Ibovespa apaga ânimo com China e cai puxado por bancos e derrocada em Wall Street

Índice chegou a subir no início do pregão com dados fortes na China, mas virou para queda durante a tarde e teve seu segundo recuo seguido

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Depois de chegar a subir 0,7% na máxima do dia, o Ibovespa virou para queda durante a tarde e fechou no negativo pelo segundo dia seguido em movimento guiado pelas ações do setor financeiro, com Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) recuando mais de 1%, seguindo também a queda da bolsa norte-americana, com o Dow Jones caindo 1%.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 0,39%, aos 86.050 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 9,420 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, fechou em queda de 0,03%, cotado a R$ 3,2610 na venda, após passar praticamente toda a tarde em alta.

A abertura positiva prometia uma sessão de ganhos para o mercado, com os investidores animados após o resultado muito acima do esperado da produção industrial chinesa, impulsionando especialmente as ações da Vale (VALE3) e do setor siderúrgico, assim como com a decepção das vendas ao varejo nos EUA em fevereiro, revelando que a economia norte-americana não está superaquecida.

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Contudo, o Ibovespa mais uma vez esbarrou na faixa de 87 mil pontos, que vem sendo uma verdadeira “pedra no sapato” do mercado neste mês e que impede a retomada da tendência de alta principal.

Enquanto o mercado não voltar a ganhar volume, vide que o giro financeiro neste mês está abaixo da média, algo que depende também da volta dos investidores estrangeiros, que somente em março retiraram mais de R$ 2 bilhões da bolsa, o índice seguirá congestionado sob a resistência e a região de 85 mil pontos.

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Destaques de ações

Do lado negativo, além do setor financeiro, destaque para as ações da Eletrobras, que recuaram forte após indefinições sobre o processo de privatização na Câmara, enquanto os papéis da Fibria sobem depois da empresa rejeitar as propostas de Suzano e Paper Excellence, indicando que será preciso oferecer um valor maior para desembolsar uma das maiores produtoras de celulose do mundo (veja mais aqui).

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 25,57 -7,36 +12,64 103,15M
 ELET3 ELETROBRAS ON 22,80 -6,86 +17,89 116,46M
 QUAL3 QUALICORP ON 25,96 -3,21 -16,26 45,01M
 FLRY3 FLEURY ON ED 27,10 -3,08 -5,94 59,35M
 EMBR3 EMBRAER ON 21,12 -2,76 +5,60 44,69M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO PAPELON 24,00 +5,49 +28,41 132,76M
 FIBR3 FIBRIA ON 71,75 +3,64 +49,95 196,78M
 MRVE3 MRV ON 16,65 +2,65 +10,70 50,99M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 33,70 +1,81 +2,68 89,78M
 WEGE3 WEG ON ED 23,05 +1,54 -4,06 20,60M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE3 VALE ON EJ 42,60 +1,12 765,04M 835,39M 25.115 
 PETR4 PETROBRAS PN 22,38 +1,22 699,57M 915,79M 31.534 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 42,48 -0,86 632,27M 337,51M 17.659 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 51,19 -2,23 576,89M 651,25M 21.077 
 BBDC4 BRADESCO PN 38,69 -0,54 289,64M 345,81M 17.521 
 FIBR3 FIBRIA ON 71,75 +3,64 196,78M 147,71M 12.197 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 24,27 +1,29 186,25M 364,16M 18.898 
 BVMF3 B3 ON 26,44 -1,75 168,79M 246,33M 21.299 
 PETR3 PETROBRAS ON 23,61 -0,25 148,99M 217,77M 9.308 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 24,00 +5,49 132,76M n/d 13.048 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
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Indústria “explode” na China e varejo decepciona nos EUA

A produção industrial chinesa explodiu, vindo muito acima do esperado. A produção cresceu 7,2% entre janeiro e fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior, superando o avanço de 6,2% projetado pelo mercado. De acordo com os economistas da LCA, o número coloca um viés de alta nas projeções do PIB (Produto Interno Bruto), pois os analistas esperam desaceleração no ritmo de crescimento – de 6,8% no quarto trimestre de 2017 para 6,6% no primeiro trimestre deste ano.

Nos EUA, a inflação ao produtor norte-americano desacelerou de 0,4% para 0,2% na passagem de janeiro para fevereiro, ligeiramente acima da projeção de 0,1% do mercado. Todavia, as vendas ao varejo desaceleraram 0,1% na mesma comparação mensal, enquanto que a expectativa era por um crescimento de 0,3%, revelando que a economia dos EUA não está superaquecida e oferece espaço para que o Fed não aperte o passo com relação ao aumento dos juros. Vale lembrar que o mercado precifica 3 altas para este ano.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.