Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta terça-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A terça-feira promete ser de ânimo após a forte queda da véspera, quando o mercado brasileiro passou a precificar maior risco eleitoral sem a definição de um candidato claro pró-reformas. No exterior, o dia é de ganhos, após o presidente da China adotar tom conciliador sobre guerra comercial, enquanto o Brasil digere a mudança de perspectiva do rating do País de  negativa para estável pela Moody’s e aguarda pelo IPCA. Confira no que se atentar:

1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais, as divisas pares do real e as commodities sobem após presidente da China adotar tom conciliador sobre guerra comercial. Em discurso feito durante o Fórum Boao para a Ásia, Xi Jinping disse hoje que a China pretende reduzir tarifas sobre importações de carros e de outros produtos, além de fortalecer a proteção dos direitos de propriedade intelectual de companhias estrangeiras. 

O tom conciliador de Xi veio num momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça tarifar até US$ 150 bilhões em produtos chineses, em parte porque Pequim estaria supostamente forçando empresas americanas a transferir tecnologia a parceiros de joint ventures na China. No discurso, Xi também prometeu “ampliar de forma significativa o acesso externo ao mercado chinês” este ano.

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Desta forma, o petróleo tem segunda alta seguida e volta aos US$ 64, enquanto os metais avançam em Londres e na China. 

Às 8h02 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) +1,13%

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*Dow Jones Futuro (EUA) +1,14%

*Nasdaq Futuro (EUA) +1,57%

*DAX (Alemanha) +1,08%

*FTSE (Reino Unido) +0,54%

*CAC-40 (França) +0,69%

*FTSE MIB (Itália) +0,23%

*Nikkei (Japão) +0,54% (fechado)

*Shangai (China) +1,67% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +1,65% (fechado)

*Petróleo WTI +1,28%, a US$ 64,23 o barril

*Petróleo brent +1,31%, a US$ 69,55 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,73%, a 451 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 6.731,66 -2,22%
R$ 23.348 -1,42% (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda econômica

No Brasil, a agenda da semana reserva, entre os principais dados, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março às 9h (horário de Brasília), que  deve ter mostrado recuo para 0,12% em março na comparação mensal, de 0,32% na medição anterior. Das 10h00 às 13h00, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado

Vale destacar que, na véspera, a Moody’s mudou a perspectiva do Brasil de negativa para estável, apontando que as reformas passarão com qualquer novo presidente para cumprir teto. A alteração também reflete expectativa de que crescimento da economia acima do esperado para o curto e médio prazo e reformas já feitas sustentarão esforços de consolidação fiscal. 

Já nos EUA, às 9h30, serão divulgados os dados de preços ao produtor dos EUA de março. Na China, serão revelados os dados de preços ao consumidor e ao produtor às 22h30. 

3. Notícias do dia

A repercussão sobre a prisão do ex-presidente Lula segue sendo destaque no noticiário. Autor da ação que questiona no STF (Supremo Tribunal Federal) a prisão em segunda instância (e que, caso aceita, pode beneficiar Lula), o PEN quer desistir do pedido. “Entramos com esse processo há dois anos pensando na sociedade e não em petista, até porque sou de direita”, disse o presidente do partido, Adilson Barroso, ao Estadão. Diferente de uma liminar, contudo, a ação do PEN não pode ser retirada, afirma o jornal. 

Enquanto isso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo parecer contra a liminar. Segundo a procuradora, a mudança de entendimento seria um retrocesso para a credibilidade da Justiça.  “A Procuradoria-Geral da República espera que esta Corte reforce o sistema de precedentes vinculantes, necessário para dar celeridade e resolutividade a cerca de 80 milhões de processos em curso no país, em nome de valores essenciais ao sistema de justiça como a estabilidade e a segurança jurídica”, argumenta Raquel Dodge.

Ainda no noticiário político, o presidente Michel Temer dará posse hoje a nove ministros, no Palácio do Planalto. A reforma ministerial foi necessária, já que os ministros que pretendem disputar as eleições deste ano precisavam deixar o governo, na chamada desincompatibilização. A posse coletiva ocorrerá às 15h. Tomam posse Eduardo Guardia (Fazenda), Rossieli Soares da Silva (Educação), Alberto Beltrame (Desenvolvimento Social), Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Esteves Colnago (Planejamento), Leandro Cruz Fróes da Silva (Esporte), Vinicius Lummertz (Turismo), Antônio de Pádua de Deus (Integração Nacional) e Moreira Franco (Minas e Energia).

Por fim, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12.ª Vara Federal em Brasília, aceitou a denúncia contra o advogado e ex-assessor especial do Palácio do Planalto José Yunes, o coronel João Baptista Lima Filho e integrantes do grupo político do presidente Michel Temer, o MDB da Câmara. Com a decisão, além de Yunes e Lima Filho, outras sete pessoas vão responder a ação penal por organização criminosa.

4. Entrevista com a Safari

Oportunidades gigantes de investimentos estão abertas, com o Brasil perto de virar um país de juro real longo baixo. Porém, a perspectiva do Brasil continuar nesse caminho depende de uma questão crucial: o resultado das eleições de 2018. É o que avaliou o estrategista da Safari Capital, Elsom Yassuda, em entrevista ao InfoMoney. Se um candidato reformista for eleito, haverá o caminho para consistência fiscal necessária para seguir a trajetória de queda de juros. Porém, os riscos são consideráveis. 

“É uma oportunidade gigantesca, do ponto de vista de mercado, tem muita coisa para ser precificada no cenário de um presidente reformista. Mas não tem um candidato claro despontando nas pesquisas e por isso é difícil de carregar a posição”, afirma Yassuda. Confira a entrevista completa clicando aqui. 

5. Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Petrobras teve o rating elevado para Ba2 pela Moody’s, com perspectiva estável, enquanto o CEO da companhia, Pedro Parente, afirmou que a estatal está no caminho para cumprir metas. No radar de recomendações, a Marfrig foi elevada a ’compra’ pelo BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 11. Já a Even divulgou sua prévia operacional do primeiro trimestre de 2018, mostrando que as vendas líquidas caíram de R$ 211 milhões para R$ 196 milhões na base de comparação anual. Outra a divulgar prévia foi a Direcional, com vendas líquidas totalizando R$ 385 milhões. 

Já no InfoTrade de hoje, destaque para o Ibovespa, que voltou para testar a base inferior da congestão e abre caminho para a recuperação. No “Gráfico do Dia”, atenção para as ações da Magazine Luiza (MGLU3), que podem oferecer uma boa oportunidade no day trade. Confira clicando aqui. 

 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.