Ibovespa encerra sequência de 5 quedas e sobe de olho na “super quarta”; dólar supera R$ 3,30

Índice tem leve alta em dia de melhora de humor no exterior antes das reuniões do Copom e do Fomc

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após iniciar o dia em alta, o Ibovespa perdeu forças, mas voltou a subir durante a tarde desta terça-feira (20) em clima de cautela no aguardo pela “super quarta”, que terá as reuniões de política monetária do Fed e Copom (Comitê de Política Monetária), sendo que em ambos os casos as taxas de juros devem sofrer mudanças.

Com isso, o benchmark da bolsa brasileira fechou em alta de 0,30%, aos 84.163 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 8,084 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, teve forte alta de 0,73%, cotado a R$ 3,3084 na venda, sua máxima desde 27 de dezembro, quando valia R$ 3,3144.

O índice chegou a bater os 84.394 pontos, impulsionado pela alta do petróleo que registrou mais de 2% de ganhos em em Nova York, aos US$ 63,42, e Londres, aos US$ 67,38. Contudo, a pressão acabou vindo dos bancos Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3), que fizeram o Ibovespa virar e depois ficaram próximos da estabilidade, segurando uma recuperação do mercado.

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No noticiário, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que foi cancelada a reunião prevista para o final da tarde de hoje, para tratar da possibilidade de julgamento sobre prisão em segunda instância. O tema tem acirrado os ânimos na corte e trazido múltiplas pressões aos magistrados.

Segundo o ministro, teria havido uma recusa da presidente Cármen Lúcia em participar do encontro articulado pelo ministro decano Celso de Mello. Desde que o tema voltou a ganhar destaque no debate político, a presidente da corte tem negado a discussão do tema em plenário, o que tem incomodado alguns ministros.

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Destaques de ações

Seguindo a alta do petróleo, a Petrobras (PETR4) subiu mais de 1%. Por outro lado, a Suzano (SUZB3) chegou a cair mais de 4% após ganhos de quase 30% nos últimos dois pregões. Veja mais aqui.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 QUAL3 QUALICORP ON 23,90 +4,82 -22,90 171,10M
 GGBR4 GERDAU PN ED 15,74 +4,72 +27,38 249,19M
 GOAU4 GERDAU MET PN 7,42 +3,49 +28,15 108,02M
 USIM5 USIMINAS PNA 10,95 +3,30 +20,33 114,76M
 BVMF3 B3 ON 26,06 +1,96 +14,40 141,95M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 8,37 -3,01 -31,95 33,67M
 HYPE3 HYPERA ON 36,15 -2,17 +3,05 60,27M
 BRFS3 BRF SA ON 24,50 -2,00 -33,06 133,20M
 FLRY3 FLEURY ON 26,94 -1,93 -6,49 46,47M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 64,39 -1,75 -18,42 19,45M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 21,16 +1,10 617,66M 1,08B 28.525 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 30,45 -0,49 403,66M n/d 35.473 
 VALE3 VALE ON 41,60 +1,22 385,51M 874,61M 21.952 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 50,28 +0,32 286,21M 627,97M 17.518 
 BBDC4 BRADESCO PN 37,80 -0,11 268,89M 400,39M 16.718 
 GGBR4 GERDAU PN ED 15,74 +4,72 249,19M 232,41M 22.378 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 41,56 +0,39 244,97M 415,91M 13.416 
 RENT3 LOCALIZA ON 27,15 -1,24 205,26M 109,59M 11.264 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 23,69 -0,42 171,66M 404,54M 16.008 
 QUAL3 QUALICORP ON 23,90 +4,82 171,10M 76,57M 23.722 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

“Super quarta”

Ao mesmo tempo em que o mercado se recupera depois da sequência de queda, os investidores aguardam pela “super-quarta”. Às 15h teremos a decisão de política monetária do Fed, com o mercado já precificando o aumento da taxa de juros em 25 pontos-base, levando-a para o intervalo entre 1,5% e 1,75% ao ano. Com a alta já no preço, os investidores estarão de fato concentrados no primeiro discurso pós-reunião do novo presidente do Fed, Jerome Powell, como também as projeções econômicas dos membros do Fomc. 

Estes eventos serão importantes em vista das sinalizações sobre os próximos passos do Fed quanto ao ritmo de aumento da taxa de juros. Os economistas do Goldman Sachs apostam em aumento da projeção de alta de juros para este ano de 3 para 4, enquanto outros bancos acreditam na manutenção da projeção de 3 altas após dados mais fracos da economia.

Já às 18h, será definida a taxa básica de juros pelo Copom. O mercado espera que haja um novo corte da Selic em 25 pontos-base, que levaria a taxa para 6,50% ao ano, na 12ª redução consecutiva. Por outro lado, o comunicado da autoridade monetária é que deve ganhar a atenção dos investidores, já que este pode indicar o ritmo da política monetária para as próximas reuniões. A expectativa do mercado é de que o Banco Central comece a ficar mais exigente sobre as condições que poderiam levar a um corte adicional na taxa de juros, ao mesmo tempo em que as expectativas sobre a inflação de 2019 ganham importância. 

Para o próximo ano, os analistas esperam que o indicador fique em 4,2%, valor superior aos 3,6% que é a estimativa para 2018. A escalada da expectativa pela inflação do próximo ano pode afetar a política monetária do Banco Central, já que a autoridade tende a reagir à uma subida do indicador através da elevação da taxa de juros. Por conta disso, o comunicado pós-reunião será importante para entender quais serão os próximos passos da autoridade.

Aguardando os eventos de quarta-feira, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 operavam praticamente estáveis, cotados a 6,46%, enquanto que os com vencimento em janeiro de 2021 subiam 2 pontos-base, a 8,28%. Enquanto isso, os contratos futuros de dólar com vencimento em abril sobem 0,20%, aos R$ 3,295.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.