em vista das novas medidas do Banco Central para intervir no câmbio, mas a partir das 11h o dólar virou para alta e acelerou seus ganhos desde então após divulgada a pesquisa CNT/MDA.

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Na primeira pesquisa eleitoral após o anúncio do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa de que não concorrerá à presidência em outubro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) manteve a liderança nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula no páreo. De acordo com levantamento, o parlamentar tem 18,3% das intenções de voto, na ausência do petista e do presidente Michel Temer. O desempenho representa um recuo do candidato em comparação com pesquisa anterior, realizada no início de março.

Logo atrás do ex-capitão do Exército, aparecem a ex-senadora Marina Silva (Rede), com 11,2%, e o ex-governador cearense Ciro Gomes, com 9%. O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, tem 5,3%, das intenções de voto, em uma queda superior à margem de erro, em relação ao levantamento anterior. O tucano está tecnicamente empatado com o senador Álvaro Dias (Podemos), com 3%, e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), com 2,3%.

“Do ponto de vista da formação de uma aliança de centro, o ponto preocupante da pesquisa eleitoral, é Geraldo Alckmin estacionado, sem viés de subir, e Ciro Gomes com possibilidade de se fortalecer, disse Richard Back, analista político da XP Investimentos, para a Bloomberg. “Sem alguém que seja viável ali, a eleição fica bem mais imprevisível”, explicou.

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Veja também: 5 possíveis conclusões após a divulgação da nova pesquisa eleitoral CNT/MDA

No levantamento anterior, Jair Bolsonaro liderou em todos os cenários em que a candidatura de Lula não era considerada, com um percentual de intenções de voto que oscilava entre 20% e 20,9%. Na sequência, aparecia Marina Silva, com entre 12,8% e 13,9%, dependendo do cenário considerado. Geraldo Alckmin apareceu logo na sequência, com algo entre 8,6% e 8,7%, tecnicamente empatado com Ciro Gomes, com de 8,1% a 9%. Já no único cenário em que a candidatura de Lula é considerada, o petista aparece com 33,4% das intenções de voto, na primeira colocação, seguido por Bolsonaro, com 16,8%, e Marina Silva, com 7,8%.

Nova investida do BC para frear o dólar

Na noite da última sexta-feira (11), a autoridade monetária comunicado ao mercado que faria “ajustes na forma que está ofertando swap cambial”. A partir de hoje, o BC passará a fazer dois leilões, sendo um para a rolagem de 50,7 mil contratos que vencem em junho e que ainda não foram rolados este mês, como realizará outro leilão duras horas antes, para a oferta de 5 mil novos contratos com vencimento em julho deste ano.

O volume oferecido no leilão para rolagem dos contratos que vencem em junho foi reduzido de 8.900 para 4.225 mil contratos, mas, como contrapartida, a autoridade monetária não sinalizou até quando vão durar as intervenções não relacionadas à rolagem de contratos de swap, esticando o prazo de rolagem dos contratos que vencem em junho que terminaria essa semana.

Destaques do mercado

Do lado positivo, além das ações da Petrobras, que subiram em vista do petróleo, os papéis da CSN seguiram em alta na expectativa pelos números do primeiro trimestre deste ano, que serão publicados após o fechamento do mercado. Vale lembrar que na última quinta-feira (10) o presidente da companhia, Benjamin Steinbruch, afirmou que o resultado da empresa agradará os investidores.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO PAPELON 45,25 +4,99 +143,28 219,00M
 PETR3 PETROBRAS ON N2 30,15 +4,15 +78,30 486,33M
 BRFS3 BRF SA ON 24,67 +3,22 -32,60 171,11M
 BRAP4 BRADESPAR PN 35,00 +3,18 +26,32 103,49M
 PETR4 PETROBRAS PN N2 26,24 +3,14 +62,98 1,73B

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 13,90 -10,90 +3,01 153,44M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 25,85 -7,45 -20,51 212,88M
 QUAL3 QUALICORP ON 22,38 -6,32 -26,72 74,68M
 SMLS3 SMILES ON ED 62,77 -4,75 -13,10 74,94M
 FLRY3 FLEURY ON 25,30 -4,71 -12,18 74,06M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 26,24 +3,14 1,73B 1,29B 60.121 
 VALE3 VALE ON 54,27 +3,12 851,23M 734,32M 32.351 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 47,35 -1,50 514,27M 506,08M 29.200 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 30,15 +4,15 486,33M 260,08M 24.299 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 32,38 -1,43 381,85M 391,99M 34.456 
 B3SA3 B3 ON 23,29 -1,31 350,21M 202,73M 26.680 
 BBAS3 BRASIL ON 34,92 -2,49 308,44M 321,11M 24.421 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 21,71 -0,64 285,26M 342,87M 27.680 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 45,25 +4,99 219,00M n/d 20.810 
 KROT3 KROTON ON 11,10 -0,45 214,48M 136,33M 30.080 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Notícias do dia
As alianças eleitorais seguem sendo o destaque nos jornais. Em entrevista ao Estadão no fim de semana, o presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à Presidência, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não  há possibilidade, neste momento, de uma aliança com Geraldo Alckmin (PSDB). Maia disse ter timo relacionamento” com Alckmin, e quem chegar no segundo turno apoiará o outro. Contudo, apontou que a aliança entre o DEM e o PSDB tem sido “muito desgastada” nos últimos anos e “o ciclo está terminando”. 

Enquanto isso, o jornal O Globo destaca que, embora insista em se manter como pré-candidato ao Planalto pelo DEM, Maia terá dificuldades para convencer seus correligionários a manter sua condição de presidenciável a partir de 15 de junho, data considerada “limite” por uma ala importante do DEM para encerrar o assunto e passar a negociar uma aliança eleitoral com um candidato “viável” no campo de centro. Hoje, na avaliação de aliados de Maia ouvidos pelo jornal, o nome seria justamente o de Alckmin.

Olhando para o governo que está terminando, cabe destacar a entrevista que Michel Temer concedeu ao Estadão. Ele afirmou que, depois das eleições, pretende convidar seu sucessor para, juntos, tentarem aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano e, portanto, antes do início do futuro governo. Temer se diz convencido de que, seja quem for o presidente, terá de aprovar a reforma e o melhor será se puder já assumir sem esse peso e essa responsabilidade nas costas.

Eventos da semana

Contudo, o grande destaque da agenda econômica doméstica fica na quarta-feira (16), após o fechamento do mercado, em que o Banco Central divulga a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), amplamente esperada com um novo corte de 25 pontos-base na Selic. Porém, esta projeção começou a ganhar contestações após a recente disparada do dólar, o que leva alguns analistas a defender que a autoridade monetária não reduza os juros agora. De qualquer forma, esta variação cambial deve realmente levar o BC a selar o ciclo atual e confirmar já no comunicado que irá manter a Selic nos próximos meses.

No mesmo dia, mas pela manhã (8h30), o BC apresenta também o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) de março, considerado a prévia mensal do PIB (Produto Interno Bruto). A GO Associados projeta estabilidade ante o mês de fevereiro, refletindo o desempenho favorável do varejo, compensado pela queda da indústria e do desempenho fraco esperado para os serviços.

Além disso, a próxima semana também marca o fim da temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre, com cerca de 50 balanços programados para serem apresentados apenas entre segunda e terça-feira, entre eles a JBS (JBSS3), BR Malls (BRML3), Eletrobras (ELET3) e CSN (CSNA3).

Nos Estados Unidos, os investidores estarão focados nos dados de atividade econômica, em especial os resultados das vendas do comércio e da produção industrial, que serão divulgados na terça (15) e quarta-feira (16), respectivamente. Nesta segunda, por sua vez, agenda traz fala de James Bullard, do Federal Reserve de Saint Louis às 10h40, e dados de indústria e varejo na China à noite. 

Na Ásia, atenção especial para os dados da produção industrial de abril na China, que serão publicados na noite de hoje. O resultado poderá dar indicações sobre o possível impacto negativo das tensões comerciais com os EUA e pode também ter reflexos nos mercados, principalmente o brasileiro, que tem grande ligação com o gigante asiático por conta das commodities.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.