Petrobras vai à Justiça contra 8 grandes bancos, diz colunista; Bradespar tem prejuízo de R$ 283 mi, outros 5 balanços e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (14)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – A semana marca a reta final da temporada de balanços, enquanto notícias sobre a Petrobras nos últimos dias antes da decisão sobre a cessão onerosa agitam o mercado. Confira no que ficar de olho:

Petrobras (PETR3)

Segundo coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Petrobras entrou com uma ação contra oito grandes bancos sob investigação por supostamente formar um cartel para manipular o mercado de câmbio. A ação tem como alvo bancos, entre eles Bradesco, Itaú BBA, Santander, BTG Pactual e Citibank, que estão sendo investigados pelo Cade.

A Petrobras argumenta que “participa ativamente” do mercado de câmbio e destaca o escopo de sua atividade em 2017, segundo a coluna. Questionados pela Bloomberg, a Petrobras e o BTG Pactual não quiseram fazer comentários. Os demais bancos citados na coluna não responderam imediatamente a e-mails e telefonemas pedindo comentário.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Nesta semana, vale ficar de olho ainda em um possível acordo entre a União e a estatal sobre a cessão onerosa. O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago, disse na sexta-feira (11) que pode ser necessária uma alteração legal para viabilizar o acordo sobre cessão onerosa do pré-sal com a Petrobras. Ele disse que está trabalhando “muito forte” para chegar um consenso sobre a questão até o dia 17 (quinta-feira). A estatal e o Tesouro precisam chegar a um acordo para que o governo possa fazer novos leilões na camada do pré-sal.

Em 2010, quando foi firmado o contrato original, a União cedeu à Petrobras o direito de explorar 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural, por meio do sistema de exploração cessão onerosa. Em troca, a empresa pagou ao Tesouro Nacional R$ 74,8 bilhões.

O governo e a Petrobras discutem agora a revisão desse valor, já previsto no contrato, considerando, por exemplo, variações do dólar e do preço do barril do petróleo. A questão está em discussão, sob sigilo, com a Petrobras. A conclusão da negociação determinará se a estatal petrolífera terá que pagar ao Tesouro ou receber recursos.

Continua depois da publicidade

“Não há visibilidade sobre qual será o resultado das negociações, que podem ser estendidas por mais 60 dias se necessário. A questão mais importante é que, nos moldes do contrato, se o governo tiver que pagar algo a Petrobras, o pagamento só pode ser feito em dinheiro, enquanto se a Petrobras dever ao governo, o pagamento pode ser feito em dinheiro ou barris de petróleo. Para a Petrobras, a notícia positiva seria receber do governo. No entanto, dado o aperto fiscal atual, parece improvável que o governo vá ressarcir a empresa em dinheiro, ainda que na forma de Precatórios. Para receber em barris, seria necessário alteração de marcos legais, e já há discussões preliminares em andamento a respeito”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos. 

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Bradespar (BRAP4)

A Bradespar registrou prejuízo de R$ 283,5 milhões no primeiro trimestre de 2018, enquanto a receita operacional foi de R$ 324,8 milhões. 

Alpargatas (ALPA4)

A Alpargatas registrou no primeiro trimestre de 2018 lucro líquido consolidado de R$ 112,8 milhões, o que significa queda de 37,2% sobre o mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 169,1 milhões entre janeiro e março, uma queda de 31,8% ante os R$ 247,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, 11, a receita líquida da Alpargatas subiu 11,7% no primeiro trimestre do ano, para R$ 902,1 milhões ante R$ 807,5 milhões no mesmo período de 2017.

Segundo o relatório que acompanha os resultados, o destaque foi o bom desempenho no Brasil, cuja receita líquida avançou 22,9% em decorrência dos crescimentos das receitas de todos os seus negócios, especialmente o de Sandálias.

O volume de vendas de Havaianas e Dupé superou em 33,1% o do primeiro trimestre do ano passado, ou 6,8%, se somados os 8,8 milhões de pares à quantidade vendida no primeiro trimestre de 2017, que foi antecipada para o quarto trimestre de 2016.

Como o negócio Sandálias ganhou participação na receita e apresentou incremento de rentabilidade, a margem bruta do Brasil foi 4,5 pontos porcentuais maior que a do primeiro trimestre de 2017. Já o Ebitda recorrente no Brasil aumentou 175,0% (desconsiderando os efeitos não recorrentes, como a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins no primeiro trimestre do ano passado.

Cesp (CESP6)

A Cesp teve prejuízo líquido de R$ 3,7 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 72,5 milhões no mesmo período de 2017, impactada pelo aumento nas provisões para riscos legais.

A companhia, controlada pelo governo do Estado de São Paulo e em meio a um processo de privatização, teve Ebitda de R$ 111,57 milhões, recuo de 33% na comparação anual.

A Cesp disse que teve aumento de 165,8% da provisão para riscos legais, “resultado tanto da atualização monetária e juros do saldo desta provisão, como das movimentações/reclassificações de ações para risco provável”, segundo o balanço da companhia. Os custos com as provisões foram de R$ 199,2 milhões no trimestre, ante R$ 74,9 milhões um ano antes.

Notre Dame (GNDI3)

A Notre Dame Intermédica viu seu lucro líquido subir 43% na comparação anual, passando de R$ 96,3 milhões no primeiro trimestre de 2017 para R$ 137,6 milhões nos três primeiros meses de 2018. 

Já a receita líquida foi de R$ 1,44 bilhão, alta de 18% na base anual, enquanto o Ebitda ajustado ficou em R$ 213 milhões, alta de 24%. A margem Ebitda, por sua vez, teve ganho de 0,7 ponto percentual, a 14,8%. A dívida líquida caiu 3,2% em relação ao final de 2017, a R$ 450 milhões, enquanto a sinistralidade caixa subiu 0,25 ponto percentual na base anual, a 71,9%. 

M.Dias Branco (MDIA3)

A M.Dias Branco apresentou um lucro líquido de R$ 139,7 milhões no primeiro trimestre de 2018, queda de 26,2% na comparação com os R$ 189,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

O Ebitda caiu 21,3%, a R$ 183,5 milhões, enquanto a receita líquida teve leve alta de 0,9%, a R$ 1,217 bilhão, fazendo com que a margem Ebitda caísse 4,2 pontos percentuais, a 15,1%.

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul apresentou lucro líquido recorrente de R$ 244 milhões, uma alta de 33,1% na base de comparação anual. 

O banco estatal gaúcho ainda destacou ver a carteira de crédito no ano em alta entre 5% e 9%, enquanto os empréstimos no trimestre totalizaram R$ 31,78 bilhões. O retorno médio sobre o patrimônio no primeiro trimestre foi de 14,4%, alta de 2,6 pontos percentuais. 

Triunfo (TPIS3)

Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), Carlo Alberto Bottarelli, afirmou que a empresa pretende devolver ao governo a concessão da Concebra, corredor rodoviário de 1.176 quilômetros que engloba a BR-060/153/242, no eixo rodoviário Brasília-Goiânia-Betim. Ele ainda disse acreditar na venda de Viracopos. 

Eletropaulo (ELPL3)

A Eletropaulo informou que seu conselho de administração vai se manifestar até 30 de maio sobre as ofertas públicas voluntárias para aquisição de até a totalidade das ações da companhia apresentadas pela italiana Enel e pela Neoenergia, da espanhola Ibedrola, além de eventuais ofertas concorrentes, disse a empresa.

Um leilão público em que as ofertas serão colocadas para os acionistas, e no qual eventualmente poderá haver novos lances das empresas pela distribuidora foi agendado para 4 de junho pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Energias do Brasil (ENBR3)

A Chinesa CTG lançou uma OPA pela Utility Portuguesa EDP na sexta-feira, o que levou a uma alta de 15% da subsidiaria ENBR3.

Contudo, ressalta a XP Investimentos, uma condição da oferta é que a CTG não esteja obrigada a realizar uma OPA pela ENBR3. Isso é possível, dado que (1) formação de bloco indireto de controle não está contemplada na Lei das S.A. no Brasil e (2) não viola diretamente o acordo de acionistas da ENBR3.

“Dada a alta da ação na sexta-feira  (próxima da máxima histórica) e várias notícias deixando bem claro que não necessariamente ocorra uma OPA por ENBR3, acreditamos que hoje possa haver uma realização do papel no mercado”, afirma a XP.

Anima (ANIM3)

A Anima aprovou programa de recompra de 2,4 milhões de ações em doze meses. 

(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.