Ibovespa sobe 1,6% e supera 86 mil pontos em dia de otimismo internacional; dólar cai

Índice segue sessão positiva no exterior com alívio dos Treasuries, tem sessão de recuperação e se aproxima de importante resistência técnica

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após dois pregões consecutivos no vermelho, o Ibovespa teve sessão de recuperação nesta quinta-feira (26), acompanhando o bom humor observado nas principais bolsas internacionais e o alívio dado pelos Treasuries norte-americanos de 10 anos, que apresentaram forte alta nos últimos dias. O benchmark da bolsa brasileira fechou em alta de 1,57%, a 86.383 pontos, aproximando-se da resistência técnica de 86 mil pontos. O giro financeiro negociado neste pregão foi de R$ 10,345 bilhões. Já o dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,27%, cotado a R$ 3,4767 na venda.

Ao longo da semana, os mercados recuaram com a escalada dos títulos públicos norte-americanos, que provocou a fuga dos investidores de ativos de maior risco. Uma forte alta das commodities nos últimos dias elevou a percepção de probabilidade de o Federal Reserve elevar os juros mais rapidamente como resposta a uma possível pressão inflacionária, o que retiraria liquidez do mercado.

Com o alívio desta quinta-feira, os Treasuries voltaram a ficar abaixo da faixa de 3%, o que contribuiu para uma reprecificação de ativos no mercado acionário global. Nos Estados Unidos, os três principais índices acionários de Wall Street fecharam com alta superior a 1%, com os investidores também digerindo a divulgação de resultados corporativos.

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Na Europa, o dia também foi de ganhos, com FTSE 100 e Dax subindo 0,63% e 0,57%, respectivamente, após o BCE (Banco Central Europeu) afirmar que manterá além de setembro sua política monetária expansionista, enquanto o mercado dava como certo uma redução dos estímulos a partir da data. Em seu discurso, o presidente do BC, Mario Draghi, afirmou que a economia do bloco está crescendo moderadamente, afastando o risco de uma pressão inflacionária.

Destaques da Bolsa

Do lado acionário, os papéis da Petrobras (PETR4) registraram forte alta nesta sessão, puxados sobretudo pela nova alta do petróleo em meio ao aumento das tensões geopolíticas envolvendo adversidades com o acordo nuclear entre Estados Unidos e Irã. Foi maior fechamento das ações preferenciais da Petrobras desde 5 de setembro de 2014.

O dia também foi positivo para as ações da Vale (VALE3), após a companhia divulgar resultado na noite da véspera. A mineradora registrou lucro líquido de US$ 1,59 bilhão entre janeiro e março, o que corresponde a uma queda de 36% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, quando atingiu a marca de US$ 2,49 bilhões. Já a receita operacional líquida da companhia ficou em US$ 8,603 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a uma alta de 1,03% em relação aos US$ 8,515 bilhões registrados no mesmo período em 2017. Na avaliação dos analistas do Itaú BBA, o balanço foi “em linha” com as expectativas, com os preços mais fortes de minério de ferro e prêmios de pelotas compensando os embarques menores da mineradora.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Ibovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CPLE6 COPEL PNB 26,58 +5,06 +6,53 21,98M
 WEGE3 WEG ON EB 17,92 +4,80 -2,82 66,47M
 PETR4 PETROBRAS PN 22,63 +4,14 +40,56 1,16B
 PETR3 PETROBRAS ON 24,45 +4,04 +44,59 220,82M
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 13,76 +3,69 +1,97 22,18M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Ibovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ESTC3 ESTACIO PARTON ED 33,98 -5,37 +4,49 415,12M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 30,26 -4,39 +23,66 100,21M
 HYPE3 HYPERA ON 31,48 -4,00 -9,74 136,63M
 KROT3 KROTON ON 13,70 -2,21 -25,07 129,24M
 TAEE11 TAESA UNT N2 20,92 -1,13 -1,97 33,19M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Ibovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 22,63 +4,14 1,16B 1,06B 56.539 
 BBDC4 BRADESCO PN 34,73 0,00 741,36M 396,71M 36.799 
 VALE3 VALE ON 48,70 +1,56 639,73M 667,15M 21.115 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 51,67 +2,46 449,24M 473,92M 35.563 
 ESTC3 ESTACIO PARTON ED 33,98 -5,37 415,12M 88,83M 32.293 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 23,31 +0,60 279,79M 301,92M 26.177 
 PETR3 PETROBRAS ON 24,45 +4,04 220,82M 173,84M 11.184 
 BBAS3 BRASIL ON 37,45 +1,05 213,73M 330,13M 19.047 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 40,00 +2,04 212,17M n/d 18.185 
 ITSA4 ITAUSA PN 13,67 +3,25 203,50M 145,24M 15.101 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Outros destaques

O ex-ministro Antonio Palocci decidiu fechar acordo de delação premiada com a PF (Polícia Federal), segundo informações do jornal O Globo desta quinta-feira (26). De acordo com a reportagem, o ex-ministro revelou que levava pessoalmente pacotes com dinheiro originados de propina para o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, como parte do esquema de corrupção da Odebrecht.

Preso desde setembro de 2016, o ex-ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil na gestão de Dilma Rousseff, já havia tentado negociar uma colaboração premiada com a PF, mas não obteve sucesso. Porém, com as novas provas apresentadas, a delação avançou com rapidez e, inclusive, os investigadores já teriam até mesmo concluído a fase de depoimentos, aponta a reportagem.

Enquanto isso, após as citações da Odebrecht sobre Lula saírem das mãos do juiz Sérgio Moro por decisão da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa de Lula quer que inquéritos do petista também saiam das mãos de Moro, informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. O Estadão também destaca que a defesa de Lula se animou e volta à carga para caso triplex, argumentando que o caso não tem ligação com Petrobras. 

As movimentações eleitorais também chamam a atenção. Ao Estadão, o ex-ministro do Supremo e possível presidenciável pelo PSB Joaquim Barbosa afirmou que  não é a favor de posições ultraliberais. “Não sou favorável a posições ultraliberais num país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas”, afirmou Barbosa. O mesmo jornal aponta que Michel Temer e Geraldo Alckmin negociam aliança para unificar centro, com chapa Alckmin- Henrique Meirelles. 

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.