Lucro da Cyrela sobe 58% e mais 5 balanços; Vale top pick do Credit Suisse e outras recomendações no radar

Confira os destaques do mercado nesta sexta-feira (23)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Além do noticiário movimentado com a elevação da tensão comercial entre China e Estados Unidos e a repercussão da liminar concedida pelo STF impedindo a prisão de Lula até o julgamento de habeas corpus em 4 de abril, as notícias sobre empresas movimentam o radar. Recomendações, com destaque para a manutenção da Vale como top pick do Credit e resultados, com destaque para Cyrela, movimentam o mercado. Confira os destaques:

Siderúrgicas

A Casa Branca confirmou que vai conceder ao Brasil isenção da tarifa de 25% às importações de aço e 10% para as de alumínio até 1º de maio. A barreira comercial está suspensa também para Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, México e membros da União Europeia. Segundo a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai decidir até 1º de maio se a pausa nas restrições comerciais continuará valendo.

“A suspensão vale até 1º de maio devido à discussão pendente sobre meios alternativos e satisfatório de longo prazo para lidar com as ameaças à segurança nacional dos EUA”, informou a Casa Branca.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O anúncio do governo americano desfez uma confusão ocorrida na quarta-feira, quando o presidente Michel Temer falou sobre a exclusão do Brasil sem que a informação oficial tivesse sido confirmada. Nesta quinta-feira ainda havia cautela por parte do governo.

“Vamos aguardar a publicação para definir os próximos passos”, afirmou à Agência Estado o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge. “Por enquanto o que nós temos são declarações”, disse.

O governo dos Estados Unidos se comprometeu ainda a acompanhar de perto as importações de aço e alumínio dos países isentos. De acordo com a Casa Branca, o presidente Trump “mantém ampla autoridade para modificar ainda mais as tarifas, inclusive removendo as suspensões ou suspendendo outros países”. Trump designou ainda o secretário de Comércio, Wilbur Ross, para acompanhar “de perto” os pedidos de isenção de outros países.

Continua depois da publicidade

Quer comprar ações e ainda pagar a menor corretagem do Brasil? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Vale (VALE3)

O Credit Suisse atualizou o modelo de valuation da Vale incorporando o resultado do quarto trimestre de 2017, a curva de preço do minério de ferro, um custo de frete um pouco maior nos próximos anos e fazendo a marcação a mercado dos preços de níquel que estão acima do que os analistas esperavam.

Com isso, o preço-alvo de US$ 16 por ADR foi mantido e os analistas reforçaram o rating outperform e o top pick do setor devido: (1) ao valuation atrativo (EV/Ebitda de 4,5 vezes versus a média histórica de 6 vezes); (2) a geração de caixa robusta; (3) a desalavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda de 0,5 vez no fim de 2018); (4) dividend yield atrativo de 5% e 8% em 2018 e 2019 e (5) com uma relativa margem de segurança, uma vez que a Vale está precificando um minério de longo de prazo de US$ 50 a tonelada versus o preço spot de US$ 68 a tonelada. 

Contudo, a expectativa é de que a forte queda do minério de ferro em Dalian em meio aos temores de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pese mais sobre as ações da companhia. Em Dalian, o minério de ferro registra baixa de 6,41%, a 438 iuanes. 

Eletrobras (ELET6)

As ações da Eletrobras tiveram a cobertura reiniciada pelo Itaú BBA com recomendação marketperform e preços-alvo de R$ 24,50 para os ativos ON e de R$ 30 para os ativos PNB. 

Taesa (TAEE11)

A Taesa foi elevada de neutra para compra pelo UBS, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 23 para R$ 24, implicando potencial de alta de 18% em relação ao último fechamento. 

Banrisul (BRSR6)

Tendo em vista os recentes resultados financeiros da controlada Banrisul Cartões e o potencial de crescimento do segmento de meios de pagamentos, e com o intuito de evidenciar os resultados da Banrisul Cartões, a diretoria do Banrisul informou que está estudando a abertura de capital da Banrisul Cartões, mediante a realização de uma oferta pública inicial de distribuição de ações preferenciais, primária e/ou secundária, com listagem dessas ações no segmento diferenciado de governança corporativa “Nível 1” da B3. 

Eletropaulo (ELPL3)

A Eletropaulo informou que recebeu proposta da Enel Brasil relativa ao investimento indireto da AES Corporation na empresa e à participação em eventual oferta pública de distribuição de ações. 

A companhia reiterou ainda que continua avaliando outras alternativas além de uma oferta pública de ações para financiar suas atividades e compromissos no curto prazo, mas ressaltou que não havia qualquer definição sobre estrutura, volume ou adoção de medidas.

BTG Pactual (BPAC11)

A Andrade Gutierrez negocia com o BTG Pactual uma operação que permitirá à companhia encerrar suas dívidas com Banco do Brasil e Bradesco e usar as ações da CCR em garantia para levantar um novo empréstimo de cerca de R$ 1 bilhão junto a investidores, diz o Valor. Segundo fontes a par das conversas ouvidas pelo jornal, o BTG passará a ser o maior credor da Andrade, assumindo as posições de BB e Bradesco, que somam aproximadamente R$ 1 bilhão. Ainda não há um acordo fechado entre as partes.

Cyrela (CYRE3)

A incorporadora Cyrela Brazil Realty apresentou lucro líquido de R$ 48,8 milhões no quarto trimestre de 2017, o que corresponde a um crescimento de 57,6% em relação ao mesmo período de 2016.

A melhora dos resultados nos últimos três meses de 2017 não foi suficiente para reverter as perdas acumuladas ao longo do ano. Assim, a companhia encerrou 2017 com prejuízo de R$ 95 milhões, revertendo o lucro de R$ 151 milhões em 2016.

Os números do quarto trimestre de 2016 e do acumulado de 2016 foram apresentados de modo “pró-forma”, considerando a MAC pelo método de equivalência patrimonial. O objetivo é manter a comparabilidade dos períodos, uma vez que houve mudança na forma de contabilização da MAC no segundo trimestre de 2017.

A Cyrela reportou ainda uma receita líquida de R$ 809 milhões no quarto trimestre de 2017, queda de 7,7% na comparação anual. Em 2017, a receita líquida totalizou R$ 2,619 bilhões, encolhimento de 13,8%.

Assim como nos trimestres anteriores, a companhia não divulgou o indicador Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

A Cyrela entregou um trimestre dentro do esperado, mas com algumas sinalizações positivas, aponta o Credit Suisse, destacando que a melhora nos lucros pode ser justificada principalmente por um menor cancelamento de vendas e despesas com vendas. O fluxo de caixa livre foi bastante expressivo e apesar de ter sido beneficiado pela venda de ações da Tecnisa (R$ 66 milhões), teve um “core” forte de R$ 192 milhões (alta de 11% na comparação trimestral).

“Com a melhora na tendência de cancelamentos, nos parece razoável esperar um maior fluxo de caixa livre e distribuição de dividendos. Os R$ 200 milhões de dividendos (3,5% de yield) que foram anunciados, mostram uma confiança da gestão no processo de geração de caixa e redução do balanço”, afirmam os analistas. O Credit avalia que a Cyrela é o player mais bem posicionado para surfar a recuperação do segmento de média e alta renda.

Tecnisa (TCSA3)

A Tecnisa encerrou o quarto trimestre de 2017 com prejuízo líquido de R$ 175,209 milhões, montante 30,3% menor que o prejuízo de R$ 251,536 registrado em igual período de 2016. No ano, o prejuízo líquido foi de R$ 520,652 milhões, valor 16% maior que o prejuízo de 2016.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 150,125 milhões entre outubro e dezembro, valor 34,6% menor que o apurado em igual etapa do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 390,280 milhões, ante Ebitda ajustado também negativo de R$ 377,025 milhões do ano anterior.

A receita líquida operacional da empresa nos últimos três meses do ano totalizou R$ 61,139 milhões, um recuo de 6,5% ante igual trimestre de 2016. No ano a receita líquida operacional recuou 9,1% para R$ 298,826 milhões.

No quarto trimestre a Tecnisa apresentou um resultado financeiro líquido negativo de R$ 13 milhões, ante resultado também negativo de R$ 2 milhões do mesmo intervalo de 2016. Em 2017, o resultado Financeiro líquido foi de R$ 53 milhões.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi mais fraco do que esperado com um prejuízo líquido de R$175mn (versus R$ 82 milhões esperado pelo banco), cortando 14% do book value. A recomendação neutra foi mantida. 

CPFL Renováveis (CPRE3)

O crescimento da capacidade instalada da CPFL Renováveis e sua estratégia de comercialização de energia levaram a companhia a registrar melhor desempenho no quarto trimestre do ano passado e um resultado histórico no exercício de 2017: o primeiro lucro desde sua Oferta Inicial de Ações (IPO, na sigla em Inglês), em 2013.

A companhia anotou um lucro líquido de R$ 51,243 milhões entre outubro e dezembro, revertendo o prejuízo líquido de R$ 26,2 milhões do mesmo período do ano anterior. No acumulado do exercício, a companhia anotou um lucro líquido de R$ 19,6 milhões, ante uma perda de R$ 143,7 milhões em 2016. Com o resultado positivo,a companhia propôs a distribuição de dividendos de R$ 3,6 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também apresentou avanço significativo, de 31,5% no quarto trimestre, para R$ 354,352 milhões, enquanto a margem Ebitda cresceu 6,2 pontos porcentuais, para 59,9%. Em 12 meses, o Ebitda totalizou R$ 1,22 bilhão, com alta de 23%, enquanto a margem subiu 2,1 p.p., para 62,4%.

A receita líquida da geradora de energia renovável do grupo CPFL Energia somou R$ 591 milhões entre outubro e dezembro, o que corresponde a um aumento de 17,8% frente o apurado nos mesmos meses de 2016. A receita totalizou R$ 1,959 bilhão em 2017, alta de 19% frente o ano anterior.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da CPFL Renováveis, Alessandro Gregori, afirmou que o desempenho reflete o início de operação comercial de novos projetos, desde o segundo semestre de 2016, e ainda a estratégia de descontratação de energia no mercado regulado para revendê-la no mercado livre, a um preço mais elevado. “Tivemos cinco anos de investimento intensivo, com grande crescimento de capacidade instalada e agora temos uma plataforma em operação relevante e isso tem resultado no lucro que conseguimos apurar em 2017”, disse.

Somente desde setembro do ano passado, a companhia aumentou seu portfólio em operação em 9,3% – ou de 2,4% desde dezembro -, para 2.102 MW, reflexo da entrada em operação dos complexos eólicos Campo dos Ventos e São Benedito, que acionaram suas máquinas gradualmente a partir de maio do ano passado até dezembro, ampliando em 231 MW a capacidade da companhia, e ainda do complexo eólico Pedra Cheirosa, de 48,3 MW, com entrada em operação em junho de 2017.

Esses projetos propiciaram um crescimento de 1,2% no montante energia gerada entre outubro e dezembro, para 1,878 gigawatts-hora (GWh), e de 3,5% no acumulado do ano, para 6,772 GWh.

A energia proveniente do projeto Pedra Cheirosa, que entrou em operação com 11 meses de antecipação em relação à sua obrigação contratual, foi negociada no mercado de curto prazo ao preço spot (Preço de liquidação das diferenças – PLD), que atingiu valores elevados no segundo semestre de 2017.

Além disso, como no terceiro trimestre, a CPFL Renováveis também se beneficiou de sua participação no Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) de energia nova, por meio do qual a companhia descontratou um volume total de 91,2 MW médios comprometidos junto às distribuidoras, liberando o montante para ser comercializado no mercado livre, a preços mais elevados.

Ser Educacional (SEER3)

O lucro líquido normalizado da Ser alcançou R$ 24,3 milhões no quarto trimestre de 2017, ficando 39,3% inferior quando comparado ao lucro líquido do mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 40 milhões.

A receita líquida atingiu R$ 304,0 milhões no período, um aumento de 9,6% na base anual de comparação em virtude do aumento da base de alunos e do melhor ticket médio durante o período. Já a base total de alunos apresentou aumento de 3,1% passando de 147,9 mil alunos no quarto trimestre de 2016 para 152,4 mil alunos nos últimos três meses de 2017. “Esse crescimento é justificado principalmente pelo maior número de alunos captados nos segmentos de graduação presencial e a distância e pós-graduação a distância”, aponta a Ser.

No trimestre, o Ebitda normalizado dos efeitos não-recorrentes e das principais despesas pré-operacionais alcançou R$ 49,8 milhões, 27,5% inferior na base anual. A margem Ebitda normalizada atingiu 16,4%, comparada a 24,7% no mesmo período do ano anterior.

JSL (JSLG3)

A JSL obteve lucro de R$ 8,6 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo prejuízo registrado em igual período de 2016. O resultado foi impulsionado pelo melhor desempenho operacional da JSL Logística e menor despesa financeira no trimestre. 

A receita líquida subiu 4,9% no quarto trimestre, para R$ 1,7 bilhão, enquanto o Ebitda teve alta de 62,3%, para R$ 305,9 milhões, com a margem Ebitda subindo 6 pontos, para 38,5%.

Hermes Pardini (PARD3)

O lucro líquido da Hermes Pardini no quarto trimestre de 2017 foi de R$ 29,4 milhões, 54,8% superior na base de comparação anual. Segundo a empresa, o dado foi diretamente beneficiado por uma menor alíquota tributária efetiva, resultado do pagamento de Juros sobre Capital Próprio ocorrida em dezembro de 2017. 

O Ebitda Ajustado totalizou R$ 45,7 milhões no trimestre, alta de 5,2% na base de comparação anual, enquanto a margem Ebitda ajustada foi de 22,1% em 2017, em linha com a performance apresentada no exercício anterior. Já a receita líquida totalizou R$ 272,7 milhões, evolução de 21,6%.

O Ebitda reportado ficou abaixo da estimativa do Bradesco BBI e do consenso. Os principais destaques do resultado foram: (i) Clientes/Exames no segmento Lab-to-lab, que desaceleraram para 1,7% em base anual, versus 8,1% no terceiro trimestre de 2017; e (ii) A margem Ebitda diminuiu 2,80 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Bradesco BBI não acredita que a desaceleração dos volumes no segmento Lab-to-lab e que a erosão da margem Ebitda impliquem em uma mudança nas tendências. “Logo, os resultados do quarto trimestre de 2017 não mudam a nossa visão de longo prazo para a empresa. Temos recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 38,00 por ação”, apontam os analistas. 

Sabesp (SBSP3)

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) estendeu a análise dos dados da Sabesp e elaboração da nota técnica preliminar de cálculo da tarifa média (P0) final até 26 de março. Antes, a previsão era até 22 de março. Também a data para consulta pública e audiência pública da proposta foi alterada, de 23 de março a 13 de abril para 26 de março a 17 de abril.

A companhia ressalta que outras duas etapas do processo não foram alteradas, mantendo até 9 de maio a análise das contribuições recebidas e publicação do relatório circunstanciado sobre a proposta de P0 final, e no dia seguinte, 10 de maio, a publicação dos resultados finais, com a Nota Técnica Final e Deliberação com a tabela de tarifas.

Debêntures

A M. Dias Branco (MDIA3) aprovou a emissão de até R$ 810 milhões em debêntures, enquanto a Unidas aprovou a emissão de R$ 500 milhões em debêntures. 

Petrobras (PETR4)

A Petrobras aumentou o preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,6404 o litro para R$ 1,6431 o litro, e reduziu do diesel de R$ 1,8565 o litro para R$ 1,8475 o litro, segundo informações no website da empresa. Os preços antes de impostos válidos a partir de 24 de março. 

Braskem (BRKM5)

O plano de investimentos apresentado pela Braskem para fins de prorrogação do contrato de arrendamento com novos investimentos e expansão de área arrendada, no Porto de Aratu (BA), é aprovado pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

O investimento é na adaptação do tanque de eteno para o recebimento de etano, no valor estimado de R$ 161,4 milhões. na data base de dezembro/2016, qualificado como investimento não previsto em contrato. O plano inclui investimento na implantação de um queimador de gases qualificado como obrigação prevista na matriz de risco do contrato vigente e na adaptação da bacia de contenção do Tegal 2. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.