Petrobras e Vale sobem mais de 3%, enquanto bancos caem até 2,5%; Estácio desaba 7% e elétrica despenca 10%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (26)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a ter ganhos de 1% mais cedo, mas a virada de bancos para baixo e os temores em meio à nova pesquisa eleitoral CNT/MDA, que mostrou candidatos de centro enfraquecidos (com destaque para a queda de Geraldo Alckmin), fizeram com que o mercado operasse no negativo. No final do pregão, o índice zerou, para depois amenizarem em meio aos fortes ganhos de Vale e Petrobras, que subiram forte na esteira dos ganhos das commodities. 

Suzano (SUZB3) teve nova alta forte na esteira da alta do dólar, já que a sua receita é atrelada à divisa americana, enquanto Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) tiveram baixa entre 1% e 3%. Confira os destaques do mercado nesta segunda-feira (14):

 

Petrobras (PETR3; PETR4)

A continuidade da alta dos preços do petróleo guia mais uma sessão de ganhos para a Petrobras, que avançou 21% apenas na semana passada e voltou a ser a empresa mais valiosa da Bolsa. Nesta segunda, o brent registrava ganhos de 1,66%, a US$ 78,80 o barril, enquanto o WTI registrou alta de 0,55%, a US$ 71,09 o barril. 

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No radar da estatal, segundo coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Petrobras entrou com uma ação contra oito grandes bancos sob investigação por supostamente formar um cartel para manipular o mercado de câmbio. A ação tem como alvo bancos, entre eles Bradesco, Itaú BBA, Santander, BTG Pactual e Citibank, que estão sendo investigados pelo Cade.

A Petrobras argumenta que “participa ativamente” do mercado de câmbio e destaca o escopo de sua atividade em 2017, segundo a coluna. Questionados pela Bloomberg, a Petrobras e o BTG Pactual não quiseram fazer comentários. Os demais bancos citados na coluna não responderam imediatamente a e-mails e telefonemas pedindo comentário.

Além disso, a ação da companhia começou a ser negociada no nível 2 de governança corporativa da B3. Os executivos da empresa destacam que esse é o máximo que ela poderá atingir. Isso porque, pela Lei do Petróleo que garante o controle da estatal à União, os acionistas preferencialistas não têm direito a voto, uma exigência do Novo Mercado, estágio máximo de transparência da bolsa de valores brasileira.

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Nesta semana, vale ficar de olho ainda em um possível acordo entre a União e a estatal sobre a cessão onerosa. O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago, disse na sexta-feira (11) que pode ser necessária uma alteração legal para viabilizar o acordo sobre cessão onerosa do pré-sal com a Petrobras. Ele disse que está trabalhando “muito forte” para chegar um consenso sobre a questão até o dia 17 (quinta-feira). A estatal e o Tesouro precisam chegar a um acordo para que o governo possa fazer novos leilões na camada do pré-sal.

Em 2010, quando foi firmado o contrato original, a União cedeu à Petrobras o direito de explorar 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural, por meio do sistema de exploração cessão onerosa. Em troca, a empresa pagou ao Tesouro Nacional R$ 74,8 bilhões.

O governo e a Petrobras discutem agora a revisão desse valor, já previsto no contrato, considerando, por exemplo, variações do dólar e do preço do barril do petróleo. A questão está em discussão, sob sigilo, com a Petrobras. A conclusão da negociação determinará se a estatal petrolífera terá que pagar ao Tesouro ou receber recursos.

“Não há visibilidade sobre qual será o resultado das negociações, que podem ser estendidas por mais 60 dias se necessário. A questão mais importante é que, nos moldes do contrato, se o governo tiver que pagar algo a Petrobras, o pagamento só pode ser feito em dinheiro, enquanto se a Petrobras dever ao governo, o pagamento pode ser feito em dinheiro ou barris de petróleo. Para a Petrobras, a notícia positiva seria receber do governo. No entanto, dado o aperto fiscal atual, parece improvável que o governo vá ressarcir a empresa em dinheiro, ainda que na forma de Precatórios. Para receber em barris, seria necessário alteração de marcos legais, e já há discussões preliminares em andamento a respeito”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos. 

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Energias do Brasil (ENBR3)

A Chinesa CTG lançou uma OPA pela Utility Portuguesa EDP na sexta-feira, o que levou a uma alta de 15% da subsidiaria ENBR3. 

Contudo,uma condição da oferta é que a CTG não esteja obrigada a realizar uma OPA pela ENBR3. Isso é possível, dado que (1) formação de bloco indireto de controle não está contemplada na Lei das S.A. no Brasil e (2) não viola diretamente o acordo de acionistas da ENBR3. Com isso, as ações fecharam em forte queda de quase 11%. 

“Dada a alta da ação na sexta-feira  (próxima da máxima histórica) e várias notícias deixando bem claro que não necessariamente ocorra uma OPA por ENBR3, acreditamos que hoje possa haver uma realização do papel no mercado”, destacou a XP antes da abertura do mercado. 

 

Vale (VALE3), Bradespar (BRAP4) e siderúrgicas

As ações da Vale registraram ganhos na esteira da alta de cerca de 2% do contrato futuro do minério de ferro em Dalian. Enquanto isso, o minério de ferro negociado em Qingdao fechou com ganhos de 2,24%, a US$ 68,93, na maior cotação desde 16 de março. 

Atenção ainda para a Bradespar (BRAP4), que registrou prejuízo de R$ 283,5 milhões no primeiro trimestre de 2018, enquanto a receita operacional foi de R$ 324,8 milhões. De acordo com a empresa, o prejuízo nos 3 primeiros meses do ano foi reflexo da provisão de R$ 555 milhões por conta da disputa judicial contra a Elétron, empresa controlada por Daniel Dantas. O valor considerado pela empresa está bem abaixo dos R$ 2 bilhões esperados na semana passada, quando o caso veio à tona no mercado e culminou na queda de 6% das ações.

A CSN (CSNA3), que divulgará os números do primeiro trimestre de 2018 após o fechamento do mercado, fechou em alta, enquanto Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) tiveram perdas. 

Cabe ressaltar ainda que as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira, lideradas por Hong Kong, após um tuíte do presidente Donald Trump sugerir um possível avanço nas relações comerciais entre EUA e China.  Num gesto que surpreendeu Pequim, Trump afirmou ontem no Twitter que está disposto a ajudar o fabricante chinês de smartphones e equipamentos de telecomunicações ZTE a “voltar aos negócios, rapidamente”.  Com a expectativa de que EUA e China retomem negociações comerciais ao longo da semana, a iniciativa de Trump foi vista por alguns analistas como uma concessão de Washington.

Estácio (ESTC3)

Após despencar 10% na sexta-feira, a Estácio chegou a cair 9,3% nesta sessão, em meio à incerteza entre investidores e analistas sobre mudanças que a empresa de educação fez em seus métodos contábeis.

Em seu balanço do primeiro trimestre, a Estácio introduziu uma nova política de preços, cobrando parcelas de R$ 49 a aproximadamente 75% de seus alunos durante os primeiros dois ou três meses, com o restante das parcelas distribuídos durante o período letivo.

O novo sistema está aumentando a preocupação de que os estudantes possam desistir quando a Estácio decidir aumentar os preços, o que a empresa nega já que começou uma política semelhante no ano passado e isso não aumentou as taxas de abandono, conforme destacou reportagem no Brazil Journal. 

Também causou preocupação a quantidade de provisões que a Estácio terá que fazer para cobrir as desistências, já que a empresa está provisionando 15% da receita e alguns analistas dizem que esse número deve ficar próximo de 25% ou 30%.

Veja mais em: CEO da Estácio esclarece “dúvida” que fez a empresa despencar até 8% na bolsa

 

Sabesp (SBSP3)

As ações da Sabesp abriram em alta após uma semana de derrocada na bolsa com resultado e revisão tarifária abaixo do esperado, mas logo viraram para queda em meio ao movimento de aversão ao risco do mercado. A ação da companhia teve a recomendação elevada para neutra pelo Citi, com preço-alvo de R$ 31. Outro papel do setor de utilities, a Transmissão Paulista (TRPL4) teve a recomendação reduzida pelo mesmo banco a neutra, com preço-alvo de R$ 71,20. 

Alpargatas (ALPA4)

A Alpargatas registrou no primeiro trimestre de 2018 lucro líquido consolidado de R$ 112,8 milhões, o que significa queda de 37,2% sobre o mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 169,1 milhões entre janeiro e março, uma queda de 31,8% ante os R$ 247,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, 11, a receita líquida da Alpargatas subiu 11,7% no primeiro trimestre do ano, para R$ 902,1 milhões ante R$ 807,5 milhões no mesmo período de 2017.

Segundo o relatório que acompanha os resultados, o destaque foi o bom desempenho no Brasil, cuja receita líquida avançou 22,9% em decorrência dos crescimentos das receitas de todos os seus negócios, especialmente o de Sandálias.

O volume de vendas de Havaianas e Dupé superou em 33,1% o do primeiro trimestre do ano passado, ou 6,8%, se somados os 8,8 milhões de pares à quantidade vendida no primeiro trimestre de 2017, que foi antecipada para o quarto trimestre de 2016.

Como o negócio Sandálias ganhou participação na receita e apresentou incremento de rentabilidade, a margem bruta do Brasil foi 4,5 pontos porcentuais maior que a do primeiro trimestre de 2017. Já o Ebitda recorrente no Brasil aumentou 175,0% (desconsiderando os efeitos não recorrentes, como a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins no primeiro trimestre do ano passado.

Cesp (CESP6)

A Cesp teve prejuízo líquido de R$ 3,7 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 72,5 milhões no mesmo período de 2017, impactada pelo aumento nas provisões para riscos legais.

A companhia, controlada pelo governo do Estado de São Paulo e em meio a um processo de privatização, teve Ebitda de R$ 111,57 milhões, recuo de 33% na comparação anual.

A Cesp disse que teve aumento de 165,8% da provisão para riscos legais, “resultado tanto da atualização monetária e juros do saldo desta provisão, como das movimentações/reclassificações de ações para risco provável”, segundo o balanço da companhia. Os custos com as provisões foram de R$ 199,2 milhões no trimestre, ante R$ 74,9 milhões um ano antes.

Notre Dame (GNDI3)

A Notre Dame Intermédica viu seu lucro líquido subir 43% na comparação anual, passando de R$ 96,3 milhões no primeiro trimestre de 2017 para R$ 137,6 milhões nos três primeiros meses de 2018. 

Já a receita líquida foi de R$ 1,44 bilhão, alta de 18% na base anual, enquanto o Ebitda ajustado ficou em R$ 213 milhões, alta de 24%. A margem Ebitda, por sua vez, teve ganho de 0,7 ponto percentual, a 14,8%. A dívida líquida caiu 3,2% em relação ao final de 2017, a R$ 450 milhões, enquanto a sinistralidade caixa subiu 0,25 ponto percentual na base anual, a 71,9%. 

M.Dias Branco (MDIA3)

A M.Dias Branco apresentou um lucro líquido de R$ 139,7 milhões no primeiro trimestre de 2018, queda de 26,2% na comparação com os R$ 189,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

O Ebitda caiu 21,3%, a R$ 183,5 milhões, enquanto a receita líquida teve leve alta de 0,9%, a R$ 1,217 bilhão, fazendo com que a margem Ebitda caísse 4,2 pontos percentuais, a 15,1%.

Banrisul (BRSR6)

O dia foi negativo para os papéis do banco gaúcho Banrisul, que chegou a cair 7,95% na mínima do dia na esteira do resultado do primeiro trimestre de 2018. 

O banco apresentou lucro líquido recorrente de R$ 244 milhões, uma alta de 33,1% na base de comparação anual, mas frustrando a estimativa mais pessimista, de R$ 254 milhões, de acordo com pesquisa de analistas consultados pela Bloomberg. 

O banco estatal gaúcho ainda destacou ver a carteira de crédito no ano em alta entre 5% e 9%, enquanto os empréstimos no trimestre totalizaram R$ 31,78 bilhões. O retorno médio sobre o patrimônio no primeiro trimestre foi de 14,4%, alta de 2,6 pontos percentuais. 

Triunfo (TPIS3)

Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), Carlo Alberto Bottarelli, afirmou que a empresa pretende devolver ao governo a concessão da Concebra, corredor rodoviário de 1.176 quilômetros que engloba a BR-060/153/242, no eixo rodoviário Brasília-Goiânia-Betim. Ele ainda disse acreditar na venda de Viracopos. 

Eletropaulo (ELPL3)

A Eletropaulo informou que seu conselho de administração vai se manifestar até 30 de maio sobre as ofertas públicas voluntárias para aquisição de até a totalidade das ações da companhia apresentadas pela italiana Enel e pela Neoenergia, da espanhola Ibedrola, além de eventuais ofertas concorrentes, disse a empresa.

Um leilão público em que as ofertas serão colocadas para os acionistas, e no qual eventualmente poderá haver novos lances das empresas pela distribuidora foi agendado para 4 de junho pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

 

Anima (ANIM3)

A Anima aprovou programa de recompra de 2,4 milhões de ações em doze meses. 

(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.