Compra pela Kroton faz 2 ações dispararem até 49%; Notre Dame estreia na B3 com salto de 22% e Hypera desaba 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (23)

Lara Rizério

NotreDame Intermédica (GNDI3)

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A NotreDame Intermédica estreou na bolsa nesta segunda-feira com ganhos de 22%, após fixar preço de R$ 16,50 para ação no primeiro IPO no mercado local neste ano. 

A ação da operadora de planos de saúde foi precificada em R$ 16,50 em seu IPO, um pouco acima do centro da faixa indicativa de preço, de R$ 14,50 a R$ 17,50. A demanda dos investidores foi elevada e superou em cinco vezes a oferta.

Vale destacar que a Hapvida define nesta segunda-feira o preço de ação para IPO e levando-se em conta o preço médio estimado, de R$ 23,04, e os montantes iniciais de ações, operação pode movimentar R$ 2,82 bilhões. 

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Kroton (KROT3) e Somos Educação (SEDU3)

A Somos Educação saltou até 58% após a Kroton ter anunciado a compra do controle da companhia por R$ 23,75 a ação, o que totaliza 4,57 bilhões com a compra de aproximadamente 73,35% do capital social total e votante. O valor de R$ 23,75 é 66% acima da cotação dos papéis da Somos Educação na Bolsa no fechamento da última sexta-feira, de R$ 14,30 (ou R$ 3,75 bilhões de valor de mercado). 

O contrato foi assinado entre Saber Serviços Educacionais, sociedade indiretamente controlada pela Kroton, e determinados fundos de investimentos geridos pela Tarpon Gestora de Recursos (TRPN3), que são os acionistas controladores da Somos e também dispararam na bolsa. 

Veja mais em: Após amargar queda de mais de 20%, a gigante Kroton terá uma virada ao se reinventar no setor?

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Em até 30 dias contados da data de fechamento da Operação, a companhia submeterá à CVM e à B3 pedido de registro da oferta pública obrigatória para a aquisição das ações de emissão da SOMOS detidas pelos acionistas minoritários. Nas mesmas condições, essa oferta totalizaria R$ 6,23 bilhões. 

A Saber estuda cumular a OPA com a oferta pública para o cancelamento do registro de companhia aberta da SOMOS perante a CVM. “Esta decisão ainda não foi tomada em caráter definitivo e a estrutura final da OPA será oportunamente definida e comunicada ao mercado, mediante o fechamento da Operação. Adicionalmente, os termos e condições de ofertas públicas desta natureza estão sujeitos à aprovação pela CVM e serão oportunamente divulgados. A Saber estuda eventual reorganização societária na Somos  após a conclusão da Operação, visando à otimização de sua estrutura societária e operacional. Informações neste sentido serão divulgadas oportunamente”, informa a Kroton em fato revelante.

Mais cedo, o Valor Econômico destacou que, após idas e vindas, a Kroton estava próxima de fechar a compra da Somos, que atua no ensino básico. 

 

Eletropaulo (ELPL3)

A disputa pela Eletropaulo segue sendo destaque no setor elétrico. A Enel elevou termos de oferta para aumento capital da Eletropaulo, enquanto Iberdrola considera fazer oferta maior pela distribuidora brasileira. Já a Energisa alterou a OPA da Eletropaulo para 18 de maio e manteve preço, enquanto o Valor disse nesta segunda que a cEletropaulo deve desistir de oferta de ações.

A italiana Enel – que trava uma disputa acirrada com a Neoenergia pela compra da Eletropaulo – veio a público neste domingo, 22, pedir que a distribuidora paulista suspenda um processo de oferta primária de ações (“follow on”), lançado semana passada para capitalizar a empresa.

O pedido, feito por meio de carta aberta, ocorreu um dia depois de a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exigir explicações da concessionária de energia de São Paulo sobre a continuidade do processo. O órgão regulador quer entender qual o sentido econômico de manter a operação num momento de forte competição pelo controle da empresa.

Na carta publicada neste domingo, a Enel propõe o cancelamento da oferta primária de ações da Eletropaulo e se compromete a fazer uma capitalização na empresa, de até R$ 1,5 bilhão, caso a venda da concessionária não ocorra até 18 de maio. A explicação para essa proposta é que a emissão de ações, neste momento, altera muito a competição pela empresa, afirmam fontes ligadas à disputa. “No entendimento da Enel, o ‘follow on’ não é feito, neste cenário de competição acirrada entre grandes grupos de energia, no momento mais adequado”, disse a italiana.

Essa operação vinha sendo desenhada desde janeiro, mas foi adiada pela Eletropaulo e retomada semana passada com o objetivo de captar entre R$ 1,3 bilhão e R$ 2 bilhões. Em fato relevante, a Eletropaulo disse que responderá, até esta segunda-feira, 23, aos questionamentos da CVM e todas as cartas encaminhadas ao conselho de administração e ao Tribunal de Contas da União (TCU), pela Enel.

Desde o fim de março a empresa vem sendo alvo de uma forte disputa pela compra de seu controle. A primeira proposta, de R$ 19 por ação, foi feita pela Enel. No entanto, a mineira Energisa, que controla nove distribuidoras no País, elevou o patamar das negociações ao fazer uma oferta voluntária – pouco usual no Brasil. O preço, de R$ 19,38, foi considerado baixo, mas mudou as negociações.

Após o movimento da empresa nacional, a Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, fez sua primeira oferta, de R$ 25,51 por ação, superada no mesmo dia por nova investida da Enel, de R$ 28. Na sexta-feira, a Neoenergia fez seu contra-ataque e ofereceu R$ 29,4 por ação. Nesse processo, a Energisa ficou pelo meio do caminho e deixou a briga pela maior distribuidora da América Latina. Atualmente a Enel controla três concessionárias no Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. A Neoenergia detém a concessão de quatro (Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo).

A Eletropaulo, cujos principais sócios são a americana AES e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem 18 milhões de clientes em 24 municípios de São Paulo e fatura R$ 21 bilhões.

Para especialistas, os atrativos da distribuidora estão na área atendida com elevado consumo e inadimplência baixa. Além disso, a base de ativos (usada na revisão tarifária) é baixa por causa da falta de investimentos. Isso significa que quem comprar e fizer novos aportes, vai elevar a tarifa, considerada uma das menores do País, dizem analistas. 

A disputa pela Eletropaulo ainda impulsionou os papéis da Light (LIGT3), em meio à avaliação de analistas de que a companhia, que foi colocada à venda pela Cemig (CMIG4), pode entrar na mira dos que não conseguirem comprar a Eletropaulo. 

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Petrobras (PETR4)

A Petrobras registrou leve alta, após chegar a cair 1% acompanhando o preço do petróleo, pressionados pela valorização do dólar e por um movimento limitado de realização de lucros. Contudo, durante a sessão, o petróleo voltou a subir, com os investidores atentos ao cenário geopolítico, incluindo tensões crescentes entre a Arábia Saudita e rebeldes iemenitas e entre os Estados Unidos e o Irã. 

De acordo com a rede de notícias Al Jazeera, o líder político dos rebeldes iemenitas Houthis, Saleh al-Sammad, foi morto em ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita. Mais cedo, circularam pelo mercado relatos de que os Houthis haviam lançado um míssil contra os sauditas. 

Além disso, os investidores se atentaram ao noticiário vindo de Washington. Durante coletiva de imprensa diária, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o governo de Donald Trump acha que deve haver um acordo nuclear melhor com o Irã e reafirmou que o presidente dos EUA não gosta do atual pacto. Esse será um dos assuntos a serem comentados entre Trump e o presidente da França, Emmanuel Macron, durante esta semana. Macron deve tentar convencer o líder americano a permanecer no acordo.

 

No radar da companhia, a produção total da Petrobras – de petróleo, gás e líquido de gás natural – foi de 2,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em março. Desse total, 2,56 milhões de boe/d foram extraídos no Brasil e 99 mil boe/d no exterior, informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O volume operado pela companhia, que inclui parcela própria e de empresas parceiras, foi de 3,31 milhões de boe/d, dos quais 3,17 milhões de boe/d no Brasil. A produção nacional média de petróleo foi de 2,07 milhões de barris por dia (bpd), o que significou uma queda de 0,8% comparado a fevereiro, por conta, principalmente, da manutenção de equipamentos no navio-plataforma (FPSO) Cidade de Angra dos Reis, instalada no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos.

A produção de gás natural, excluído o volume liquefeito, foi de 78,1 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d), 2,9% abaixo do mês anterior. Neste caso, o motivo da queda foi a parada para manutenção da plataforma de Peroá, localizada na Bacia do Espírito Santo, além de intervenções na plataforma de Mexilhão, localizada na Bacia de Santos. 

No exterior, a produção de petróleo foi de 61 mil bpd e a produção de gás natural foi de 6,4 milhões de m3/d, ambas em linha com o mês anterior.

A Petrobras iniciou na sexta-feira a produção do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, por meio da plataforma P-74, disse a empresa em comunicado ao mercado. Búzios é o primeiro campo em produção sob regime de cessão onerosa.

A companhia ainda publicou a sua agenda de divulgação de resultados, divulgando seus números do primeiro trimestre de 2018 no dia 8 de maio antes da abertura do mercado. 

 

 

Hypera (HYPE3)

A Hypera caiu forte após as notícias de que poderia trocar seu presidente executivo, Claudio Bergamo, e já sondaria no mercado nomes para substituí-lo, segundo o Estadão e o Valor. A Polícia Federal investiga se o delator Nelson Mello, ex-diretor de relações institucionais da companhia omitiu informações em seu acordo de delação premiada para proteger o maior acionista, o empresário João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Junior, e o executivo Claudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF no dia 10 de abril.

Caso fique comprovada a omissão de informações, o acordo de colaboração de Mello poderá ser rescindido. A Polícia Federal foi na casa de Junior e de Bergamo em busca de novos documentos que possam acrescentar evidências no processo.

Em comunicado, a Hypera informou que não ocorreram alterações na composição da administração da companhia, sendo certo que manterá o mercado devidamente informado a respeito.

A empresa ainda informou que, a exemplo do que tem feito desde 2016, apura os fatos relacionados à colaboração premiada de Nelson José de Mello e continuará a colaborar com as autoridades e a adotar todas as providências cabíveis para a defesa de seus interesses e de seus acionistas. 

Vale (VALE3) e siderúrgicas

As ações da Vale registraram um dia de leve queda, apesar da alta do minério de ferro, de cerca de cerca de 1%. O mesmo movimento foi observado pelos papéis de siderúrgicas, como Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4), enquanto a CSN (CSNA3) teve leve alta.

As perdas foram intensificadas após o Tesouro dos EUA anunciar que ampliou até 23 de outubro o período para que investidores deixem de fazer negócios com a Rusal, a gigante do alumínio controlada pelo magnata russo Oleg Deripaska, que recentemente sofreu sanções de Washington por suposta interferência na eleição presidencial americana de 2016. Em comunicado, o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou que decidiu estender o período enquanto considera um pedido da Rusal para ser isenta das sanções, que afetam várias empresas e oligarcas russos. A Rusal é a segunda maior produtora mundial de alumínio.

Na London Metal Exchange (LME), os futuros de alumínio reagiram em forte baixa à notícia. Por volta das 10h05 (de Brasília), o contrato para três meses negociado no mercado inglês sofria um tombo de 10%, a US$ 2.240,00 por tonelada. Até então, o alumínio vinha acumulando ganhos de mais de 20% por causa das sanções à Rusal. 

Já no radar das companhias do setor, o Conselho da CSN, reunido em 20 de abril, aprovou por unanimidade a venda de até 30,4 milhões de ações ON, mantidas em tesouraria, com o objetivo de cumprir um artigo de Instrução CVM 567/2015, segundo comunicado.

As operações de venda deverão ser realizadas a partir de 20 de abril até, no máximo, 30 de abril por meio de negociações na bolsa de valores, a preço de mercado. A intermediação ficará a cargo da Itaú Corretora de Valores e Concórdia. 

 

Klabin (KLBN11)

A Aneel determinou a extinção da concessão da Usina Hidrelétrica denominada PCH Palheiros, outorgada à Klabin, em Petrolândia, estado de Santa Catarina, segundo decisão publicada no Diário Oficial.

A unidade tinha com 1.840 kW de potência instalada. Com isso, fica dispensada a reversão dos bens vinculados à concessão, diz a resolução. 

 

Embraer (EMBR3)

A Embraer assinou com a Belavia acordo para prestação de serviço e suporte à frota de E-Jets da companhia aérea nacional da Bielorússia. A Belavia possui dois jatos E175 e dois E195 na frota. Na semana passada recebeu um E175 e ainda este ano receberá outros dois E195, conforme nota divulgada pela Embraer.

A Embraer Serviços & Suporte oferece suporte customizado a componentes, com reposição sob medida e cobertura de reparo, além de acesso a ferramentas especiais e equipamentos de apoio em solo para manutenção pesada – o que permite movimentação “in-house”, segundo informou a empresa brasileira.

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.