Suzano acerta compra da Fibria e divulga valores da transação; resultados e mais destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O grande destaque desta sexta-feira fica para a união entre a Fibria e a Suzano anunciada na noite de quinta-feira, com as duas companhias anunciando os valores para a transação nesta manhã. Resultados e mais notícias agitam o radar:

Fibria e Suzano

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou no final da noite de ontem que aprovou a fusão entre Fibria e Suzano. A operação dará origem à maior empresa de celulose do mundo e encerra uma novela de semanas sobre quem ficaria com a Fibria. Segundo nota enviado pela assessoria do banco, os dois acionistas controladores da Fibria – BNDESPar (braço de investimentos do BNDES) e Votorantim – aceitaram a proposta de consolidação das duas empresas. O BNDESPar receberá uma parcela de R$ 8,5 bilhões em dinheiro e outra parte em ações da nova companhia que será originada (veja íntegra do comunicado ao final da matéria).

Na manhã desta sexta-feira, a Fibria e a Suzano destacaram os termos da união entre as empresas. Os acionistas da Fibria receberão R$ 52,50 por ação ON e 0,4611 da ação da Suzano. As ações da Fibria deixarão de ser negociadas na B3 e em Nova York, enquanto a Suzano terá seus ADRs listados em NY. 

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A Suzano diz ainda que obteve compromissos firmes junto a certas instituições financeiras internacionais para contratação de financiamentos de US$ 9,2 bilhões. 

Após anos de flertes e rumores de mercado, as negociações entre Suzano e Fibria esquentaram nas últimas semanas depois que ambas revelaram estar em conversas preliminares sobre uma eventual união dos negócios. Contudo, nos últimos dias, empresas internacionais começaram a surgir como potenciais compradores da Fibria. A que chegou mais perto de atravessar o negócio foi a Paper Excellence, que enviou uma proposta oficial pela aquisição da Fibria. Ela inclusive teria elevado a oferta de compra de R$ 67 para R$ 71,50 por cada ação – os papéis FIBR3 fecharam o último pregão a R$ 71,56. Confira a íntegra do comunicado clicando aqui. 

Usiminas (USIM5) 

A Usiminas realizou o pagamento de R$ 378,8 milhões para bancos brasileiros e japoneses, além dos debenturistas o referente à totalidade do excedente de caixa sobre o ano de 2017, conforme comunicado ao mercado. 

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“Com o referido pagamento, a Usiminas supera mais uma importante etapa de sua reestruturação financeira junto aos Credores, com vistas à geração de resultados sustentáveis para a companhia”, afirmou a siderúrgica. 

BRF

Segundo o Valor Econômico, a União Europeia avisou o Ministério da Agricultura do Brasil que pretende suspender todas as importações de carne de frango da BRF. A União Europeia quer saber se os laboratórios investigados em operação da
Polícia federal também faziam testes para outras plantas da BRF. 

Procurados pela Bloomberg, o ministério da Agricultura e a BRF não responderam
a pedido de comentário.

Petrobras

A Petrobras anunciou na noite de quinta-feira o início da oferta pela subsidiária Petrobras Global Finance para comprar em dinheiro Notes por um valor agregado, excluindo juros acumulados e não pagos, de até US$ 4 bilhões, segundo comunicado distribuído pela PR Newswire.

A oferta termina às 23:59 (hora de Nova York) do dia 11 de abril, a menos que seja encerrado antecipadamente ou prorrogado.

Os títulos envolvidos na recompra são os seguintes:
Global Notes em US$ de vencimento março/2020; taxa flutuante
Global Notes em euros de vencimento janeiro/2021; cupom 3,750%
Global Notes em US$ de vencimento janeiro/2021; cupom 5,375%
Global Notes em US$ de vencimento maio/2021; cupom 8,375%
Global Notes em US$ de vencimento janeiro/2022; cupom 6,125%
Global Notes em US$ de vencimento maio/2023; cupom 4,375%

Ainda no radar da companhia, o governo federal vai prorrogar por mais 60 dias o prazo de funcionamento da comissão interministerial criada para resolver o impasse em torno da revisão do contrato de cessão onerosa de exploração de áreas de petróleo do pré-sal. A equipe econômica avalia, no entanto, que ainda tem todas as condições de fazer ainda este ano o megaleilão dos barris excedentes do óleo. A avaliação é de que entre o anúncio da conclusão das negociações e a realização do leilão será necessário um prazo de três a quatro meses. Com a prorrogação, o prazo para a conclusão do acordo final foi transferido para 16 de maio.

Pelo contrato da cessão onerosa, assinado em 2010, a Petrobras ganhou o direito de explorar áreas do pré-sal sem licitação em troca de um pagamento bilionário ao governo. O contrato previa renegociar os valores de acordo com a evolução do preço do petróleo. Como a cotação caiu desde sua assinatura, em 2010, a estatal tem direito a uma compensação financeira.

A intenção inicial do governo era terminar as negociações com a petroleira no prazo inicial, que termina neste sábado, e fazer o leilão no início de julho. Mas as negociações ainda não estão concluídas e o governo vai precisar de mais tempo. Nada impede, porém, que se chegue a um acordo antes do final do prazo – antes de 16 de maio. O impasse sobre a cessão onerosa foi um dos motivos para a forte queda das ações da Petrobras, apesar do bom resultado do quarto trimestre (veja mais clicando aqui). 

Qualicorp (QUAL3)

 A Qualicorp  viu seu lucro líquido avançar 15,3% em um ano, passando para R$ 90,4 milhões no quarto trimestre do ano passado, informou a empresa na noite desta quinta-feira (15).

No mesmo período a empresa registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 202,9 milhões, uma alta de 1,2% em um ano. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, subiu para 39,9%, contra 38,9% entre outubro e dezembro de 2016.

Já a receita de quarto trimestre caiu 1,4%, para R$ 508 milhões, devido principalmente a menor base de clientes no segmento Adesão, segundo informou a empresa. Já as despesas caíram 7,3% no quarto trimestre na comparação anual, para R$ 312,5 bilhões.

Após o balanço, o Credit Suisse cortou a recomendação para os papéis de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 42 para R$ 29. Já o BofA manteve recomendação de compra, reduzindo o preço-alvo de R$ 42 para R$ 34, apontando para os números decepcionantes da companhia. 

Segundo o Credit, os reajustes de preços foram os culpados. Isso porque os clientes não suportariam mais os sucessivos aumentos de dois dígitos e passaram a sair do plano ou negociar.

Kroton

A Kroton Educacional reportou lucro líquido de R$ 390,6 milhões no quarto trimestre de 2017, recuo de 55,1% na comparação com igual período do ano anterior. O resultado de 2016, no entanto, havia sido impactado por um reconhecimento de receitas do Fies que, em razão de atrasos, deixaram de ser registradas no terceiro trimestre daquele ano.

A companhia divulgou um lucro ajustado na visão pro forma, que exclui esse efeito da base de 2016. O resultado por esse critério no quarto trimestre de 2017 é um lucro de R$ 488,6 milhões, aumento de 0,2% na comparação com igual período do ano anterior

No ano, o lucro da Kroton foi de R$ 1,882 bilhão, crescimento de 0,9% ante 2016. O resultado ajustado do ano na cisão pro forma é um lucro de R$ 2,240 bilhões, expansão de 11,6%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Kroton atingiu R$ 534,1 milhões nos meses de outubro a dezembro, crescimento de 1% na comparação com o mesmo período de 2016. No ano, o Ebitda acumulado é R$ 2,450 bilhões, alta de 6,5%.

A receita líquida da Kroton nos três meses finais do ano é de R$ 1,349 bilhão, recuo de 0,9% na comparação anual. Em doze meses, a receita acumulada é de R$ 5,557 bilhões, expansão de 6%.

O Conselho da Kroton aprovou dividendo intercalar de R$ 148,4 milhões, que serão pagos até 3 de abril. O valor é de R$ 0,0905488525 por ação ON, deduzidas deste cálculo as ações que se encontram em tesouraria. 

CESP

O governo federal está perto de fechar o valor que vai cobrar na renovação da concessão da usina de Porto Primavera, maior ativo da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), diz o Estadão. Esse é um passo importante para destravar a privatização da empresa paulista até o fim do primeiro semestre. Segundo o jornbal, o valor deve ficar em cerca de R$ 1 bilhão.

O processo está parado desde setembro de 2017, quando o governo paulista suspendeu o edital por falta de interessados. A privatização da Cesp será feita em uma operação conjunta entre a União e o Estado de São Paulo. Um decreto publicado em janeiro deste ano facilitou o processo, ao permitir a venda da empresa associada a um novo contrato de concessão para a usina de Porto Primavera, que vence apenas em maio de 2028.

A União autorizou a extensão da concessão em troca do pagamento de uma outorga, que corresponderia ao valor excedente que se arrecadaria com a prorrogação do prazo de concessão. O valor de R$ 1 bilhão leva em conta o benefício econômico-financeiro adicionado pelo novo contrato, com duração de 30 anos, representado pelo Valor Presente Líquido (VPL) adicional. Como a Cesp ainda tem 10 anos de concessão da usina, o VPL do contrato atual, com duração até 2028, reduz o valor final da outorga. A outorga fica com a União, pois serviços de energia elétrica são uma concessão federal. Se houver ágio, ele será dividido proporcionalmente entre Cesp e União.

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.