Magazine Luiza e Marcopolo disparam 15% após balanços; Petrobras avança 1% e 5 ações reagem a recomendações

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta terça-feira (8)

Lara Rizério

 

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Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza fechou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 147,5 milhões, superando as projeções compiladas pela Bloomberg de um lucro de R$ 120 milhões. O resultado representa uma alta de 151,8% ante os R$ 58,6 milhões registrados um ano antes. 

A receita líquida da companhia, por sua vez, subiu 28,7% e fechou o trimestre em R$ 3,61 bilhões, contra projeção de R$ 3,35 bilhões. Já o Ebitda ficou em R$ 300,5 milhões entre janeiro e março de 2018 – uma alta de 29,6% – com margem Ebitda ajustada de 8,3%.

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Segundo a empresa, foi o maior crescimento trimestral dos últimos 5 anos. No primeiro trimestre, as vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce tradicional e marketplace, cresceram 33,8% para R$4,5 bilhões, reflexo do aumento de 64,6% no e-commerce total e 21,4% nas lojas físicas, explica a companhia.

O Bradesco BBI destacou o forte resultado da companhia e elevou o preço-alvo para os ativos de R$ 105 para R$ 115, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) mantida. A ação está na Carteira InfoMoney de maio (confira clicando aqui)

 

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Petrobras (PETR3;PETR4

As ações da Petrobras abriram em alta repercutindo o resultado, mas logo passaram a registrar oscilação com o mercado de olho no anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o acordo com o Irã. O barril do WTI fechou em baixa de 1,67%, cotado a US$ 69,06, com o mercado fechando dez minutos depois das declarações de Trump, que anunciou que sairá do acordo nuclear e afirmou ainda que assinará uma ordem para retomar as sanções econômicas contra o Irã suspensas devido ao acordo. Antes do anúncio, em meio a informações desencontradas, o petróleo chegou a cair mais de 3%, mas amenizou as perdas durante a fala do presidente americano. 

No radar da companhia, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,96 bilhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 57% na base de comparação anual e acima das previsões de R$ 4,82 bilhões, de acordo com estimativa mediana de pesquisa Bloomberg. Esse é o melhor resultado trimestral nominal desde o 1º trimestre de 2013, quando ela obteve um lucro líquido de R$ 7,69 bilhões. 

A receita, por sua vez, foi de R$ 74,46 bilhões no trimestre, alta de 9%, ante a receita de R$ 68,37 bilhões dos primeiros três meses de 2017. Enquanto isso, o Ebitda (Iucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve leve alta de 2% no trimestre, totalizando R$ 25,67 bilhões, ante os R$ 25,25 bilhões dos primeiros três meses do ano anterior e ficando acima do esperado de acordo com projeções Bloomberg, que esperavam um Ebitda de R$ 25,1 bilhões. 

A margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada ficou em 34%, queda de 3 pontos percentuais na base de comparação anual. 

A Petrobras atribuiu o lucro maior com vendas de derivados, ”em consequência da política de preços implementada” e cita também maiores margens e volumes na comercialização de gás natural. 

A estatal ainda teve ganho de R$ 3,22 bilhões com a venda dos ativos de Lapa, Iara e Carcará. A companhia ainda informou que o aumento da cotação do Brent resultou em maiores margens nas exportações de petróleo.  Também houve menores gastos com ociosidade de equipamentos e redução das despesas. 

Em função do lucro apurado no trimestre e da nova política de remuneração aos acionistas, levando-se ainda em conta a meta de desalavancagem da companhia, foi aprovada a antecipação de Juros sobre Capital Próprio, no valor de R$ 0,05 por ação, igualmente para preferenciais e ordinárias. No final de abril, os acionistas da companhia aprovaram uma mudança no estatuto que define o pagamentos de dividendos intercalares ou dos juros sobre o capital próprio a cada trimestre.

Marcopolo (POMO4)

A Marcopolo fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 30,2 milhões, uma alta de 24.453% ante os R$ 123 mil reportados um ano antes. no mesmo período, a receita líquida da companhia avançou 37,9%, para R$ 764,8 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 12.140%, para R$ 61,2 milhões, contra R$ 500 mil no primeiro trimestre de 2017.

Segundo a empresa, o aumento do Ebitda e do lucro ocorreram em função do crescimento das vendas no Brasil, com diluição dos custos fixos, além do resultado da equivalência patrimonial da New Flyer, 87,2% superior ao mesmo período do ano passado.

Por fim, o resultado financeiro líquido do primeiro trimestre da Marcopolo ficou negativo em R$ 3,6 milhões, revertendo um resultado positivo de R$ 18,1 milhões nos três primeiros meses de 2017. O resultado se deu pela menor rentabilidade das aplicações financeiras associada à redução da taxa básica de juros brasileira.

“O resultado foi bom, com crescimento forte da receita refletindo a visão de melhora de tendência dos números da companhia”, aponta o BTG Pactual, que ressaltou que a receita líquida ficou 9% acima do esperado pelos analistas do banco, enquanto o Ebitda ficou 8% acima. 

Smiles (SMLS3)

A Smiles registrou lucro líquido de R$ 155 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 0,8% ante os R$ 156,3 milhões de um ano antes. No mesmo período, a receita líquida da empresa avançou 7,5%, passando de R$ 229,9 milhões para R$ 247,1 milhões, enquanto o Ebitda subiu 3%, para R$ 188,1 milhões entre janeiro e março.

Nos três primeiros meses do ano, a companhia viu um crescimento de 24,1% no acúmulo de milhas em relação a um ano antes, para 22,4 bilhões de milhas. Enquanto isso, o resgate de milhas aumentou 17,8% no mesmo período de tempo, atingindo 18,9 bilhões de milhas. 

MRV (MRVE3)

A MRV Engenharia, maior operadora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), teve lucro líquido de R$ 160 milhões no primeiro trimestre de 2018. O montante foi 22,3% maior do que no mesmo período de 2017, conforme balanço publicado nesta segunda-feira, 7, pela companhia.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 229 milhões, crescimento de 44,1% no mesmo período. A margem Ebitda aumentou 3 pontos porcentuais, para 18,6%. A receita operacional líquida totalizou R$ 1,229 bilhão, expansão de 21,2%.

Segundo a companhia, o balanço mostrou recorde de venda líquida, receita líquida e lucro líquido para o primeiro trimestre.

O crescimento do lucro da MRV reflete a expansão dos lançamentos e das vendas ao longo dos últimos trimestres, o que vem gerando aumento da receita e diluição das despesas fixas, com ganhos de margem.

No campo operacional, a incorporadora já havia divulgado um relatório preliminar. A companhia teve lançamentos de R$ 801 milhões (queda de 33,9%) e vendas líquidas de R$ 1,235 bilhão (alta de 17,5%).

Segundo balanço publicado hoje, as despesas gerais e administrativas somaram R$ 83 milhões, alta de 17,3%. Já a fatia dessas despesas perante a receita caiu de 7% para 6,8%. Da mesma forma, as despesas comerciais foram a R$ 134 milhões, alta de 4,9%. Proporcionalmente, recuaram de 12,6% para 10,9%.

O resultado financeiro ficou positivo em R$ 39 milhões, queda de 26,3% na comparação anual.

A dívida líquida no fim de março foi a R$ 350 milhões, recuo de 7,4% em relação ao fim de dezembro. Nesse período, a alavancagem (relação entre dívida e patrimônio líquido) caiu de 6,5% para 6%.

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Restoque (LLIS3)

A Restoque, controladora da Le Lis Blanc, teve lucro líquido de R$ 20,3 milhões no primeiro trimestre de 2018, revertendo o prejuízo líquido de R$ 10,2 milhões nos três primeiros meses do ano passado.

A reversão foi atribuída pela companhia à estratégia com foco no ganho de rentabilidade e aumento de eficiência do negócio, incluindo o fechamento de 41 lojas em que havia sido detectada alta intersecção de clientes com outras unidades.

A receita líquida consolidada da companhia teve alta de 0,7% no primeiro trimestre de 2018, a R$ 299,3 milhões na comparação com os R$ 297,1 milhões do mesmo período do ano anterior. O Ebitda consolidado foi de R$ 75,9 milhões, 18,4% acima do Ebitda de R$ 64,1 milhões registrado no primeiro trimestre de 2017.

Locamerica (LCAM3)

A Locamerica teve lucro líquido de R$ 23,033 milhões nos primeiros três meses deste ano, alta de 85,1% na comparação com os R$ 12,442 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado refere-se ao lucro atribuível aos sócios controladores.

Já a receita operacional, considerando locação e venda de veículos – foi de R$ 311,3 milhões no período, 51,9% acima dos R$ 204,9 milhões registrados no mesmo período de 2017. Os custos operacionais subiram 52,2%, para R$ 219,1 milhões neste primeiro trimestre do ano.

Já o Ebitda foi de R$ 96,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, 47,5% acima dos R$ 65,6 milhões no mesmo período de 2017. 

Linx (LINX3)

O lucro líquido da Linx atingiu R$ 26,5 milhões no primeiro trimestre de 2018, 1% menor na comparação com o mesmo período de 2017. A receita operacional líquida subiu 18,1%, atingindo R$ 158,4 milhões.  

Houve um crescimento de 18,8% do Ebitda ajustado frente ao primeiro trimestre de 2017, com margem Ebitda ajustada de 25,2% no trimestre. 

Hermes Pardini (PARD3)

A Hermes Pardini viu a sua receita bruta somar R$ 316,6 milhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 9,5%, enquanto a receita líquida subiu 9,2%, a R$ 291,9 milhões. A margem Ebitda ajustada foi de 20,5%, enquanto a margem bruta somou 30,3%.

Já o Ebitda foi de R$ 59,8 milhões, queda de 7% na base de comparação anual e ficando 16% abaixo das estimativas do Bradesco BBI. 

AES Tietê (TIET11)

A AES Tietê teve lucro líquido de R$ 54,8 milhões no primeiro trimestre de 2018, 56,5% abaixo do registrado entre janeiro e março de 2018. A queda no lucro refletiu, entre outros fatores, alta de 194,4% na dívida líquida da companhia, para R$ 2,186 bilhões, levando a um efeito negativo de R$ 96 milhões no resultado líquido do trimestre — parcialmente compensado pelo ganho de R$ 10,8 milhões referente à operação do complexo eólico Alto Sertão II, comprado no ano passado da Renova.

Já a companhia viu sua receita líquida subir 6,7% no trimestre, a R$ 403,2 milhões, enquanto o Ebitda foi a R$ 258,9 milhões, praticamente estável na base de comparação anual. O crescimento da receita foi ajudado pelo ganho com Alto Sertão II e pela venda de energia no mercado à vista. 

Vale (VALE3) e siderúrgicas

A sessão foi de estabilidade para Vale, enquanto Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) operaram próximas à estabilidade. Usiminas (USIM5), por sua vez, teve alta de cerca de 1%. O mercado ficou de olho no anúncio do Donald Trump sobre o acordo nuclear com o Irã.

Destaque ainda para a balança comercial da China. Dados publicados nesta madrugada mostraram que o gigante asiático voltou a apresentar superávit comercial em abril, de US$ 28,78 bilhões, depois de registrar um inesperado déficit de US$ 4,98 bilhões em março. O resultado do mês passado veio acima da previsão de analistas, que era de saldo positivo de US$ 27,5 bilhões. Além disso, as exportações e importações chinesas também superaram as expectativas em abril, com respectivas altas de 12,9% e 21,5% em relação a igual mês do ano passado.  Já o superávit comercial da China com os EUA deu um salto de 43,8% em abril ante março, atingindo US$ 22,9 bilhões, num momento em que os dois países ameaçam tarifar bilhões de dólares em produtos um do outro.

Bradespar (BRAP4)

Enquanto a Vale ficou próxima a estabilidade, a holding da companhia, Bradespar, teve um novo dia de forte queda, com mais uma notícia negativa sobre a disputa judicial bilionária envolvendo a companhia e a Elétron, veículo de participação da Opportunity. 

Veja mais em: A disputa judicial bilionária que está abrindo ainda mais o gap entre as ações de Bradespar e Vale 

Segundo informa o Valor Econômico desta terça, os fundos de pensão estatais sócios da Vale podem vir a acionar a Bradespar na disputa. A Litel, que reúne os fundos de pensão estatais na Vale, sinaliza, segundo fontes disseram ao jornal, que poderá responsabilizar a Bradespar, sua sócia, caso tenha perdas na briga que se arrasta há mais de dez anos com a Elétron.

A 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) homologou laudo pericial que fixa em R$ 4 bilhões uma indenização à Elétron pelo fato da companhia não ter conseguido exercer uma opção de compra de 37,5 milhões de ações da extinta Valepar, a antiga controladora da mineradora. Essa opção foi outorgada à Elétron em 1997, ano de privatização da Vale. A Litel poderá acionar a Bradespar, que representa o Bradesco na Vale, porque na visão dos fundos de pensão a empresa de participações do banco reconheceu, em um determinado momento, que a Elétron teria direito à opção de compra das ações de Valepar, aponta o jornal. 

Recomendações

No radar de recomendações, a BR Malls (BRML3) teve a recomendação reduzida a ’neutra’ pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 13, enquanto a Cielo (CIEL3) foi elevada a ’neutra’ pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 19. A IRB (IRBR3)  foi rebaixada a ’neutra’ pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 54.  O Citi, por sua vez, elevou a Estácio (ESTC3) para compra, mesma elevação para a Even (EVEN3), com a construtora tendo preço-alvo de R$ 5,80. 

Eletrobras (ELET6)

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta terça que o objetivo da proposta de privatização da Eletrobras é a recuperação da companhia. Ele repassou na Câmara dos Deputados os principais pontos do projeto de lei para a desestatização da empresa.

“A Eletrobras hoje está encolhendo, reduzindo a sua participação no mercado de energia no País. O elevado endividamento da Eletrobras tem causado redução brutal no investimento e o valor de mercado da companhia hoje é inferior ao seu valor patrimonial”, afirmou na comissão especial da Câmara que analisa o projeto de lei da privatização da Eletrobras. “Falta de investimento em energia é um gargalo para o crescimento econômico”, completou.

Guardia defendeu a capitalização da empresa para que a Eletrobras possa competir no mercado e argumentou que, como o Tesouro não possui os recursos necessários, será preciso aumentar a participação privada na empresa. 

“Queremos Eletrobras forte porque isso é importante para o País. Não se trata de uma proposta de venda da Eletrobras, mas de capitalização da empresa. Vamos atrair novos sócios que colocarão dinheiro na Eletrobras”, acrescentou.

Entre os pontos do projeto, Guardia destacou ainda que a Usina Binacional de Itaipu e a Eletronuclear continuarão com controle estatal. Segundo o ministro, a Eletrobras não terá um dono privado, já que a empresa terá um controle pulverizado, a exemplo de outras corporações, como a B3, a Embraer e a Vale. Ele lembrou que a União manterá uma golden share na Eletrobras para preservar interesse público na empresa.

“Nenhum acionista poderá ter mais que 10% do capital da Eletrobras, e a União será único acionista com dois membros no conselho da companhia”, enfatizou.

Eletropaulo (ELPL3)

A Enel publicou o sexto aditamento ao edital da oferta de aquisições (OPA) para obter o controle da Eletropaulo. Publicado em jornais nesta terça-feira, 8, o documento tem a data de 7 de maio, que era o prazo determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que as concorrentes apresentassem aditamentos aos editais, após ter alterado a data de leilão, inicialmente em 18 de maio, para 4 de junho.

Também a Neoenergia apresentou comunicado sobre o aditamento. Os preços das ofertas estão mantidos, sendo que a Enel propôs R$ 32,20 por ação ordinária da Eletropaulo e a Neoenergia, R$ 32,10.

Eram três concorrentes pela distribuidora paulista, mas a Energisa revogou a oferta. Nos atuais editais constam atualização do histórico e a alteração de datas, tanto a do leilão quanto o prazo máximo para aumentos de preço pelos ofertantes ou renúncia às condições previstas, até 24 de maio.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.