A história de 2014 se repetirá em 2018 para as ações de instituições financeiras? Não conte com isso

Segundo análise do BofA, 2018 pode ser diferente, principalmente para a B3 (do lado positivo) e para a Cielo (do lado negativo) 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se 2014 já registrou bastante volatilidade nos mercados, 2018 também promete gerar  turbulência em meio a uma das eleições presidenciais mais fragmentadas da história recente brasileira. 

Candidatos, coalizões e propostas ainda precisam ser definidos. Mas já há alguns sinais: pela primeira vez desde 1990, a eleição presidencial pode não ser polarizada entre o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e o PT (Partido dos Trabalhadores).

Nesta perspectiva de volatilidade, sempre há aqueles papéis, visto como mais defensivos, que se beneficiam em momentos mais turbulentos, o que aconteceu em 2014. Porém, será que a história de 2014 irá acontecer em 2018 para as mesmas ações na bolsa? 

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De acordo com análise do Bank of America Lynch, não necessariamente, pelo menos no caso de instituições financeiras, o setor com um dos maiores pesos do Ibovespa – e há dois casos emblemáticos: Cielo e B3. 

Para tanto, a equipe de análise do BofA volta à eleição passada, ressaltando que o Ibovespa apresentou tendência de baixa em abril / maio e se recuperou entre julho e agosto. Durante o ano, as ações que tiveram bom desempenho dentro do espaço financeiro foram os nomes vistos como defensivos – Cielo (CIEL3), BB Seguridade (BBSE3), Porto Seguro (PSSA3) e ABC Brasil (ABCB4) – apresentando menor volatilidade e maiores retornos, enquanto as ações de bancos estatais – Banco do Brasil (BBAS3) e Banrisul (BRSR6) e com beta altos, como a B3 (agora B3SA3) apresentaram uma relação entre risco e recompensa inferior.

Enquanto isso, os bancos privados também apresentaram retornos mais altos do que a média – principalmente Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) -, mas tiveram maior volatilidade, especialmente quando comparados com nomes defensivos (embora abaixo dos bancos estatais e nomes de maior beta). 

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Porém, desta vez, os analistas avaliam que as mudanças contínuas na indústria estrutural e o aumento da concorrência poderiam pressionar o desempenho da Cielo desta vez. Enquanto isso, os ganhos  da B3 são muito mais diversificados após a fusão com a Cetip, o que deve reduzir o seu beta. Já a Porto Seguro, que se beneficiou de um ambiente de taxa de juro mais alta durante o último período de eleição, enquanto atualmente as taxas estão em mínimas históricos e a ação está sendo negociada a múltiplos mais altos.

Já no setor bancário, os analistas apontam que, se a volatilidade persistir, o elevado dividend payout, ou proporção de pagamento de dividendos, do Itaú o torna mais defensivo do que o Bradesco, enquanto B3 e o IRB devem ser mais defensivos entre as instituições financeiras não-bancárias. Mas há coisas que nunca mudam: as empresas estatais continuam mais vulneráveis ??a possíveis mudanças nas políticas econômicas e fiscais, aponta o banco americano. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.