Eletrobras desaba 10% e Eletropaulo salta 13%; recomendações fazem Gol disparar 14% e RD cair 3%

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta sexta-feira (6)

Lara Rizério

(Divulgação/Eletrobras)

Eletrobras (ELET6)

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As ações da Eletrobras despencaram após a Reuters e a Bloomberg informarem, citando fonte, que o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, oficializou um pedido para deixar o cargo na sequência da saída do titular da pasta, ministro Fernando Coelho Filho, que teve a exoneração publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União para disputar as eleições.

Analistas apontavam Pedrosa como um dos possíveis sucessores de Coelho Filho. Ele também era visto como nome fundamental na discussão de assuntos importantes da pasta de Minas e Energia, como os planos do governo de privatizar a Eletrobras, reformar a regulamentação do setor elétrico e concluir uma renegociação do chamado contrato da Cessão Onerosa junto à Petrobras.

“A notícia é negativa. Acreditávamos que Pedrosa seria um dos melhores nomes para substituir Coelho Filho. Continuamos esperando o nome a ser indicado para o cargo, o que esperamos que aconteça ainda esta semana. O anúncio tem um impacto relevante na capitalização da Eletrobras – acreditamos que este processo depende fortemente, entre outros pontos, de um nome pró-mercado assumindo a pasta. Em poucas palavras, vemos a notícia como outra barreira para o CEO da Eletrobras Wilson Ferreira entregar o mais importante movimento corporativo entre as estatais”, aponta o Itaú BBA. 

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Vale (VALE3) e siderúrgicas

A sessão é de baixa para empresas como Vale e siderúrgicas, impactadas pela nova ameaça comercial de Donald Trump à China. Ontem à noite, depois que os mercados acionários de Nova York haviam encerrado mais um pregão de ganhos, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que está considerando impor tarifas a mais US$ 100 bilhões em produtos chineses, em resposta à iniciativa retaliatória de Pequim no meio da semana.

Na terça-feira (03), a Casa Branca já havia anunciado planos de taxar US$ 50 bilhões em produtos da China. No dia seguinte, Pequim revelou a intenção de tarifar 106 produtos americanos, também no montante de US$ 50 bilhões, incluindo bens estratégicos para a pauta de exportação dos EUA, como soja, carros, aviões e produtos químicos. Nesta madrugada, o governo chinês avisou que “não hesitará em pagar qualquer preço” para defender seus interesses se os EUA adotarem novas medidas comerciais contra a China. Segundo analistas, a última cartada de Trump deixa EUA e China mais próximos de uma “guerra comercial”, mas há quem pondere que a atitude do presidente americano pode ser apenas parte de sua tática de negociação. Contudo, o ambiente de cautela prossegue; CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) também têm baixa.

Ainda em destaque, a Reuters e a Bloomberg informam que o presidente Michel Temer deve dar uma solução caseira para a disputa pelo Ministério das Minas e Energia e indicar o atual ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, para a vaga. 

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Bradesco (BBDC3;BBDC4)

O Mitsubishi UFJ Financial Group Inc. disse que vendeu cerca de metade de sua participação de US$ 870 milhões no Bradesco, já que o maior banco do Japão continua ajustando suas participações em bancos de mercados emergentes.

O MUFG vendeu 41.718.620 ações do Bradesco por cerca de 45,3 bilhões
de ienes (US$ 423 milhões), informou o banco em comunicado na sexta-feira. O banco tem reconsiderado suas participações estratégicas em pares no exterior para melhorar a eficiência de seus investimentos de acordo com plano anunciado em maio do ano passado.

 Por outro lado, o MUFG vem expandindo em outros mercados emergentes, especialmente o Sudeste Asiático. O MUFG disse que seu acordo de cooperação comercial com o Bradesco não será afetado pela venda de ações. 

Petrobras (PETR4)

A Petrobras fechou em leve alta apesar da queda de 2% do petróleo nesta sessão, de olho nas rusgas entre EUA e China. 

No radar da estatal, ela iniciou fase vinculante de venda dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção nos campos em águas rasas Polos Pargo, Sergipe e Merluza, segundo comunicado da companhia. Os campos estão localizados no Rio de Janeiro, em Sergipe e em São Paulo.

Eletropaulo (ELPL3) e Energisa (ENGI11)

O Conselho de Administração da Energisa aprovou a realização de oferta pública voluntária para aquisição do controle da Eletropaulo Metropolitana para compra até a totalidade das suas ações ordinárias. O preço a ser oferecido por ação será de R$ 19,38. Nesta quinta-feira, 5, a ação fechou cotada a R$ 19,27. Foi aprovado ainda o compromisso firme de, caso a oferta seja bem-sucedida e a Energisa adquira o controle, aprovar aumento de capital na Eletropaulo visando a melhoria de sua estrutura de capital, no valor de, pelo menos, R$ 1 bilhão. E de exercer seu direito de preferência integralmente e, caso existam sobras de ações não subscritas, subscrever até a quantidade total das sobras, assegurando a consecução do aumento de, pelo menos, R$ 1 bilhão na Eletropaulo.

O conselho aprovou ainda a contratação de instituições financeiras para coordenar realização de oferta pública de distribuição primária de certificados de depósito de ações (Units), lastreadas em ações ordinárias e preferenciais a serem emitidas pela Energisa, por meio de um aumento do capital social, a ser realizado no Brasil e no exterior.

A Energisa detalha que, conforme informações públicas disponíveis, o capital social da Eletropaulo é de R$ 1,323 bilhão, representado por 167.343.887 ações ordinárias. E diz que está disposta a adquirir, no âmbito da oferta, até a totalidade das 167.343.887 ONs, negociadas na B3, excluídas as ações da Eletropaulo mantidas em tesouraria.

A aquisição de até a totalidade das ações ordinárias de emissão da Eletropaulo implicará o desembolso máximo de R$ 3,243 bilhões pela Energisa, não considerado neste montante as taxas e comissões, entre outros. Para a aquisição das ações na oferta, a companhia contratou linha de crédito junto ao Banco Citibank.

A Eletropaulo diz que está avaliando em conjunto com seus assessores os termos e impactos da OPA apresentada pela Energisa, acrescentando que seu conselho divulgará em até 15 dias parecer prévio fundamentado, segundo comunicado na noite desta quinta-feira.

O parecer incluirá manifestação sobre a conveniência e oportunidade da OPA, quanto ao interesse da Eletropaulo e de seus acionistas, “inclusive em relação ao preço e aos potenciais impactos para a liquidez das ações de emissão”, quanto aos planos estratégicos divulgados pela Energisa em relação à cia. e a respeito de alternativas à aceitação da OPA disponíveis no mercado.

BRF (BRFS3)

A BRF comunicou que o empresário Abilio Diniz, atual presidente do conselho, não formalizou nenhum pedido de renúncia ao cargo.  “O Sr. Abilio não renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração da BRF, haja vista que, até o presente momento, a Companhia não recebeu qualquer comunicação formal por parte dele neste sentido”, disse a companhia. 

No mesmo comunicado, Abilio confirma que está em negociação com acionistas da empresa sobre mudanças no conselho de administração em eleição marcada durante assembleia de acionistas agendada para o próximo dia 26. O empresário afirma, no entanto, que não fechou qualquer posição sobre o tema. 

De acordo com informações do Estadão, Abilio  adiou a decisão de renunciar. O plano era que ele anunciasse sua saída nesta quinta-feira, 5, em reunião do colegiado. Houve, contudo, impasse nas negociações finais e, após cerca de dez horas de deliberações, a reunião foi suspensa e será retomada nesta sexta-feira, 6, pela tarde.

Abilio decidiu não referendar o acordo costurado com os fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e da Petrobras (Petros) antes que se votasse autorização para um prêmio de retenção aos principais executivos no valor de cerca de R$ 40 milhões. Este ponto teve resistência da Petros, mas ganhou adeptos de outros acionistas, que defendem a manutenção dos atuais gestores para comandar o processo de recuperação da empresa, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Abilio também questionou o fato de o representante da Petros, o advogado Francisco Petros, não ter comparecido. É que o acordo firmado previa a renúncia do empresário do posto de presidente e a saída de Francisco Petros do cargo de vice-presidente.  

Previ e Petros são os maiores acionistas da BRF, que não tem controle definido. Insatisfeitos com os sucessivos prejuízos da empresa, que registrou rombo de R$ 1,1 bilhão em 2017, os fundos ingressaram em fevereiro com pedido de realização de uma assembleia para destituir o atual conselho, liderado por Abilio.

Também em destaque para a BRF, a União Europeia está ameaçando com embargo definitivo à BRF e o ministro Blairo Maggi irá para Bruxelas este fim de semana tentar evitar tal decisão. De acordo com a notícia, a BRF não deve ser a única prejudicada. Estima-se que a decisão (se confirmada) pode atingir um abatedouro da Seara (JBS) além de outras empresas. “Se isso acontecer, o impacto será negativo para a BRF, cuja necessidade de ajustes na capacidade colocam em risco nossas estimativas de receita para o ano, e colocam em cheque a perspectiva de desalavancagem. Reiteramos visão negativa no case”, apontam os analsitas do BTG.

RD (RADL3)

No radar de recomendações, a RD teve a recomendação reduzida de outperform para underperform pelo Credit Suisse, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 80 para R$ 68. 

Os analistas do Credit Suisse destacam que a RD foi um dos top picks do banco por muitos anos. “A performance ficou acima das nossas expectativas e o papel superou o Ibovespa em 331% desde o início de 2014. A constante melhoria na execução, crescimento secular da indústria e ambiente competitivo relativamente favorável podem ser apontados como os pilares para o rali excepcional da RD”, avaliam. 

A empresa também demonstrou, apontam, uma forte governança corporativa, perfil defensivo, potencial de crescimento de longo prazo e maior liquidez. Os analistas apontam que, depois de revisitar o case, parece que boa parte dos catalisadores continua válidos. Mas, desde o segundo trimestre, os números de vendas nas mesmas lojas vem desapontando consecutivamente e há a indicação de que se poderia estar diante de um patamar mais baixo por algum tempo, principalmente em função da menor inflação, maior competição e algum tipo de canibalização em alguns pontos.

“O SSS chegou próximo de 2% nas lojas maduras, numero que pode ser comparado a 9% nos últimos 10 trimestres. Considerando a queda de inflação e o aumento dos preços dos medicamentos (5% em abril de 2017), parece natural que a receita desacelere. O ritmo da queda foi mais rápido do que o esperado com SSS das lojas maduras chegando a 1% no quarto trimestre de 2017 e algumas indicações de que continua fraco para o primeiro trimestre de 2018”, afirma o Credit. 

Gol (GOLL4)

A Gol reportou os dados de tráfego de Março e do primeiro trimestre. O ASK (oferta) cresceu 3,3% no trimestre, enquanto o RPK (demanda) cresceu 4,4%. Com isso, a taxa de ocupação cresceu 0,8 p.p. no trimestre, atingindo 80,4% e mantendo a tendência de melhora na taxa de ocupação que tem acontecido nos últimos trimestres. 

Além disso, a companhia teve a recomendação para o seu ADR (American Depositary Receipt) elevado de neutra para compra, com o preço-alvo subindo de US$ 13 para US$ 16,90, apontando que a performance de receita e controle de custos continuam a gerar um forte momentum de lucros, destacando que os números prévios foram positivos. 

Ambev (ABEV3)

As ações da Ambev registram expressiva queda, após o Credit Suisse publicar uma prévia para o balanço do primeiro trimestre. Os analistas esperam volumes de cerveja no Brasil caindo 8% na base anual, devido a: (i) clima desfavorável; (ii) carnaval antecipado; e (iii) base de comparação mais forte em termos de participação de mercado (Ambev teve um desempenho superior versus  restante da indústria no primeiro trimestre de 2017).

Além disso, segundo dados da Nielsen, a Ambev mostrando uma ligeira perda de participação. Olhando para refrigerantes, os analistas também esperam uma queda no volume. Mesmo com volumes mais fracos, os analistas esperam um crescimento razoável no Ebitda consolidado de 6% ao ano.

CVC (CVCB3)

A CVC divulgou dados operacionais do primeiro trimestre, que apresentou um aumento de 13% no bookings consolidado numa base pro-forma (em linha com o esperado pelo BTG), impulsionado pelo SSS de 11,4% no período e crescimento sólido no segmento corporate que, combinado com uma boa performance da Submarino Viagens (vendas online cresceram 27% na base anual) foram os destaques positivos do resultado. A combinação de premium track record mais um cenário macro melhor mais um ROIC alto leva o BTG a reiterar recomendação de compra para o papel, um dos top picks no setor. 

BrasilAgro (AGRO3)

A BrasilAgro diz que conselho aprovou a contratação de financiamento com instituições financeiras de até R$ 350 milhões, sem fornecer mais detalhes, segundo comunicado ao mercado. 

O Conselho também aprovou a venda parcial da fazenda Araucária, pela Imobiliária Araucária, de 660 hectares úteis. O ´preço de 797.040 sacas de soja em 8 prestações. A Fazenda está localizada em Mineiros, Goiás.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.