4 ações reagem a recomendações; Vale e Petrobras amenizam perdas e educacional salta 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (4) 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta quarta-feira é de queda para o Ibovespa em meio à tensão com o julgamento do habeas corpus de Lula no STF (Supremo Tribunal Federal) e com a deflagração da tensão entre China e EUA. Contudo, a baixa é bem menor do que a mínima da sessão, acompanhando a relativa tranquilização do cenário internacional e os dados surpreendentemente positivos de estoque de petróleo. 

Ontem, depois do fechamento do mercado, os EUA anunciaram lista de 1.300 produtos provenientes da China que sofrerão tarifação de 25%. Os EUA dizem que a tarifação é apropriada em relação aos danos causados à economia do país. A China, por sua vez, divulgou que vai impor tarifa de 25% para produtos, como soja, carros, aviões e produtos químicos; numa lista de mais de 100 itens.

Com a tensão sobre a guerra comercial aumentando, a bolsa brasileira sofre o impacto e as blue chips registram queda, como bancos – Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), enquanto Petrobras e Vale também registram um dia de perdas (mas amenizadas). Confira os destaques do mercado:

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Vale (VALE3)

A ação da Vale reflete o efeito da forte queda do minério (de cerca de 4% em Dalian) após a  China anunciar planos de impor tarifas de 25% a US$ 50 bilhões em produtos dos EUA, incluindo soja, carros, aviões e produtos químicos. A iniciativa veio um dia depois de Washington revelar que pretende taxar produtos chineses também estimados em US$ 50 bilhões. As siderúrgicas também têm forte queda, caso de Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4).

No radar da Vale, a mineradora divulgou o seu calendário de eventos corporativos do primeiro trimestre, com o balanço do período sendo divulgado dia 25 de abril, após o fechamento do mercado. A teleconferência será realizada em 26 de abril, às 10h em português e às 12h em inglês.

Antes disso, a Vale divulgará o relatório de produção e vendas do primeiro trimestre em 16 de abril, antes da abertura dos mercados.

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Petrobras (PETR4)

A Petrobras segue em queda, mas ameniza as perdas seguindo a recuperação dos preços do petróleo, com o WTI em baixa de 0,79% (US$ 63,01 o barril) e o brent em queda de 0,91% (a US$ 67,50) com uma queda surpreendente dos estoques de petróleo nos EUA em 4,6 milhões de barris na última semana. 

Já no radar da empresa, a estatal abriu linha de crédito de R$ 2 bilhões com o Banco do Brasil. A operação consiste na abertura de linha de crédito compromissada com vencimento em 2023, segundo comunicado.

“As obrigações financeiras e não financeiras do contrato estão de acordo com as práticas adotadas no mercado e nos demais contratos de dívida da Petrobras, e a precificação está em linha com o custo médio da dívida da companhia”. 

Além disso, a Petrobras alterou o preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,6581 o litro para R$ 1,6448 o litro, do diesel de R$ 1,8578 o litro para R$ 1,8696 o litro. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 5 de abril.

Recomendações

O JPMorgan fez uma revisão para o setor de utilities, reduzindo a recomendação para Sabesp (SBSP3) e Cemig (CMIG4) de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra, com preços-alvo respectivos de R$ 40,00 e R$ 9,50; já Light (LIGT3) e Energias do Brasil (ENBR3) foram elevadas a overweight, com preços-alvo respectivos de R$ 18,50 e R$ 17.

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Sobre a Light, os analistas do JPMorgan destacaram valuation descontado, risco-recompensa atraente e fôlego na recuperação de ganhos. Segundo os analistas, as ações foram super penalizadas pelo mercado e destacam o balanço sólido e o valuation atrativo. 

Energias do Brasil e Celesc

A EDP fez ajustes no edital da oferta pública voluntária da Celesc (CLSC4) e incluiu a declaração acerca da inaplicabilidade da relação entre preço de aquisição por ação praticado em operação com Previ e o preço da presente OPA, segundo documento publicado no Valor Econômico, entre outros ajustes. A data do leilão segue para 26 de abril. 

Anima (ANIM3)

A Anima informou que a captação de alunos de graduação no primeiro semestre de 2018 cresceu 25% na base anual. A empresa atingiu um novo recorde de captação de novos estudantes, com base total de alunos crescendo 4,8% para 103,7 mil em relação ao primeiro semestre de 2017, segundo comunicado ao mercado.

A base de alunos no ensino a distância caiu 58% para 1,7 mil, queda de 11% na pós-graduação. A empresa conta com mil alunos do Fies, queda de 64% na base anual. 

De acordo com o Bank of America Merrill Lynch, esse número foi uma surpresa positiva, mas os analistas do banco americano seguem com recomendação neutra em meio à falta de uma estratégia comercial detalhada sobre a empresa. 

Lojas Americanas (LAME4)

O Conselho de Administração aprovou a emissão de R$ 500 milhões em debêntures. Trata-se da 12ª emissão emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, série única, diz a empresa em comunicado.

 

Suzano (SUZB3)

A Suzano anuncia aumento do preço da celulose em US$ 20 a tonelada para abril nos mercados europeu e norte-americano, indo para US$ 1.050 e US$ 1.240 a tonelada respectivamente.

“O movimento de preços da Suzano confirma que o mercado de celulose de fibra curta permanece apertado, impulsionado por estoques baixos, demanda sólida e aumento dos preços do papel. As chances de que os preços caiam no curto prazo são baixas, enquanto esperamos que o mercado continue a ter ainda mais aperto no segundo semestre”, afirma o Bradesco BBI. A Suzano é a top pick dos analistas para o setor, seguida pela Klabin (KLBN11). 

Linx (LINX3)

A Linx anunciou  a compra da Único Sistemas e Consultoria em acordo de até R$ 25 milhões para ampliar oferta de produtos de relacionamento com clientes. O valor da aquisição envolve uma parcela de R$ 16 milhões à vista, enquanto o restante ficará vinculado ao cumprimento de metas financeiras e operacionais entre 2018 e 2020. “A aquisição está alinhada com os objetivos estratégicos da companhia e consiste em um passo importante para o reforço da estratégia de venda cruzada. Neste caso, o racional é o aumento do portfólio de ofertas de CRM e engajamento que representam uma importante oportunidade de crescimento para a companhia”, disse a Linx em comunicado ao mercado.

BRF (BRFS3)

O empresário Abilio Diniz concorda em renunciar como chairman da BRF, aponta fonte à Bloomberg. O bilionário vai renunciar como parte de um acordo com os fundos de pensão que controlam 22% da companhia e exigiram mudanças na administração da BRF após o prejuízo recorde do ano passado. 

Diniz vai renunciar em reunião do conselho agendada para a próxima quinta-feira, disse a fonte. Como parte do acordo, Diniz vai poder indicar um nome para o novo conselho na assembleia de acionistas marcada para 26 de abril. Luiz Fernando Furlan, membro da família que fundou a BRF e ex-presidente do conselho da Sadia, deve assumir temporariamente o posto de chairman no lugar de Abilio. A assessoria de imprensa da BRF disse que a empresa não iria comentar. A Península Investimentos não retornou imediatamente aos pedidos de comentário feitos pela Bloomberg. Previ não quis comentar, enquanto Petros não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.

Ser Educacional (SEER3)

Após a forte queda recente, a Ser Educacional informa que seu Conselho aprovou a recompra de até 5,48 milhões de ações ordinárias em um ano.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.