Novidades sobre acordo Embraer-Boeing, obstáculos para privatizar Eletrobras, 4 recomendações e outros destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (11)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário desta quarta-feira tem como destaque os seguidos obstáculos para a privatização da Eletrobras, as novidades sobre o acordo entre Embraer e Boeing, além de 4 recomendações de ações. Confira esses e outros destaques:

Eletrobras (ELET6)

As dificuldades para a privatização da Eletrobras seguem no radar.  Após cerca de cinco horas de debates, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto de privatização da Eletrobras mais uma vez não conseguiu terminar as discussões sobre plano de trabalho para a desestatização da empresa, considerada uma das prioridades do governo Michel Temer neste ano. Essa foi a quinta tentativa nos últimos 20 dias de discutir um plano de trabalho para a comissão. Três sessões não tiveram quórum suficiente para serem abertas e nas outras duas nada foi deliberado.

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Com a presença de poucos parlamentares da base do governo na reunião, os deputados da oposição impediram qualquer votação. Com o início dos trabalhos no plenário da Casa, a comissão não pôde decidir nada. Nos últimos cinco anos, a Eletrobras acumula prejuízo de R$ 28 bilhões. O governo conta com a privatização para engordar o caixa do Tesouro Nacional em 2018. A previsão é a arrecadação de R$ 12,2 bilhões com a privatização.

Já o Valor informa que o leilão de privatização das seis distribuidoras da Eletrobras não deve ocorrer no dia 21 de maio, como previa o governo até a semana passada. O presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, trabalha com uma data mais próximo do fim do mês. Em conversa com o Valor, executivo disse que a manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o tema deve ser entregue até meados da próxima semana. “O edital deve sair na sequência, perto do dia 20”, afirmou.

 

Embraer (EMBR3)

Conforme matéria publicada pelo O Globo, Embraer e Boeing apresentaram na terça-feira uma nova proposta para o governo para avaliar o negócio. Segundo as informações, o acordo procura saldar as preocupações das Forças Armadas relacionadas aos projetos de defesa, um dos empecilhos para a conclusão do negócio. Tudo resolvido, a venda deve ser anunciada semana que vem, aponta o jornal.

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Nesta sessão, o papel disparou após falas sobre o acordo com a Boeing feitas pelo ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna em entrevista. ” As empresas sempre foram se aproximando. Não se parou em nenhum momento. Entendemos que vai haver um momento que tem uma linha de provável encontro,” afirmou.

Rumo (RAIL3)

O Ministério do Trabalho divulgou na noite de ontem a nova lista suja do trabalho escravo e nela consta a empresa de logística. Conforme aponta o documento, a Rumo Malha Paulista, antiga ALL (América Latina Logística Malha Paulista), foi autuada em 2010 em caso envolvendo 51 trabalhadores que estavam em condições análogas à escravidão.

Em esclarecimento ao InfoMoney, a assessoria de imprensa afirmou que a Rumo contesta a inclusão de seu nome na lista do Ministério do Trabalho e vai recorrer, solicitando sua exclusão, por ser totalmente equivocada: “a inserção de seu nome na lista do Ministério do Trabalho foi totalmente indevida, porque pendia de análise perante o Ministério do Trabalho e Emprego os recursos apresentados pela antiga ALL contra os autos de infração irregularmente lavrados em seu nome. Os autos em questão foram lavrados em 2010, cinco anos antes da troca de gestão em virtude da fusão da antiga ALL com a Rumo, e ainda estão sendo debatidos no Poder Judiciário e no Ministério do Trabalho e Emprego”, apontou a empresa.

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Carrefour Brasil (CRFB3)

A empresa divulgou a prévia operacional do primeiro trimestre deste ano, período que as vendas brutas somaram R$ 8,4 bilhões, crescimento de 5,7% frente ao mesmo período do ano passado. As vendas mesmas lojas cresceram 0,5% na passagem trimestral. O destaque ficou para o forte crescimento do segmento de e-commerce, que disparou 103% frente ao primeiro trimestre de 2017.

Kroton (KROT3)

A Kroton anunciou a compra do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, em Vitória (ES), a primeira da empresa no segmento de ensino básico premium (mensalidade acima de R$ 1.250) e prevê mais duas aquisições no segmento até o fim de 2018, conforme comunicado. A empresa não divulgou o valor da compra. Como parte do plano para expandir sua atuação no setor, a Kroton anunciou a criação da Saber, holding dedicada exclusivamente ao mercado de educação básica.

MRV (MRVE3)

A construtora, que tem maior atuação no MCMV (Minha Casa, Minha Vida), apresentou queda nos lançamentos e expansão das vendas no começo deste ano. Segundo prévia apresentada, os lançamentos alcançaram R$ 801 milhões em VGV (Valor Geral de Vendas) no primeiro trimestre de 2018, uma queda de 33,9% em relação ao mesmo período de 2017. Por sua vez, as vendas líquidas alcançaram R$ 1,23 bilhão no primeiro trimestre, alta de 17,5% frente ao mesmo período do ano passado, refletindo a demanda aquecida no segmento de moradias populares. Os distratos foram de R$ 268 milhões, baixa de 1,2%.

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Recomendações

No radar de recomendações, a Marfrig (MRFG3) foi elevada a ’neutra’ pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 9, enquanto o Banrisul (BRSR6) foi iniciado como ’compra’ pelo Santander, com preço-alvo de R$ 28. A CSN (CSNA3) foi elevada a ’manutenção’ pelo HSBC, com preço-alvo de R$ 8,75, enquanto a Even (EVEN3) teve recomendação reduzida a ’neutra’ pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 6. 

Gol (GOLL4)

A Gol aprovou a recompra de até 740 mil ações preferenciais até 23 de abril.

Oi (OIBR4)

Segundo a coluna do Broad, do Estadão, para viabilizar o aumento de capital previsto no plano de recuperação judicial aprovado em 2017, os credores da Oi estariam dispostos a negociar um “waiver” (perdão) de uma das condições acertadas. Está previsto que, para concretizar o aumento de capital, as pendências com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) teriam de estar resolvidas. No entanto, os credores estariam dispostos a abrir mão de tal cláusula para se tornarem “donos” da companhia antes da virada de 2018. Do ponto de vista de alguns, não seria um mau negócio, já que muitos entraram na Oi quando os papéis da companhia valiam muito pouco. Procurada pela publicação, a Oi não comentou. 

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Brasil Pharma (BPHA3)

Em busca de uma saída para sua difícil situação financeira, a rede de farmácias BR Pharma apresentou na noite de segunda-feira, 9, sua proposta de reestruturação. O plano é ficar apenas com a rede de franquias Farmais, que hoje tem 443 unidades em nove Estados. E, para pagar credores, a empresa quer vender os pontos comerciais e as poucas farmácias próprias que sobraram das redes Big Ben e Santana, encerrando a operação própria da companhia.

A empresa está nas mãos da Lyon Capital – de Paulo Remy, ex-presidente da W/Torre – desde abril de 2017, quando os sócios do BTG Pactual decidiram sair de vez do negócio após dificuldades em fazer a BR Pharma decolar mesmo em meio ao crescimento vigoroso de redes como Raia Drogasil.

A Lyon, que adquiriu a BR Pharma pelo valor simbólico de R$ 1 mil e ainda tomou empréstimo de R$ 883 milhões do BTG, não conseguiu reestruturar o negócio. Enfrentando ações de despejo em farmácias da rede, entrou em recuperação judicial em janeiro. Depois disso, os sócios do BTG chegaram a aportar R$ 48 milhões na tentativa de dar fôlego à companhia, que segue com problemas.

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Agora, o plano de recuperação propõe quitar apenas uma parte pequena do R$ 1,2 bilhão que a BR Pharma deve. A empresa pede desconto de 75% a 95% na dívida. Alternativamente, aos credores sem garantia, oferece pagamento em 30 anos. A Lyon também se movimenta na Justiça para tentar devolver a BR Pharma aos sócios do BTG.

De longe, os principais credores são os sócios do BTG Pactual, que criaram a empresa em 2009 e hoje cobram mais de R$ 900 milhões da rede de farmácias por meio da empresa de participações batizada de PPLA. Qualquer solução para a BR Pharma passará, portanto, por um acordo ou disputa entre a Lyon Capital e o banco.

Os sócios do BTG não têm intenção de voltar à empresa e já refutaram na Justiça os argumentos da Lyon – o pleito de devolução do ativo está pendente de decisão. A avaliação, por ora, é que os debates serão em torno do desconto da dívida, segundo fontes próximas ao banco. Já a Lyon deseja melhorar sua posição na negociação com seu principal credor, diz um interlocutor próximo às conversas.

IPO

Segundo o Valor, após se frustrar com o preço que investidores estavam dispostos a pagar no IPO da varejista de brinquedos Ri Happy, o fundo de private equity Carlyle, controlador da empresa, pretende retomar a oferta inicial de ações apenas no ano que vem. 

Operação da Polícia Federal

A Hypera (HYPE3), ex-Hypermarcas, foi o destaque de baixa na véspera e chegou a ter perdas de 5,47% após ser alvo de mandados de busca e a apreensão na Operação Tira-Teima, deflagrada hoje pela Polícia Federal com autorização do ministro do STF Edson Fachin. Em comunicado ao mercado, a empresa afirmou que está coloborando com as investigações e que não se beneficiou de quaisquer ato praticado pelo ex-diretor de Relações Institucionais da companhia.

Com queda de 4,36%, as ações da M.Dias Branco (MDIA3) também sofreram com o caso. Em esclarecimento ao mercado, a empresa confirmou que a Polícia Federal realizou medida de busca e apreensão na empresa, como está colaborando com as investigações.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.