Fibria dispara 6,5% com novos rumores sobre fusão; Embraer cai 3% e mais 6 ações reagem a balanços

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (8)

Rodrigo Tolotti

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

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As ações da Fibria e Suzano dispararam nesta sessão, após o Valor Econômico noticiar que as duas maiores produtoras mundiais de celulose de eucalipto, estão perto de anunciar um acordo para combinar seus ativos.

Segundo o jornal, o formato final da operação ainda está em discussão, mas uma das premissas já definidas é a saída da Votorantim do negócio e a assunção do controle da nova empresa pela Suzano, segundo fontes de mercado ouvidas pela publicação. 

Segundo fontes ouvidas pelo jornal, as famílias controladoras da Suzano e da Fibria entendem que a operação mais interessante passa pela combinação dos ativos das duas empresas. Mas outras ofertas não serão ignoradas.

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Ainda no radar das empresas, a Fibria anuncia novo aumento de preço de celulose, de US$ 20 a tonelada para a Europa e América do Norte, e de U$ 10 a tonelada para a Ásia, valido a partir de 1 de abril. Assim, os novos preços de referência por região serão: de US$ 1.050 a tonelada na Europa, US$ 1.230 a tonelada na América do Norte e US$ 840 a tonelada na Ásia.

Vale (VALE3)

As ações da Vale caíram forte em meio à forte baixa do minério nesta sessão, de 1,67%, a 501,5 iuanes. Nesta sessão, a China divulgou exportações de fevereiro tiveram forte alta no comparativo de fevereiro de 44,5% (previsão era 11%) e o superávit na balança comercial subiu para US$ 33,7 bilhões, de esperados US$ 54 bilhões. Cresceram as importações de petróleo, minério de ferro e cobre. O superávit com os EUA segue forte, mas retroagiu para US$ 21 bilhões, o que pode reforçar o discurso protecionista do presidente americano Donald Trump, que hoje assinou a sobretaxação do aço e alumínio, deixando apenas Candá e México de fora do pagamento por enquanto. 

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Petrobras (PETR4)

As ações da Petrobras ficaram quase estáveis apesar do dia de leve queda do petróleo, com o mercado de olho nos anúncios de captação da companhia. 

Em comunicados emitidos entre ontem à noite e hoje de manhã, a companhia informou ter realizado ma captação de R$ 6,5 bilhões com o Banco do Brasil em nota de crédito à exportação. A operação se deu para financiamento de exportações, com vencimento em 2024, disse a estatal em comunicado ao mercado.

Além disso, a companhia petrolífera liquidou antecipadamente notas de
crédito à exportações emitidas em favor do Banco do Brasil, cujo saldo devedor somava R$ 7,5 bilhões. As obrigações financeiras e não financeiras do novo contrato entre Petrobras e Banco do Brasil estão de acordo com práticas adotadas no mercado e nos demais contratos de dívida da Petrobras.

Já nesta manhã, a Petrobras informou ter assinado com um sindicato de 17 bancos contrato de linha de crédito (revolving credit facility) com vencimento em março de 2023, segundo comunicado ao mercado. O custo de 0,51% ao ano pela manutenção do limite junto aos bancos. 

Em caso de saque, o custo da linha está fixado em Libor 6M + 1,7% ao ano, caso o rating da companhia no momento do saque seja inferior ao grau de investimento. A Libor 6M + 1,3% ao ano, caso a companhia tenha classificação de grau de investimento na data do saque. Os bancos líderes: BNP Paribas, Citibank, Credit Agricole e Mizuho Bank. O produto é utilizado de forma “inaugural pela Petrobras”. 

O contrato cria mais uma alternativa de disponibilização de recursos para a companhia utilizar conforme sua necessidade, diz a companhia. Assim, Petrobras poderá usar seu caixa para liquidação antecipada de dívidas já existentes, propiciando a redução do custo de carregamento da dívida. A operação está em linha com a estratégia de gerenciamento de passivos, que visa à melhora do perfil de amortização e do custo. O contrato também leva em consideração a meta de desalavancagem prevista em seu Plano de Negócios e Gestão 2018-2022. 

B2W (BTOW3)

A companhia de e-commerce B2W encerrou o quarto trimestre de 2017 com prejuízo líquido de R$ 34,9 milhões, uma boa evolução em relação aos R$ 102,3 milhões de prejuízo um ano antes. No acumulado do ano passado, a companhia viu seu prejuízo ficar em R$ 411,4 milhões, também melhor que o desempenho do ano anterior, quando teve resultado negativo de R$ 485,9 milhões.

A receita da empresa, por sua vez, caiu 30%, para R$ 2,11 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, para um resultado acumulado de R$ 7,12 bilhões em 2017, uma piora de 17,2% em um ano.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), fechou o quarto trimestre em com queda de 17,7% na comparação anual, para R$ 214,9 milhões. Em 2017, o Ebitda regrediu 9,9%, a R$ 620,1 milhões.

Em comunicado separado, a B2W também anunciou, junto com sua controladora Lojas Americanas, o lançamento de uma nova empresa, a IF – Inovação e Futuro, que segundo a nota “nascerá com a missão de criar negócios disruptivos, sendo responsável pela concepção, criação, incubação e aceleração desses novos negócios, que, maduros, serão integrados às estruturas das companhias”.

A B2W também anunciou a criação da LET’s – Logística e Distribuição, para estabelecer uma gestão compartilhada de seus respectivos ativos de logística e distribuição sob uma liderança única, segundo comunicado.

Diante disso, a atual CEO da empresa, Anna Christina Saicali, deixou o cargo para assumir o comando da IF e a presidência do conselho da B2W a partir de 1 de junho. Para seu lugar na companhia de e-commerce assumirá Marcio Meirelles.

Segundo o Credit Suisse, a receita líquida e Ebitda vieram bem abaixo das estimativas e do consenso, apontando a queda do GMV total (de 5% na base anual) como uma surpresa.

No entanto, em conversas com a gestão, é mencionado que a queda das vendas do 1P marcou o fim de um periodo de transição, o que deve indicar que em 2018 o GMV cresça 2 digitos. O 3P continua crescendo a altas taxas (alta de 108% na base anual) e levou a uma expansão de margem bruta de 401 pontos-base.

A margem Ebitda não expandiu na mesma magnitude (+161bps) ja que as despesas gerais e administrativas precisam ser reduzidas mais rápido para se adequar a um negócio menor. Do lado positivo, como esperado, a geração de caixa melhorou e chegou a R$ 509 milhões, reduzindo a queima de caixa para R$ 957 milhões em 2017 (versus. R$ 1,6 bilhão em 2016).

Lojas Americanas (LAME4)

A Lojas Americanas fechou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de 284,7 milhões, uma alta de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida, por sua vez, caiu 11,7%, passando de R$ 7,275 bilhões para R$ 6,422 bilhões, ao passo que o Ebitda ajustado teve leve recuo de 2,7%, para R$ 1,064 bilhão.

Segundo a companhia, o resultado financeiro no quarto trimestre, assim como no ano de 2017, foi impactado positivamente pelas reduções do CDI.
“No entanto, esse efeito positivo foi parcialmente compensado pelo aumento da dívida bruta, visando aproveitar uma janela de oportunidade do mercado para alongar o perfil da dívida e garantir uma segurança para futuras flutuações dos cenários”, disse a Lojas Americanas.

Segundo o Credit, o Ebitda foi pior do que esperado, totalmente compensado pela alíquota de imposto menor e o não-pagamento de bônus para o senior management. “Acreditamos que em 2018 devemos ter uma aceleração dos ganhos e mantemos a recomendação outperform”, dizem os analistas.

Embraer (EMBR3)

O lucro líquido da Embraer teve baixa de 82% no quarto trimestre frente a comparação anual, a R$ 117,2 milhões, segundo dados divulgados. Excluindo impostos deferidos e itens especiais, o lucro líquido ajustado da fabricante de aeronaves brasileira foi de R$ 191,5 milhões, ante R$ 694,2 milhões na base de comparação anual. 

O Ebit ajustado caiu para R$ 435 milhões no trimestre, ante R$ 816,9 milhões no mesmo período de 2016. A receita líquida caiu para R$ 5,65 bilhões no trimestre, ante R$ 6,7 bilhões no quatro trimestre de 2016. A Embraer reafirmou suas estimativas para 2018, de entrega de 105 a 125 aviões executivos e entre 85 e 95 aviões comerciais. 

Conforme aponta a equipe de análise da XP Investimentos, os números publicados pela Embraer ficaram abaixo das estimativas nas principais linhas. Contudo, apesar do resultado mais fraco que o esperado, um dos assuntos fortes para a empresa hoje é o acordo com a Boeing, cujo desenho ainda não é certo.

“Além disso, a empresa passará por uma transição de classe de jatos comerciais ao longo dos próximos anos: da atual E-Jets para o E2. Os lançamentos acontecerão ao longo dos próximos anos, começando já em 2018. Mantemos uma perspectiva neutra para o papel”, aponta a XP Investimentos.

Multiplus (MPLU3)

A Multiplus registrou uma alta de 4,4% na receita líquida, para R$ 576,1 milhões no quarto trimestre, enquanto o lucro líquido caiu 19%, a R$ 94 milhões. O número de pontos emitidos cresceu 15,7% no último trimestre do ano passado, atingindo 23,3 bilhões, com 28,3% de acúmulos provenientes de fontes não aéreas e não financeiras. 

Segundo o Bradesco BBI, os resultados vieram abaixo do esperado e, portanto, o banco mantém recomendação neutra para as ações, ao mesmo tempo em que reduziram o preço-alvo para R$ 36,00 ante R$ 40,00 anteriormente. 

Localiza (RENT3)

A Localiza lucrou R$ 133 milhões no quarto trimestre de 2017, alta de 27,4% na base anual. O Ebitda subiu 23,2% na mesma base de comparação, para R$ 333,8 milhões. 

Segundo o Credit Suisse, a companhia reportou mais um trimestre de resultado forte, com números acima da expectativa e do consenso. Com crescimento de volume de 48% em RAC, 22% em frota e forte vendas de carro usado, o Ebitda e lucro líquido cresceram 43% e 67% no ano, respectivamente. Olhando para 2018, os analistas acreditam que o momento de lucro vai continuar sólido e esperam que o consenso aumente as projeções depois do resultado.

Do lado negativo, a alavancagem aumentou um pouco para 2,9 vezes a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (ainda abaixo do covenant), mas pode gerar algumas dúvidas sobre a estrutura de capital caso ela decida continuar crescendo tão forte. 

QGEP (QGEP3)

A QGEP Participações amenizou os ganhos após chegar a subir 8,72% na máxima do dia, após divulgar resultados. A companhia de petróleo registrou lucro líquido de R$ 193 milhões no quarto trimestre de 2017, 277% maior frente igual período do ano anterior, em meio ao aumento do lucro operacional e na venda de participação no bloco de exploração BM-S-8.

Sem contabilizar os ganhos com essa operação, o lucro líquido seria equivalente a R$ 67,7 milhões de reais, 32,3% acima na comparação com o mesmo período de 2016. Em 2017, o lucro líquido foi de R$ 357,4 milhões, salto de 133,7% ante 2016.

“2017 foi um ano de transformação para a QGEP, de muitas maneiras. Estamos ingressando em 2018 com dois ativos produtores, uma excelente parceria com a ExxonMobil e a Murphy Oil que tem potencial estratégico importante para nós e várias oportunidades para continuar a otimizar e agregar à nossa base de ativos”, afirmou a empresa em seu balanço. Em janeiro, a empresa relatou a chegada da plataforma FPSO Petrojarl I ao Campo de Atlanta e previu a produção do primeiro óleo na área no primeiro trimestre deste ano. 

Azul (AZUL4)

A Azul registrou lucro líquido de R$ 303,7 milhões no quarto trimestre de 2017, seis vezes acima dos R$ 51,3 milhões registrados no mesmo período de 2016. Já a receita líquida subiu 20,5%, totalizando R$ 2,2 bilhões. No ano, a Azul teve lucro líquido de R$ 529 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 126,3 milhões de 2016. 

A receita no ano foi de R$ 7,8 bilhões, 16,8% maior  na base anual, enquanto o Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e arrendamento) e o Ebit (lucro antes de juros e impostos) tiveram altas respectivas de 1,7 e 4,6 pontos percentuais, para 30,7% e 13,9%. A Azul atribuiu o resultado positivo no quarto trimestre ao crescimento do tráfego e à melhora da receita por passageiro. 

SLC Agrícola (SLCE3)

A SLC registrou lucro líquido de R$ 136,6 milhões no quarto trimestre de 2017, alta de 19,8% na comparação anual, puxado pelo ganho de R$ 80,228 milhões com a venda de terras. 

A receita líquida no trimestre atingiu R$ 707,7 milhões, 22,7% acima ante o mesmo período de 2016. Em 2017, a receita ficou em R$ 1,9 bilhão, avanço de 16%. Segundo relatório da SLC, o aumento da receita é resultado de um maior volume em todas as culturas, aliado ao aumento no preço unitário do algodão.

Smiles (SMLS3)

Após despencar quase 10% na véspera com o anúncio de menores dividendos, as ações da Smiles registram queda de cerca de 1% na bolsa. A forte baixa da companhia foi intensificada durante a teleconferência de resultado da Gol (controladora da companhia) quando, a responder a uma pergunta de analista, o CFO da empresa aérea afirmou que a decisão de cortar o dividendo “certamente vai fortalecer o balanço consolidado [da GOL] e também vai ajudar bastante na nossa meta de fazer o rating consolidado voltar para ‘BB’, como foi no passado.”

CCX (CCXC3)

Após a disparada de 46% na véspera, a CCX teve mais um dia de forte alta e mais que dobrou de valor apenas nessa semana, sem que nenhuma notícia que justificasse esse movimento. Em nota de esclarecimento a B3, a CCX afirmou que inquiriu as pessoas com potencial acesso a matérias que possam constituir atos ou fatos relevantes, com o objetivo de averiguar se estas têm conhecimento de informações adicionais que deveriam ser divulgadas ao mercado, sem que nenhuma resposta positiva tenha sido recebida.

“A companhia manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados sobre eventos que possam influenciar a cotação dos seus valores mobiliários ou a decisão dos investidores de comprar, vender, manter ou exercer quaisquer direitos inerentes à condição de titular de valores mobiliários emitidos pela Companhia ou a eles referenciados, nos termos da Instrução CVM nº 358/02”, afirma a empresa.

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau foi rebaixada de “overweight” para “equal-weight” pelo Morgan Stanley. Por outro lado, o preço-alvo da companhia foi elevado de R$ 13,90 para R$ 16,50, o que implica um potencial de queda de 1,4% em relação ao último fechamento.

Minerva (BEEF3)

As ações da Minerva, por sua vez, tiveram a recomendação reduzida para neutra pela Eleven Financial. 

Eneva (ENEV3)

A Eneva, por sua vez, foi iniciada como ’outperform’ pelo Bradesco BBI. 

Sabesp (SBSP3)

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) decidiu criar um “gatilho” para reajustar automaticamente a tarifa de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quando houver uma “variação anormal” do consumo médio de água da rede, como ocorreu durante a crise hídrica (2014-2015). Na prática, se a população reduzir muito o consumo e isso tiver efeito negativo nas receitas da Sabesp, a conta de água vai subir além da correção pela inflação.  

Time For Fun (SHOW3)

A Time for Fun registrou lucro líquido de R$ 19 milhões no quarto trimestre de 2017, resultado três vezes maior que o obtido no mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa, o último trimestre do ano é o que apresenta o maior nível de atividade. O Ebitda subiu 92%, para R$ 22,8 milhões nos três últimos meses do ano, enquanto a receita cresceu 57% na mesma base de comparação, a R$ 211,2 milhões.

Oi (OIBR4)

O juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da Oi, acolheu integralmente parecer do Ministério Público e suspendeu direitos políticos dos acionistas da Oi que votaram na assembleia de 7 de fevereiro, de acordo com documento obtido pela Bloomberg. 

O juiz afastou membros do conselho de administração por eles eleitos ou indicados, até que seja realizado o aumento de capital, previsto no plano de recuperação judicial. A decisão não atinge os que se abstiveram de votar. Diretores e presidente do Grupo Oi foram intimados, bem como acionistas cujos direitos políticos foram suspensos, para se manifestarem quanto ao interesse na instauração de um procedimento de mediação.

(Com Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.