Petrobras lucra R$ 6,96 bi, Magalu tem lucro 152% maior e mais 8 balanços; “fórmula” do governo para energia e 5 recomendações

Confira os destaques do mercado na sessão desta terça-feira (8)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além do resultado de Petrobras, a temporada de resultados esquenta com os números de Magazine Luiza, MRV, Smiles, entre outras companhias que divulgaram resultado. Ainda em destaque, estão as recomendações e notícia da Bloomberg, citando fontes, de que o governo estuda fórmula para a redução do custo de energia. Confira os destaques do mercado desta terça-feira (8):

Petrobras  (PETR4

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,96 bilhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 57% na base de comparação anual e acima das previsões de R$ 4,82 bilhões, de acordo com estimativa mediana de pesquisa Bloomberg. Esse é o melhor resultado trimestral nominal desde o 1º trimestre de 2013, quando ela obteve um lucro líquido de R$ 7,69 bilhões. 

A receita, por sua vez, foi de R$ 74,46 bilhões no trimestre, alta de 9%, ante a receita de R$ 68,37 bilhões dos primeiros três meses de 2017. Enquanto isso, o Ebitda (Iucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve leve alta de 2% no trimestre, totalizando R$ 25,67 bilhões, ante os R$ 25,25 bilhões dos primeiros três meses do ano anterior e ficando acima do esperado de acordo com projeções Bloomberg, que esperavam um Ebitda de R$ 25,1 bilhões. 

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A margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada ficou em 34%, queda de 3 pontos percentuais na base de comparação anual. 

A Petrobras atribuiu o lucro maior com vendas de derivados, ”em consequência da política de preços implementada” e cita também maiores margens e volumes na comercialização de gás natural. 

A estatal ainda teve ganho de R$ 3,22 bilhões com a venda dos ativos de Lapa, Iara e Carcará. A companhia ainda informou que o aumento da cotação do Brent resultou em maiores margens nas exportações de petróleo.  Também houve menores gastos com ociosidade de equipamentos e redução das despesas. 

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Em função do lucro apurado no trimestre e da nova política de remuneração aos acionistas, levando-se ainda em conta a meta de desalavancagem da companhia, foi aprovada a antecipação de Juros sobre Capital Próprio, no valor de R$ 0,05 por ação, igualmente para preferenciais e ordinárias. No final de abril, os acionistas da companhia aprovaram uma mudança no estatuto que define o pagamentos de dividendos intercalares ou dos juros sobre o capital próprio a cada trimestre.

Marcopolo (POMO4)

A Marcopolo fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 30,2 milhões, uma alta de 24.453% ante os R$ 123 mil reportados um ano antes. no mesmo período, a receita líquida da companhia avançou 37,9%, para R$ 764,8 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 12.140%, para R$ 61,2 milhões, contra R$ 500 mil no primeiro trimestre de 2017.

Segundo a empresa, o aumento do Ebitda e do lucro ocorreram em função do crescimento das vendas no Brasil, com diluição dos custos fixos, além do resultado da equivalência patrimonial da New Flyer, 87,2% superior ao mesmo período do ano passado.

Por fim, o resultado financeiro líquido do primeiro trimestre da Marcopolo ficou negativo em R$ 3,6 milhões, revertendo um resultado positivo de R$ 18,1 milhões nos três primeiros meses de 2017. O resultado se deu pela menor rentabilidade das aplicações financeiras associada à redução da taxa básica de juros brasileira.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza fechou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 147,5 milhões, superando as projeções compiladas pela Bloomberg de um lucro de R$ 120 milhões. O resultado representa uma alta de 151,8% ante os R$ 58,6 milhões registrados um ano antes.

A receita líquida da companhia, por sua vez, subiu 28,7% e fechou o trimestre em R$ 3,61 bilhões, contra projeção de R$ 3,35 bilhões. Já o Ebitda ficou em R$ 300,5 milhões entre janeiro e março de 2018 – uma alta de 29,6% – com margem Ebitda ajustada de 8,3%.

Segundo a empresa, foi o maior crescimento trimestral dos últimos 5 anos. No primeiro trimestre, as vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce tradicional e marketplace, cresceram 33,8% para R$4,5 bilhões, reflexo do aumento de 64,6% no e-commerce total e 21,4% nas lojas físicas, explica a companhia.

O Bradesco BBI destacou o forte resultado da companhia e elevou o preço-alvo para os ativos de R$ 105 para R$ 115, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) mantida. 

Smiles (SMLS3)

A Smiles registrou lucro líquido de R$ 155 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 0,8% ante os R$ 156,3 milhões de um ano antes. No mesmo período, a receita líquida da empresa avançou 7,5%, passando de R$ 229,9 milhões para R$ 247,1 milhões, enquanto o Ebitda subiu 3%, para R$ 188,1 milhões entre janeiro e março.

Nos três primeiros meses do ano, a companhia viu um crescimento de 24,1% no acúmulo de milhas em relação a um ano antes, para 22,4 bilhões de milhas. Enquanto isso, o resgate de milhas aumentou 17,8% no mesmo período de tempo, atingindo 18,9 bilhões de milhas. 

MRV (MRVE3)

A MRV Engenharia, maior operadora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), teve lucro líquido de R$ 160 milhões no primeiro trimestre de 2018. O montante foi 22,3% maior do que no mesmo período de 2017, conforme balanço publicado nesta segunda-feira, 7, pela companhia.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 229 milhões, crescimento de 44,1% no mesmo período. A margem Ebitda aumentou 3 pontos porcentuais, para 18,6%. A receita operacional líquida totalizou R$ 1,229 bilhão, expansão de 21,2%.

Segundo a companhia, o balanço mostrou recorde de venda líquida, receita líquida e lucro líquido para o primeiro trimestre.

O crescimento do lucro da MRV reflete a expansão dos lançamentos e das vendas ao longo dos últimos trimestres, o que vem gerando aumento da receita e diluição das despesas fixas, com ganhos de margem.

No campo operacional, a incorporadora já havia divulgado um relatório preliminar. A companhia teve lançamentos de R$ 801 milhões (queda de 33,9%) e vendas líquidas de R$ 1,235 bilhão (alta de 17,5%).

Segundo balanço publicado hoje, as despesas gerais e administrativas somaram R$ 83 milhões, alta de 17,3%. Já a fatia dessas despesas perante a receita caiu de 7% para 6,8%. Da mesma forma, as despesas comerciais foram a R$ 134 milhões, alta de 4,9%. Proporcionalmente, recuaram de 12,6% para 10,9%.

O resultado financeiro ficou positivo em R$ 39 milhões, queda de 26,3% na comparação anual.

A dívida líquida no fim de março foi a R$ 350 milhões, recuo de 7,4% em relação ao fim de dezembro. Nesse período, a alavancagem (relação entre dívida e patrimônio líquido) caiu de 6,5% para 6%.

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Restoque (LLIS3)

A Restoque, controladora da Le Lis Blanc, teve lucro líquido de R$ 20,3 milhões no primeiro trimestre de 2018, revertendo o prejuízo líquido de R$ 10,2 milhões nos três primeiros meses do ano passado.

A reversão foi atribuída pela companhia à estratégia com foco no ganho de rentabilidade e aumento de eficiência do negócio, incluindo o fechamento de 41 lojas em que havia sido detectada alta intersecção de clientes com outras unidades.

A receita líquida consolidada da companhia teve alta de 0,7% no primeiro trimestre de 2018, a R$ 299,3 milhões na comparação com os R$ 297,1 milhões do mesmo período do ano anterior. O Ebitda consolidado foi de R$ 75,9 milhões, 18,4% acima do Ebitda de R$ 64,1 milhões registrado no primeiro trimestre de 2017.

Locamerica (LCAM3)

A Locamerica teve lucro líquido de R$ 23,033 milhões nos primeiros três meses deste ano, alta de 85,1% na comparação com os R$ 12,442 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado refere-se ao lucro atribuível aos sócios controladores.

Já a receita operacional, considerando locação e venda de veículos – foi de R$ 311,3 milhões no período, 51,9% acima dos R$ 204,9 milhões registrados no mesmo período de 2017. Os custos operacionais subiram 52,2%, para R$ 219,1 milhões neste primeiro trimestre do ano.

Já o Ebitda foi de R$ 96,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, 47,5% acima dos R$ 65,6 milhões no mesmo período de 2017. 

Linx (LINX3)

O lucro líquido da Linx atingiu R$ 26,5 milhões no primeiro trimestre de 2018, 1% menor na comparação com o mesmo período de 2017. A receita operacional líquida subiu 18,1%, atingindo R$ 158,4 milhões.  

Houve um crescimento de 18,8% do Ebitda ajustado frente ao primeiro trimestre de 2017, com margem Ebitda ajustada de 25,2% no trimestre. 

Hermes Pardini (PARD3)

A Hermes Pardini viu a sua receita bruta somar R$ 316,6 milhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 9,5%, enquanto a receita líquida subiu 9,2%, a R$ 291,9 milhões. A margem Ebitda ajustada foi de 20,5%, enquanto a margem bruta somou 30,3%.

Já o Ebitda foi de R$ 59,8 milhões, queda de 7% na base de comparação anual e ficando 16% abaixo das estimativas do Bradesco BBI. 

AES Tietê (TIET11)

A AES Tietê teve lucro líquido de R$ 54,8 milhões no primeiro trimestre de 2018, 56,5% abaixo do registrado entre janeiro e março de 2018. A queda no lucro refletiu, entre outros fatores, alta de 194,4% na dívida líquida da companhia, para R$ 2,186 bilhões, levando a um efeito negativo de R$ 96 milhões no resultado líquido do trimestre — parcialmente compensado pelo ganho de R$ 10,8 milhões referente à operação do complexo eólico Alto Sertão II, comprado no ano passado da Renova.

Já a companhia viu sua receita líquida subir 6,7% no trimestre, a R$ 403,2 milhões, enquanto o Ebitda foi a R$ 258,9 milhões, praticamente estável na base de comparação anual. O crescimento da receita foi ajudado pelo ganho com Alto Sertão II e pela venda de energia no mercado à vista. 

Energia

O governo Michel Temer está discutindo formas de baratear o custo da energia elétrica, segundo informou uma fonte à Bloomberg. 

O estudo busca fazer um diagnóstico da formação do custo das tarifas de energia para eliminar excessos e rever o modelo se necessário  O governo decidiu pautar o assunto porque neste mês foi acionada a bandeira amarela, que torna mais cara a energia para o consumidor. 

As discussões passam por desperdício e furto de energia elétrica, o popular gato.
Segundo a pessoa, ideia é tentar baixar custo sem intervenção, mas isso não está descartado. 

Vale destacar que, antes das eleições de 2014, a então candidata à reeleição, Dilma Rousseff, foi acusada de atrasar o sistema de bandeiras tarifárias por razões políticas, evitando medida impopular – na ocasião, a Aneel alegou razões técnicas para que o sistema entrasse em vigor apenas em 2015. No fim de semana, em entrevista ao SBT, Temer afirmou que o governo estuda cortar preço energia e gasolina.

Recomendações

No radar de recomendações, a BR Malls (BRML3) teve a recomendação reduzida a ’neutra’ pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 13, enquanto a Cielo (CIEL3) foi elevada a ’neutra’ pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 19. A IRB (IRBR3)  foi rebaixada a ’neutra’ pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 54.  O Citi, por sua vez, elevou a Estácio (ESTC3) para compra, mesma elevação para a Even (EVEN3), com a construtora tendo preço-alvo de R$ 5,80. 

Eletropaulo (ELPL3)

A Enel publicou o sexto aditamento ao edital da oferta de aquisições (OPA) para obter o controle da Eletropaulo. Publicado em jornais nesta terça-feira, 8, o documento tem a data de 7 de maio, que era o prazo determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que as concorrentes apresentassem aditamentos aos editais, após ter alterado a data de leilão, inicialmente em 18 de maio, para 4 de junho.

Também a Neoenergia apresentou comunicado sobre o aditamento. Os preços das ofertas estão mantidos, sendo que a Enel propôs R$ 32,20 por ação ordinária da Eletropaulo e a Neoenergia, R$ 32,10.

Eram três concorrentes pela distribuidora paulista, mas a Energisa revogou a oferta. Nos atuais editais constam atualização do histórico e a alteração de datas, tanto a do leilão quanto o prazo máximo para aumentos de preço pelos ofertantes ou renúncia às condições previstas, até 24 de maio.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.