Em melhor pregão em 2 meses, Ibovespa dispara 2,01% embalado por commodities; dólar cai

Puxado pela alta de mais de 3% do petróleo e de mais de 4% do minério no mercado internacional, índice fecha no maior patamar em um mês

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Impulsionado pelo bom desempenho das commodities e pelo noticiário corporativo doméstico, o Ibovespa conheceu, nesta quarta-feira (18), sua maior alta desde 14 de fevereiro, ao encerrar o pregão com variação positiva de 2,01%, a 85.776 pontos. Com as duas últimas altas, o índice voltou a patamares de um mês atrás. O giro financeiro negociado na B3 foi de R$ 13,21 bilhões, acima da média de R$ 9,92 dos últimos 21 pregões. Já o dólar comercial fechou em queda de 0,82%, a R$ 3,3801 na venda.

No radar dos investidores, destaque para a disparada de mais de 3% nos preços dos barris de petróleo negociados nas bolsas internacionais. Em Nova York, o barril da commodity tipo brent superou a faixa de US$ 68 pela primeira vez em 3 anos, após confirmada a queda dos estoques norte-americanos na última semana, o que implica menor oferta. Na mesma toada, os contratos futuros de minério de ferro negociados na China registram mais um dia de ganhos e sobem 4,26% após o Banco Central da China anunciar corte de 1 ponto porcentual no compulsório bancário, medida que deve liberar cerca de 1,3 trilhão de yuans (cerca de US$ 200 bilhões) em recursos.

Confira os destaques deste pregão:

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Destaques da Bolsa

Do lado acionário, chamou atenção o movimento de forte alta dos papéis do setor siderúrgico e da Vale (VALE3), em meio ao bom desempenho do minério de ferro na China. Ainda no campo positivo, as ações da BRF (BRFS3) lideraram os ganhos dentro do índice, em meio à notícia de que Pedro Parente poderá presidir o conselho da companhia. Na ponta negativa, os papéis da Suzano (SUZB3) recuam em linha com o movimento de correção do dólar neste pregão.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Ibovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRFS3 BRF SA ON 23,04 +9,51 -37,05 252,50M
 USIM5 USIMINAS PNA 11,06 +8,01 +21,54 235,27M
 CSNA3 SID NACIONALON 9,23 +6,21 +10,14 119,13M
 GOAU4 GERDAU MET PN 8,17 +4,34 +41,11 159,08M
 PETR4 PETROBRAS PN 21,80 +3,66 +35,40 1,41B

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Ibovespa, foram:

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 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ENBR3 ENERGIAS BR ON ED 13,65 -2,78 +1,15 56,81M
 RADL3 RAIADROGASILON 69,35 -1,69 -24,30 94,18M
 CSAN3 COSAN ON 38,68 -1,55 -6,80 60,01M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 37,35 -1,43 +99,84 185,44M
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON ED 95,70 -1,34 +19,63 145,33M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Ibovespa, foram :

 C?digo Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 21,80 +3,66 1,41B 985,13M 69.617 
 VALE3 VALE ON 47,48 +3,37 1,31B 641,29M 45.480 
 BBDC4 BRADESCO PN 34,81 +3,36 839,10M 379,83M 34.602 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 51,48 +1,90 780,10M 514,22M 26.664 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 23,35 +1,04 475,95M 285,96M 31.808 
 BBAS3 BRASIL ON 38,02 +2,29 441,82M 341,58M 23.811 
 B3SA3 B3 ON 26,25 +2,26 331,67M 185,72M 26.115 
 BRFS3 BRF SA ON 23,04 +9,51 252,50M 142,68M 26.592 
 USIM5 USIMINAS PNA 11,06 +8,01 235,27M 95,21M 21.338 
 PETR3 PETROBRAS ON 24,07 +3,26 212,18M 177,06M 18.695 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Mais uma derrota de Lula

No Brasil, após a decisão da véspera de tornar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) réu por corrupção passiva e obstrução de Justiça, os olhos se voltam novamente ao STF. Na pauta do Supremo, está a análise do habeas corpus do deputado de Paulo Maluf, que traz também de volta o debate sobre a possibilidade de decisões monocráticas de ministros do Supremo Tribunal Federal serem alvo de novos pedidos de habeas corpus na Corte – o que poderia  abrir uma brecha para que já se iniciassem esforços em busca da soltura de presos, como o caso do ex-presidente Lula.

Além disso, por unanimidade, os três desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) rejeitaram a apreciação dos novos embargos de declaração da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão pelo caso do tríplex do Guarujá (SP).

Agora, esgotados os recursos em segunda instância, caso a defesa do petista decida recorrer da decisão do TRF-4, o processo será analisado pela vice-presidência do próprio Tribunal e posteriormente encaminhado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Marina Silva e Joaquim Barbosa “pró-mercado”

O destaque do noticiário desta sessão fica para as ideias econômicas apontadas por jornais para os dois destaques do Datafolha, Marina Silva e Joaquim Barbosa. Segundo o Valor Econômico, a pré-candidata da Rede confirmou ontem que os economistas Eduardo Giannetti, André Lara Resende, considerado um dos autores do Plano Real, e engenheiro Bazileu Margarido, ex-Ibama, coordenarão seu programa de governo. Bernard Appy, que foi da equipe de Palocci na Fazenda, colabora institucionalmente com projeto de reforma tributária.

Já a Folha destaca que as ideias de Barbosa mesclam pauta liberal e questões sociais: Barbosa se apresentou a integrantes de seu novo partido como um defensor de reformas estruturais, de privatizações e da livre concorrência. Ponderou, ainda, que o governo deve trabalhar pela redução de desigualdades e pela preservação de garantias fundamentais dos cidadãos. Quatro políticos que estiveram com o ex-ministro afirmaram que Barbosa se posicionou claramente a favor da venda de estatais à iniciativa privada, mas sem tocar nas joias da coroa, como a Petrobras. O ex-ministro diz reconhecer a necessidade de mudança nas aposentadorias, mas com regras mais moderadas do que as propostas por Michel Temer.

Corte da Selic

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tiago Couto Berriel, reafirmou, durante evento em Washington (EUA), a perspectiva de que o Comitê de Política Monetária promova um corte adicional da Selic em seu próximo encontro, em maio. “O comitê entende que uma flexibilização monetária adicional é apropriada e julga que um estímulo adicional mitiga o risco de convergência tardia da inflação às metas”, afirmou, em referência à reunião do próximo mês do colegiado.

Em relação aos encontros seguintes, Berriel afirmou que “o comitê considera apropriado interromper o processo de flexibilização monetária em curso, para avaliar os próximos passos, à luz do horizonte relevante para a política monetária”. Ele retomou ainda uma ideia presente nas comunicações mais recentes do BC, inclusive nas declarações do presidente da instituição, Ilan Goldfajn: a de que o Copom entende que a política monetária deve balancear duas dimensões.

Segundo ele, a primeira dimensão diz respeito à garantia de que a inflação convirja para meta em ritmo adequado. Já a segunda está ligada à garantia de que o ambiente de baixa inflação perdure, mesmo em caso de choques adversos. “O comitê reafirma que a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos em ambas as direções”, acrescentou Berriel.

Livro Bege

Os preços nos Estados Unidos subiram nos 12 distritos pesquisados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em geral a um ritmo moderado, aponta o Livro Bege. O relatório, que traz um resumo das condições econômicas no país e serve de base para as reuniões de política monetária, foi preparado com informações coletadas entre meados de março e 9 de abril. De acordo com o documento, “houve relatos generalizados de que preços de aço subiram, por vezes dramaticamente, devido à nova tarifa” imposta por Washington à importação do material.

Também houve, segundo o Fed, relatos “esparsos” de que companhias repassaram aumentos de preço a consumidores nos setores de indústria manufatureira, tecnologia da informação, transportes e construção. “Em geral, empresas esperam novas elevações de preços nos próximos meses, particularmente para aço e materiais de construção”, sublinha o documento.

(com Agência Estado)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.