Eternit pede recuperação judicial; Petrobras “hiberna” fábricas de fertilizantes, balanços e mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em destaque no noticiário corporativo, está a reta final da temporada de balanços com números como da Biotoscana e Metal Leve, além de notícias sobre a Petrobras e a Vale, além de uma possível compra de aviões da Embraer pelo Marrocos. Veja mais destaques desta sessão:

Eternit (ETER3)

A Eternit protocolou na noite de desta segunda-feira, 19, petição inicial de pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O Grupo Eternit, representado por advogados do escritório Galdino Coelho Mendes, informa que apresentará no prazo de 60 dias úteis plano de recuperação judicial único a partir da data da intimação da decisão que deferir o processo.

O valor total da dívida é de R$ 228,9 milhões, conforme o documento disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “O Grupo Eternit está confiante de que a situação de crise ora enfrentada é passageira e não deve afetar de forma definitiva suas atividades.”

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No item 43 da petição consta que as discussões sobre o uso do amianto e a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, além de questões de preço e demanda, abalaram de maneira direta o grupo.

No ano passado, as atividades da mineradora Sama e da fabricante de telhas de fibrocimento Precon Goiás, suas controladas, foram suspensas temporariamente após a decisão proferida em 29 de novembro pelo STF sobre uso do amianto.

A companhia também atua em louças sanitárias, com capacidade para 110 mil peças por mês, mas que no momento atinge 50 mil. Mais adiante, os advogados dizem que o descasamento de fluxo de caixa não poderá ser resolvido sem o auxílio da recuperação judicial, visto que “a escassez de crédito decorrente da atual crise econômica asfixia a empresa, inviabilizando uma solução de mercado”.

Petrobras (PETR4)

A Petrobras decidiu hibernar fábricas de fertilizantes no Sergipe e na Bahia, decisão em linha com estratégia da estatal de sair integralmente das atividades de produção de fertilizantes, disse a estatal em comunicado ao mercado.

Em 2017, as duas unidades apresentaram resultados negativos de R$ 600 milhões e R$ 200 milhões, respectivamente, o que resultou em provisão para perda no montante de R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre de 2017. O início da hibernação das unidades está previsto para ocorrer até o fim do 1º semestre de 2018.

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Vale (VALE3) e siderúrgicas

A venda da Vale Cubatão Fertilizantes à Yara teve aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O Cade concluiu pela ausência de preocupações concorrenciais decorrentes das integrações verticais verificadas
na venda da Vale Cubatão Fertilizantes para a Yara e a operação foi aprovada sem restrições, segundo despacho publicado no Diário Oficial e website do conselho.

Já no noticiário de siderúrgicas, o Estadão informa que a decisão dos EUA de sobretaxar em 25% as importações de aço e em 10% as de alumínio foi discutida na última segunda-feira numa reunião do presidente Michel Temer com o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Nak-Yon Lee, que veio ao País para participar do 8.º Fórum Mundial da Água. O país asiático é um dos prejudicados pela medida. Segundo fontes do Planalto ouvidas pelo jornal, as autoridades dos dois países já estavam em busca de alguma ação conjunta e Temer e Lee concordaram em somar esforços. 

Já foi ventilada a possibilidade, por exemplo, de uma atuação conjunta na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas esse é um mecanismo que o Brasil só pretende acionar se falharem as negociações para suspender a sobretaxa via setor privado ou numa negociação governo a governo.

 

Queiroz Galvão 

Segundo o Valor Econômico, a Queiroz Galvão Energia, braço de geração de fontes renováveis do grupo Queiroz Galvão, está próxima de ser vendida para o fundo Mubadala. O valor da transação seria de aproximadamente R$ 4 bilhões, segundo a publicação, que cita pessoas próximas à negociação sem identificá-las. A Queiroz Galvão não comentou ao Valor. 

Metal Leve (LEVE3)

A Mahle Metal Leve reverteu o prejuízo de R$ 142,7 milhões no quarto trimestre de 2016 e lucrou R$ 43,5 milhões no quarto trimestre de 2017. No mesmo período, a receita subiu 14,4%, indo de R$ 503,9 milhões para R$ 576,6 milhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 82,7 milhões no trimestre, revertendo o número negativo de R$ 164,5 milhões no mesmo período do ano anterior. Vale ressaltar que, no ano anterior, o Ebitda foi impactado por um impairment de R$ 188,6 milhões do negócio de anéis de pistões. Sem isso, o dado dos últimos três meses de 2016 seria de R$ 24,1 milhões.

Após o balanço, a Metal Leve teve a recomendação reduzida para ‘market perform’ pelo Itaú BBA.

Biotoscana (GBIO33)

O lucro líquido ajustado da Biotoscana foi de R$ 36,9 milhões no quarto trimestre de 2017, uma alta de 7% na comparação com o mesmo período de 2016. Já a receita líquida subiu 17,8% , totalizando R$ 244,4 milhões. 

O Ebitda ajustado cresceu 5,5% no mesmo período, a R$ 73,2 milhões, com crescimento de 19,2% excluindo da base a recuperação do seguro desvinculada do seu sinistro base (no segundo trimestre de 2017).

O Itaú BBA apontou que a empresa registrou resultados melhores do que o esperado, não sendo melhores devido a um aumento significativo nas despesas gerais e administrativas. “O desempenho da receita foi a principal surpresa, e o crescimento de dois dígitos no Brasil deve ajudar a aliviar as preocupações do mercado com relação aos erros de execução na Ambisome no terceiro trimestre de 2017”, apontam os analistas do banco, que mantêm recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os papéis. 

Eletrobras (ELET6)

O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou na tarde de segunda-feira (19) resolução que define os papéis das instituições envolvidas no processo de desestatização da Eletrobras, segundo o Valor.

Segundo a resolução, caberá ao Ministério de Minas e Energia a coordenação do processo e, à Eletrobras, a emissão das ações. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) será responsável pela modelagem do processo. Pelas regras atuais, o BNDES concentra a responsabilidade pelo procedimento. Segundo um assessor da comissão, o objetivo da resolução é diluir os papéis dos entes envolvidos no processo. Com a resolução, fica aberto o caminho para o presidente Michel Temer editar um decreto incluindo a estatal no Programa Nacional de Desestatização (PND). Não há, porém, previsão de data.

Embraer (EMBR3)

O primeiro-ministro do Marrocos, Saad Eddine El Othmani, disse em encontro com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, que as companhias aéreas marroquinas têm interesse em comprar mais aviões da Embraer. De acordo com o o Palácio do Planalto, El Othmani relatou “grande número de passageiros nos voos entre São Paulo e Rio de Janeiro e Casablanca” e que “espera os últimos acertos para uma nova rota entre Fortaleza e Casablanca”.

O premiê marroquino e Temer também debateram sobre um “necessidade de
fechar acordo Mercosul-Marrocos”, depois que a negociação foi retomada em novembro do ano passado. 

Minerva (BEEF3)

A Minerva Luxembourg, garantida pela Minerva, contratou os bancos BofAML, Bradesco BBI, BTG Pactual, HSBC e Itaú BBA para juntos organizarem uma série de reuniões com investidores de renda fixa nos EUA, Europa e Ásia a partir de 21 de março.

Uma emissão de títulos perpétuos pode se seguir às reuniões, sujeita às condições do mercado. O rating da S&P e da Fitch é de BB-. Paralelamente ao anúncio do roadshow, o HSBC, com o consentimento da empresa, está lançando uma oferta para recomprar em dinheiro todas notas perpétuas de 8.750% em circulação da Minerva.

Randon (RAPT4)

A Randon divulgou seus números de receita referentes a fevereiro, como segue. A receita líquida consolidada atingiu R$ 281,1 milhões ou 59,4% maior que a registrada em fevereiro de 2017. Já a receita Bruta total (sem eliminação e com impostos) no mês de fevereiro de 2018 atingiu R$ 403,2 milhões ou 56,5% maior que aquela de fevereiro de 2017.

Segundo a XP Investimentos, tanto o ritmo apresentado neste começo de ano como o guidance publicado pela companhia sinalizam que deveremos ter um ano bastante forte operacionalmente. “Reforçamos que o consenso de mercado continua atrasado, portanto deveremos ver em breve revisões para cima das expectativas. Após a queda recente dos papéis em bolsa, acreditamos que tenha aberto oportunidade de compra (e/ou para aumentar exposição) para investidores com perfil de longo prazo”, destacam os analistas.

Triunfo (TPIS3)

A Triunfo confirmou que irá realizar leilão reverso em 20 de março. O leilão será realizado conforme o programado, uma vez que pedido para permitir sua realização foi parcialmente deferido em 19/março, segundo comunicado ao mercado.

Por ora, a companhia não pode realizar pagamentos em favor dos credores contemplados no leilão. A Triunfo diz que adotará medidas judiciais para reverter esta decisão. O leilão faz parte do plano de recuperação da Triunfo homologado em fevereiro. 

São Martinho (SMTO3)

A São Martinho aprovou a captação em moeda estrangeira até US$ 150 milhões em duas operações de até US$ 75 milhões cada, com vencimento em até 7 anos, segundo comunicado ao mercado.

O Conselho também aprovou contratação de financiamentos de créditos rurais de até R$ 400 milhões, com vencimento em até dois anos. A Usina Boa Vista é possível garantidora. 

EcoRodovias (ECOR3)

A EcoRodovias propôs R$ 242,9 milhões em dividendos a serem pagos até 31 de dezembro de 2018. 

BTG Pactual (BPAC11)

No BTG Pactual, Eduardo Loyo será indicado para membro do Conselho de Administração. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.