Wall Street zera ganhos e Ibovespa passa a cair mais de 1%; dólar acelera alta

Índice sinaliza sessão de correção após três altas consecutivas; investidores adotam cautela em meio às incertezas políticas

Marcos Mortari

Publicidade

SÃO PAULO – Após três sessões consecutivas em terreno positivo, o Ibovespa iniciou a sexta-feira (13) sinalizando leve correção. Às 11h31  (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira recuava 1,43%, a 84.782 pontos. A baixa foi intensificada após os principais índices americanos zerarem os ganhos observados no início da sessão, de cerca de 0,3%. 

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 operavam estáveis, a 6,22%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 1 ponto-base, a 8,02%. Os contratos de dólar futuro com vencimento em maio passaram de queda 0,19% para alta de 0,75%, sinalizando cotação de R$ 3,430.

No plano doméstico, os investidores adotam postura cautelosa em meio ao cenário persistente de indefinição política. É aguardada para o fim de semana divulgação de pesquisa Datafolha. O levantamento mantém, em três dos nove cenários de primeiro turno considerados, a candidatura de Lula (PT). Em todas as situações, o nome do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB) aparece. Para o mercado, a pesquisa será importante para avaliar os impactos eleitorais da prisão do ex-presidente, mas principalmente o potencial de votos de candidatos pró-reformas econômicas. Até o momento, estas figuras têm enfrentado dificuldades para crescer.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O pregão tinha começado positivo para os principais índices acionários globais. Nos Estados Unidos, os resultados surpreendentes divulgados por instituições financeiras alavancaram o otimismo dos investidores no início da sessão. Ainda na maior economia do mundo, destaque para as sinalizações do presidente Donald Trump de que os EUA poderão voltar à Parceria Trans-Pacífica e que o país e a China poderão acabar não impondo tarifas recíprocas. Por outro lado, de acordo com uma fonte do mercado ouvida pelo InfoMoney, as implementações da abertura comercial da China vão atrasar, o que atua no sentido negativo na preocupação sobre a guerra tarifária.

Atenção ainda para os dados fracos da economia brasileira, contribuindo para o aumento da aversão ao risco do mercado. Após o varejo decepcionar na véspera, os dados de serviços de fevereiro vieram abaixo do esperado nesta sexta. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador cresceu 0,1% no período, na compração mensal, e caiu 2,2% na comparação anual. O resultado veio abaixo da mediana das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg, de queda de 0,6% no comparativo anual. 

Confira os destaques deste pregão:

Continua depois da publicidade

 

Política na IMTV

A InfoMoneyTV recebe a senadora Ana Amélia (PP-RS) para uma entrevista ao vivo, a partir das 13h30 (horário de Brasília). Na pauta, destaque para o cenário eleitoral nacional e gaúcho, a agenda legislativa esperada até outubro e o ajuste fiscal no Rio Grande do Sul. O bate-papo com a parlamentar conta ainda com a participação do analista político Paulo Gama, da XP Investimentos. Logo em seguida, a IMTV transmitirá ao vivo o programa de estreia de William Waack na internet, o Painel WW, das 14h às 14h45.  Já o programa Conexão Brasília debate os acontecimentos políticos que marcaram a semana com o analista político Leopoldo Vieira, da Idealpolitik. A transmissão é ao vivo, a partir das 14h45. Veja a grade completa da IMTV clicando aqui.  

Notícias do dia

O noticiário eleitoral segue movimentado. De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o PT mantém a candidatura de Lula como opção única, mas já admite alianças com Ciro Gomes (PDT) ou Joaquim Barbosa, sendo que o nome do pedetista é visto como mais provável. Qualquer um destes acordos, embora ainda distante, poderia alavancar um nome da esquerda no xadrez eleitoral, oferecendo maior estrutura para campanhas e tempo de televisão, além de parcela significativa da herança do capital político de Lula.

Enquanto isso, o Estadão destaca que o PT e o Palácio do Planalto iniciaram uma aproximação para tentar barrar a prisão após condenação em segunda instância no Supremo Tribunal Federal. Conversas preliminares ocorreram há algumas semanas, antes mesmo de a Corte negar o habeas corpus para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas foram intensificadas depois da prisão do petista, condenado na Operação Lava Jato. Um dos objetivos é pressionar o ministro Alexandre de Moraes, nomeado pelo presidente Michel Temer para o Supremo e que já se manifestou a favor do início da execução penal após a segunda instância.

Além dessa questão, a coluna Painel, da Folha, destaca que, enquanto o STF adia o debate sobre a possibilidade de decisões monocráticas de seus membros serem alvo de habeas corpus, avolumam-se na corte recursos desta natureza em favor de Lula. No último dia 9, por exemplo, o ministro Alexandre de Moraes foi sorteado para analisar HC contra a decisão de Edson Fachin de negar, no último sábado, pedido para evitar a prisão do petista. A peça não foi feita por um advogado do ex-presidente. O autor é um advogado do Maranhão.

Também é destaque no campo político a notícia, dada pelo jornal Folha de S.Paulo, de que o ex-governador Geraldo Alckmin prestou depoimento por escrito ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) no processo que investiga suposto caixa dois de R$ 10,7 milhões para as campanhas do tucano em 2010 e 2014. Logo que Alckmin deixou o governo de São Paulo, o braço paulista da Lava Jato pediu acesso às investigações, mas o vice-procurador-geral, Luciano Mariz Maia, disse que a decisão caberia à Justiça. Na quarta-feira, o STJ decidiu encaminhar o inquérito à Justiça Eleitoral, o que foi interpretado por aliados como uma boa notícia ao tucano.

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.